ESTADOS UNIDOS É O 1º PAÍS DO MUNDO A PROIBIR COMÉRCIO DE MADEIRA ILEGAL

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Junho de 2008

23 de Junho de 2008 Os Estados Unidos são o maior importador individual de madeira amazônica, responsáveis pela compra de 25% do total de madeira extraída na região.
Manuas (AM), Brasil — Legislação aprovada pelo Congresso americano inclui não apenas madeira em tora mas também produtos como móveis e papéis.

O Congresso americano aprovou no final da semana passada (19/06), legislação histórica que dá novos poderes aos Estados Unidos no combate à exploração e comércio de madeira ilegal. A nova lei, que proíbe a importação de madeira ilegal, incluirá não apenas madeira em tora, mas também diversos produtos florestais – de móveis a papéis.

A nova legislação é uma emenda ao chamado Lacey Act, estatuto de 100 anos que combate o tráfico de fauna e flora silvestre. Inclui agora o comércio de produtos feitos com madeira ilegal. De acordo com o texto da lei, passa a ser uma violação à lei federal americana a "importação, exportação, transporte, venda, recebimento, aquisição ou compra" de qualquer planta que tiver sido "retirada, possuída, transportada ou vendida" em violação às leis estrangeiras, incluindo proibição ou autorização de exploração madeireira, medidas de proteção florestal e legislação tributária. A nova lei entra em vigor em 180 dias.

"Esta é uma das mais importantes peças da legislação florestal já aprovada neste país", disse Carroll Muffett, coordenador-adjunto de campanhas do Greenpeace nos Estados Unidos.

"A decisão do Congresso americano representa um passo muito importante para controlar a exploração e comércio de madeira ilegal e o país conta, agora, com uma ferramenta poderosa para proteger as florestas, as comunidades locais e a biodiversidade no planeta, já que o que acontece no mercado americano tem impactos no mundo todo."

Os Estados Unidos são o maior importador individual de madeira amazônica, responsáveis pela compra de 25% do total de madeira extraída na região.

"Como boa parte da madeira produzida na Amazônia é ilegal, a decisão do Congresso americano pode fechar uma parte importante do mercado para a madeira brasileira", disse Marcelo Marquesini, coordenador do programa de madeira do Greenpeace na Amazônia.

A cada ano, milhares de hectares de florestas são destruídos pela exploração ilegal de madeira. Além de deixar um rastro de degradação ambiental, madeira ilegal e predatória provoca conflitos sociais, evasão de divisas e representa uma competição desleal para as empresas madeireiras que realizam o bom manejo florestal ou que são certificadas pelo FSC (Forest Stewardship Council ou Conselho de Manejo Florestal). As madeireiras americanas, por exemplo, perdem cerca de US$ 1 bilhão todos os anos por causa do comércio de madeira ilegal.

"A nova legislação americana mostra que a governança é importante inclusive para questões de mercado", continuou Marquesini.

"Se o Brasil quiser ser um ator importante no mercado internacional, ele deve fazer a lição de casa e aumentar a governança para garantir o respeito à legislação nas atividades em áreas de floresta."

Apesar da nova legislação americana ser uma boa notícia para a floresta, ainda há trabalho pela frente. Pela nova lei, importadores devem declarar a espécie e a origem de qualquer planta ou produto derivado, a fim de garantir a transparência na cadeia global de suprimento de madeira. No entanto, não detalha como isso será alcançado, evidenciando a necessidade de um sistema de rastreamento da cadeia de custódia da madeira.

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Três cidades gaúchas fecham as portas para madeira ilegal da Amazônia

25 de Junho de 2008 - São Leopoldo, Brasil — Santa Maria, Rio Grande e São Leopoldo foram as primeiras cidades gaúchas a aderirem ao programa Cidade Amiga da Amazônia, do Greenpeace. O programa tem como objetivo a adoção de leis locais, por parte dos municípios, para evitar o consumo de madeira amazônica proveniente de desmatamentos e exploração ilegal nas licitações das prefeituras.

“Santa Maria, Rio Grande e São Leopoldo são os primeiros municípios do Rio Grande do Sul a adotar medidas concretas para promover o desenvolvimento sustentável da Amazônia, ajudando a fechar o mercado de madeira ilegal”, comemora Adriana Imparato, do programa Cidade Amiga da Amazônia.

A primeira cidade gaúcha a aderir ao Cidade Amiga da Amazônia foi Santa Maria, no dia 2 de dezembro. “Esse é um protocolo histórico para a cidade”, afirmou o prefeito de Santa Maria, Valdeci Oliveira (PT), durante a assinatura do termo de compromisso com o Greenpeace e a Fundação Moã. “Promoveremos muitas ações com o Greenpeace, fazendo a fiscalização da madeira que passa por aqui”.

