MUNICIPIO DO AMAZONAS GANHA AGROINDÚSTRIA DE ÓLEOS ESSENCIAIS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Maio de 2008

9 de Maio de 2008 - 08h19 - Última modificação em 9 de Maio de 2008 - 08h19
Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - A partir de hoje (9), o trabalho dos produtores rurais de Manaquiri - 64 quilômetros a Sudoeste de Manaus - deve ganhar novo impulso com a inauguração da Agroindústria de Óleos Essenciais do município.

A fabricação dos produtos passará a ser industrializada e o lucro, compartilhado de forma igualitária entre os membros da cooperativa local. A agroindústria de Manaquiri foi construída com recursos dos governos municipal e federal e com apoio técnico do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Amazonas (Sebrae).

De acordo com uma das integrantes da cooperativa, Célia Vasconcelos, 22 anos, o objetivo é que a agroindústria forneça óleos de frutos e sementes da floresta a indústrias do setor de higiene pessoal, beleza e perfumaria.

"Todos os cooperados estão envolvidos. A gente já passou pelos treinamentos para chegar a essa produção e com isso temos muita esperança de aumentar nossos lucros", disse. Ela lembrou que a produção artesanal do óleo da andiroba, por exemplo, levava mais de 20 dias, e o litro do produto não era vendido por mais de R$ 10.

No município de Manaquiri existe uma grande variedade de plantas típicas da região, cujos frutos e sementes são historicamente aproveitados para fabricação artesanal de óleos, cosméticos e confecção de acessórios diversos. São exemplos a andiroba, castanhas, tucumã, açaí, buriti e babaçu.

É nesse cenário – e também com o apoio de entidades como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Sebrae - que cerca de 200 produtores rurais decidiram procurar ajuda técnica e aperfeiçoar a exploração racional dos recursos naturais da região.

Em 2005, depois de uma grande seca, a prefeitura do município decidiu criar um plano diretor para a cidade e definir novos rumos visando o desenvolvimento agro-florestal. Na época, mais de 20 comunidades rurais ficaram incomunicáveis, já que o único meio de acesso era o fluvial. A iniciativa do poder público atraiu o grupo de produtores (na ocasião com apenas 19 famílias), que decidiu organizar os trabalhos realizados com os frutos e sementes e fundar a Cooperativa de Fitocosméticos de Manaquiri (Coopfitos).

Desde então, os produtores passaram a receber apoio de entidades como Sebrae, Projeto de Manejo dos Recursos Naturais da Várzea (Provárzea/Ibama), Ministério do Desenvolvimento Agrário e Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). No ano passado, a cooperativa foi formalizada juridicamente e o número de famílias envolvidas saltou de 19 para 39.

Para a gerente de Agronegócios do Sebrae Amazonas, Vanderléia Oliveira, a inauguração da agroindústria de Manaquiri ocorre em boa hora. Ela relembra a regulamentação do Processo Produtivo Básico (PPB) dos Cosméticos pelo governo federal (feita em dezembro de 2007) e espera que as duas novidades estejam juntas no desenvolvimento do setor na indústria local.

"A aprovação do PPB dos Cosméticos em breve vai consolidar na Zona Franca de Manaus novas indústrias para produção de cosméticos, artigos de higiene pessoal e outros produtos gerados com essências da nossa região. Isso é uma coisa certa e que vai trazer bons resultados para os produtores envolvidos no processo".

Segundo Vanderléia, a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) estará envolvida na fiscalização da origem da matéria-prima desses produtos, buscando garantir que serão fabricados com recursos naturais da Amazônia de forma correta e sem agressões ao meio ambiente.

A Agroindústria de Óleos Essenciais se localiza a cerca de 30 minutos de barco das comunidades envolvidas no projeto e terá capacidade de extrair 50 litros de óleo por hora.

O Sebrae, o governo municipal e o Provárzea/Ibama investiram mais de R$ 1,6 milhão na capacitação dos produtores e com as mudas e na colheita dos frutos e sementes. Os produtores também reflorestam as áreas exploradas. Desde 2005, foram plantadas cerca de 22 mil mudas.

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STF derruba liminar que suspendia a licitação da Floresta Nacional do Jamari

8 de Maio de 2008 - 19h48 - Última modificação em 8 de Maio de 2008 - 20h02
Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O processo de concessão da Floresta Nacional do Jamari, em Rondônia, poderá ser retomado pelo Serviço Florestal Brasileiro, depois do despacho do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, que cassou uma decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, sediada em Brasília, que obrigava a União a interromper o processo.

