ONG AFIRMA QUE HÁ SEIS MESES NÃO RECEBE VERBA PARA ATENDIMENTO À SAÚDE INDÍGENA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Maio de 2008

16 de Maio de 2008 - 07h41 - Última modificação em 16 de Maio de 2008 - 07h41
Ana Luiza Zenker
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Desde janeiro a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) não está repassando verbas relativas a um convênio de prestação de atendimento à saúde indígena a organizações do Mato Grosso. É o que afirma a organização não-governamental Operação da Amazônia Ativa (Opan).

A ONG atende as etnias Myky, Irantxe e Enawene, duas no município de Brasnorte e uma em Juína. De acordo com o auxiliar de enfermagem da Opan Jair Aparecido de Sá são cerca de 900 indígenas que recebem assistência básica, que inclui vacinação, pré-natal, acompanhamento do peso das crianças, entre outras ações.

“E isso demanda, dentro do município, aluguel de casa, que é o escritório, alimentação para os pacientes, quando vêm, manutenção dos veículos, e tudo isso hoje está cortado dentro da cidade por falta de pagamento, essa é a nossa situação hoje”, afirmou Jair à Agência Brasil.

Ele diz que são duas as principais preocupações. Uma é que os serviços tenham que ser completamente suspensos. Por enquanto, o atendimento em Brasnorte continua, mas já foi suspenso nas aldeias. “Nós moramos em uma região que é endêmica de malária, hanseníase, tuberculose, leishmaniose, então a qualquer momento pode haver um surto, e não ter ninguém para dar suporte, então o agravante mesmo é o risco de começar a morrerem pessoas por falta de atendimento na área”, disse.

A segunda ameaça é de que os profissionais que prestam o atendimento se desliguem da organização, pois não estão recebendo seus salários há três meses. De acordo com Jair, o pessoal que trabalha atualmente no atendimento nas aldeias “já está capacitado para trabalhar com a saúde indígena; quem trabalha com o povo Enawene, por exemplo, tem que falar a língua Enawene, eles não falam português”.

Em nota, a Funasa afirmou que desde julho de 2004, quando o convênio foi firmado, já foram repassadas 15 parcelas do valor total, e a última foi repassada no dia 28 de março, no valor de R$ 88.327,67. A 16ª parcela só será liberada depois que forem resolvidas as pendências referentes à prestação de contas anterior.

A coordenadora da Opan, Cleacir Alencar Sá, no entanto, garante que duas parcelas estão atrasadas desde janeiro, somando cerca de R$ 800 mil. Além disso ela afirma que a ONG nunca teve nenhum problema na prestação de contas e que está em dia com todos os serviços. “Mesmo se fosse prestação de contas, já tem mais de três meses, daria tempo de ter resolvido, né? Isso para mim é falta de vontade política e falta de interesse”, disse.

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Comissão vai receber autoridade canadense para discutir mineração em terras indígenas

14 de Maio de 2008 - 20h45 - Última modificação em 14 de Maio de 2008 - 20h45
Da Agência Brasil
Brasília - A Comissão da Câmara que discute a mineração em terras indígenas deverá receber no próximo dia 28 autoridades responsáveis por regular esse tipo de mineração no Canadá e também um líder indígena do país. O presidente da comissão, deputado Édio Lopes (PMDB- RR), que apresentou o requerimento para trazer os convidados estrangeiros, afirmou que considera as experiências de mineração em terras indígenas no Canadá bem sucedidas.

Lopes também usou como exemplos a mineração em terras indígenas na Austrália e a situação da etnia brasileira Waimiri-Atroari, que vive na divisa do Amazonas com Roraima.

"Se você for hoje à região dos Waimiri-Atroari, que é o melhor IDH [Índice de Desenvolvimento Humano] desse país, em comunidades indígenas, eles não perderam os costumes, eles não se misturaram com os brancos, mas recebem royalties da [mineradora] Paranapanema todo o mês na sua conta e recebem royalties da Eletronorte todo o mês na sua conta”, disse o deputado.

O líder indígena da etnia Macuxi, habitante da reserva Raposa Serra do Sol (RR), Jonas Marcolino, disse ser favorável a um projeto que trate a mineração em terras indígenas fora do projeto do Estatuto dos Povos Indígenas, ao contrário do que defendem outros líderes índios. “Eu creio que tem que ser em uma lei específica, que trate disso com mais minuciosidade”, considerou.

Marcolino também acredita que a mineração poderá trazer mais benefícios aos índios do que ações de preservação total da Amazônia.

A Comissão Especial de Exploração de Recursos Minerais em Terras Indígenas deverá apresentar o relatório final a respeito do Projeto de Lei 1610/96, que regulamenta a mineração em terras indígenas, no início de junho.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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