ESTATUTO DO ÍNDIO NÃO É APROVADO POR OMISSÃO DO GOVERNO, DIZ LIDER INDÍGENA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2008

19 de Abril de 2008 - Marco Antônio Soalheiro - Repórter da Agência Brasil - Roosewelt Pinheiro/Abr - Brasília - Os líderes indígenas Jaci José de Souza Macuxi, Marcus Apurinã e Marco Xucuru concedem entrevista após entregar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva o documento final do 5º Acampamento Terra Livre
Brasília - O Estatuto dos Povos Indígenas (Projetos de Lei 2.057 /1991, 2.160 /1991 e 2.619 /1992) está parado há 13 anos e não é aprovado por falta de vontade política do governo federal. Foi o que afirmou à Agência Brasil o vice-presidente da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Marcus Apurinã.

Líderes indígenas entregaram ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva um documento em que pedem empenho da base parlamentar governista na aprovação da matéria.

“É uma omissão do governo não aprovar o estatuto. Tem que sentar e fazer a coisa acontecer. Em nenhum momento fomos empecilho por desunião do nosso povo”, reclamou Apurinã.

Segundo o dirigente da Coiab, as manifestações em Brasília no 5º Acampamento Terra Livre demonstraram que os povos indígenas trabalham numa proposta de unificação de demandas de políticas públicas.

“O governo não está comprometido com a nossa questão, mas fazemos um apelo para que isso ocorra. Se for preciso vamos à extinção, mas não vamos dar espaço para fazendeiros e grileiros detonarem nossas terras”, disse Apurinã.

O líder indígena classifica de “ruins” as políticas atuais de assistência às comunidades, mas ainda tem esperanças de melhoria em curto prazo.

“O governo Lula ainda pode em mais três anos trabalhar uma política que faça com que não precisemos mais ir atrás de ONGs [organizações não-governamentais] internacionais. Tem que botar recursos para saúde, educação e cultura indígena no PPA [Plano Plurianual]. Temos direito também, porque pagamos impostos.”

Em novembro de 1994, um recurso do então deputado Artur da Távola pediu à Mesa Diretora da Câmara que o Estatuto do Índio fosse a plenário para ser votado. Desde então, o projeto está parado.

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Índios condicionam mineração em suas terras à aprovação prévia de estatuto

19 de Abril de 2008 - Marco Antônio Soalheiro - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Líderes indígenas que participaram na última semana de manifestações em Brasília dentro da programação do 5º Acampamento Terra Livre entendem que um projeto de regulamentação da atividade mineradora em suas terras (substitutivo ao Projeto de Lei 1.610/ 1996), em discussão no Congresso, não pode ser apreciado sem a aprovação do Estatuto do Índio, com tramitação paralisada há 13 anos.

“Se para construir a proposta [de mineração] não fomos consultados, imagine após a aprovação disso. O governo diz que os índios vão ter uma parcela de royalties, mas não é isso que a gente quer. Nós queremos trabalhar todas as questões unificadas dentro do Estatuto dos Povos Indígenas”, afirmou o vice-presidente da Coordenação da Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Marcus Apurinã.

Segundo o dirigente da Coiab, os índios só são chamados nas discussões do projeto de mineração quando há audiências. “Não dá para engolir uma proposta goela abaixo porque o governo ainda não reconheceu a responsabilidade dele com os povos indígenas.”

Apurinã também negou que a resistência dos indígenas ao projeto esteja atrelada à influência de organizações não-governamentais (ONG´s) estrangeiras sobre as comunidades. “A gente é bastante soberano e vamos brigar para ficar com nosso território toda vida. ONG nenhuma vai fazer cabeça de líderes indígenas para que tenhamos um país à parte do Brasil”, concluiu.

O dirigente da Coiab reconheceu, entretanto, que as comunidades pedem apoio financeiro às ONG´s estrangeiras “para ajudar a preservar nossos animais e florestas, porque o governo, em geral, não tem recursos para nós”.

A proposta em tramitação prevê uma consulta prévia aos indígenas para saber se eles querem ou não extrair minério em suas áreas. Se a extração for aceita pela comunidade, uma licitação definirá qual empresa ficará com a concessão de extração. Associações indígenas também poderiam participar das licitações para a exploração de minério em suas áreas.

Em audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os índios ressaltaram que a proteção que fazem em suas terras é a responsável por evitar que o desmatamento chegue em muitos locais da Amazônia. “Hoje só tem castanheira, mata e biodiversidade na floresta nas terras indígenas”, argumentou Apurinã.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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