Gilmar Mendes disse que, no caso da licitação, não é preciso aprovação prévia do Congresso Nacional, como havia determinado a desembargadora Selene Maria de Almeida, do TRF. “Não se pode confundir concessão florestal com concessão dominial. A concessão florestal não implica em transferência da posse da terra pública, mas sim a delegação onerosa do direito de praticar o manejo florestal sustentável na área”, argumentou o ministro.

O processo de licitação da Floresta Nacional do Jamari havia sido suspenso em março deste ano, em caráter liminar, até que o Congresso Nacional emitisse uma autorização prévia para a concessão. A decisão se baseou no artigo 49 da Constituição Federal, que determina que a concessão de terras públicas deve contar com a aprovação prévia do Congresso Nacional, quando envolver áreas superiores a 2,5 mil hectares.

O edital de licitação da Floresta do Jamari, o primeiro para concessões florestais para manejo sustentável do Brasil, foi aberto em novembro do ano passado. O Serviço Florestal recebeu 19 propostas de 14 empresas dos estados de Rondônia, São Paulo, Bahia e Pará, durante os 45 dias em que o edital ficou aberto. Duas empresas foram desabilitadas por falta de documentação.

A empresa que vencer a licitação deverá conservar a área e poderá explorar produtos florestais como madeira, óleos, sementes e resinas, desde que use técnicas de manejo sustentável. O vencedor poderá ainda oferecer serviços como ecoturismo e atividades esportivas. Os recursos arrecadados com a concessão devem ser empregados na fiscalização, no monitoramento e controle das áreas licitadas.

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Chácara próxima a Brasília mostra experiências de construção sustentável

4 de Maio de 2008 - 10h10 - Última modificação em 7 de Maio de 2008 - 16h26
Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Wilson Dias/ABr
Brasília - Leandro Jacinto, administrador da Chácara Asa Branca, uma das experiências brasileiras de permacultura, conceito de planejamento e execução de ocupações humanas de forma sustentável, com respeito ao meio ambiente
Brasília - A 25 quilômetros de Brasília, uma área de cerrado quase intacta abriga construções de barro com telhados gramados, aproveitamento de água da chuva e produção de alimentos sem agroquímicos, numa paisagem que nem de longe lembra a capital de concreto do Plano Piloto e da Esplanada dos Ministérios.

Erguida com técnicas de “bioconstrução”, a Chácara Asa Branca é uma das experiências brasileiras de permacultura, conceito de planejamento e execução de ocupações humanas de forma sustentável, com respeito ao meio ambiente e “uso ético” dos recursos naturais e dos bens de consumo, de acordo com o administrador Leandro Jacinto, um dos proprietários da área.

“A idéia não era chegar e 'limpar o terreno'. É o contrário, as mudanças que fazemos têm a intenção de preservar o ambiente, e até melhorá-lo. O impacto passa a ser positivo”, relata.

“Temos três éticas na permacultura: cuidado com as pessoas, cuidado com a Terra e distribuição dos excedentes”, destaca Leandro Jacinto. Segundo ele, pensar a “arquitetura humana” com sustentabilidade é uma maneira de contribuir para "atenuar problemas mundiais, como a escassez de água, as restrições à produção de alimentos e até mesmo o aquecimento do planeta".

A sustentabilidade das construções também é aplicada nas soluções de saneamento básico. A água da chuva é armazenada em três grandes reservatórios, construídos com técnicas da permacultura. “É água suficiente para seis meses, sem precisar de outras fontes de abastecimento”, aponta Jacinto.

Nos banheiros, a descarga tradicional – que utiliza água potável – foi substituída por um sistema de compostagem: os resíduos são misturados à serragem e depois de passar por um processo bioquímico, são transformados em adubo orgânico para hortas e jardins. A irrigação com água da chuva e a adubação natural garantem a produção de hortaliças, leguminosas e frutas, para consumo da chácara. A meta dos moradores – três famílias atualmente – é ter 60% da sua alimentação produzida no local.

“A gente busca solução para vários problemas, de forma simples e reaplicável. Acreditamos que é possível ser responsável pela nossa própria existência”, sugere Jacinto.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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