No dia 5 de dezembro foi a vez do prefeito de Rio Grande, Janir Branco (PMDB), a assinar o termo “Compromisso pelo Futuro da Floresta”, juntamente com o Greenpeace e o Núcleo de Educação e Monitoramento Ambiental (Nema). “Aqui em Rio Grande nossos compromissos não ficam só no papel. Temos uma equipe colegiada que cuida da implementação de cada documento que assinamos e, com Cidade Amiga da Amazônia, não vai ser diferente”, afirmou ele.

Dois dias depois, o prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi (PT-RS) também assinou o termo de compromisso. “Nossas compras serão sustentáveis a partir de agora. Pode ser difícil, mas faremos o que é de responsabilidade de poder público: defender a Floresta Amazônica, que é o principal patrimônio da humanidade”, afirmou o prefeito. Com a assinatura, São Leopoldo tornou-se o 26o município brasileiro a participar do Cidade Amiga da Amazônia.

A indústria madeireira é uma das principais forças de destruição da Amazônia. Cerca de 70% da madeira produzida na região é consumida pelo mercado brasileiro e as prefeituras consomem grandes volumes em obras públicas e mobiliário. Entre 2003 e 2004, 26.130 quilômetros quadrados de florestas foram completamente destruídos na Amazônia, o equivalente a seis campos de futebol desmatados por minuto.

Ao aderirem ao programa do Greenpeace, as prefeituras contribuem de maneira concreta para reduzir a destruição criminosa da floresta. Para tornar-se uma “Cidade Amiga da Amazônia”, as administrações devem formular leis municipais que exijam quatro critérios básicos em qualquer compra ou contratação de serviço que utilize madeira produzida na Amazônia: proibir o consumo de mogno, uma espécie ameaçada; exigir, como parte dos processos de licitação, provas da origem legal e em Planos de Manejo Florestal da madeira; dar preferência à madeira certificada pelo FSC, um sistema que garante a origem sustentável do produto florestal; e orientar construtores e empreiteiros a substituir madeiras descartáveis utilizadas em tapumes, fôrmas de concreto e andaimes por alternativas reutilizáveis como ferro ou chapas de madeira resinada.

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Desmatamento zero e revolução energética chegam ao Congresso

19 de Junho de 2008 Queimada na Amazônia - causa direta do aquecimento global.
rasília (DF), Brasil — Agora é brigar para que o relatório da Comissão Mista Especial de Mudanças Climáticas subsidie Plano Nacional do governo.

Zerar o desmatamento, investir em energias renováveis e em programas de eficiência energética são fundamentais para combater as mudanças climáticas. Isso a gente sabe há algum tempo e temos alertados às autoridades governamentais para a importância dessas medidas. Pois parece que elas finalmente se deram conta disso. Foi aprovado, quarta-feira (18/6) em Brasília, o relatório final da Comissão Mista Especial de Mudanças Climáticas do Congresso Nacional, elaborado pelo senador Renato Casagrande (PSB-ES).

O documento, que faz um diagnóstico da atual situação climática, analisa os recursos destinados à pesquisa e ao financiamento das atividades de adaptação e mitigação, e consolida os debates, recomendações (51 ao todo) e propostas legislativas referentes ao tema, traz em seu texto as três pedras de toque que o Greenpeace sempre levanta nas discussões sobre o assunto.

“Esperamos que esse documento não seja arquivado e esquecido, e que sirva como base para subsidiar o Plano Nacional de Mudanças Climáticas anunciado pelo governo brasileiro e que no momento está atrasado. É muito importante que o executivo dialogue com o legislativo de forma transparente e que incorpore as recomendações propostas pelo relatório, pois durante as audiências públicas ficou claro que a sociedade brasileira reconhece a necessidade e a urgência de se enfrentar a crise climática de forma efetiva, com compromissos mensuráveis de redução de emissões”, afirma Luis Piva, coordenador da campanha de clima do Greenpeace Brasil.

Ao longo de um ano e meio de atividades, foram debatidos temas importantes sobre clima no Brasil e no mundo tais como florestas, energia, mercado de carbono, agricultura, recursos hídricos, zonas costeiras, transportes, entre outros. As audiências públicas realizadas pela Comissão contaram com a participação da sociedade civil – entre elas o Greenpeace -, instituições de pesquisa e do setor privado.

O relatório é enfático ao priorizar a redução de emissões pelo combate ao desmatamento, já que esse é o grande vetor de emissões do Brasil - cerca de 75% das emissões vêm da derrubada de florestas, principalmente a amazônica, e faz referência ao pacto do desmatamento zero, proposto pelo Greenpeace e outras organizações ambientalistas.

No setor energético, o documento propõe a realização de leilões específicos para aquisição de energia eólica e biomassa, e criação de cooperativas de pequenos produtores para geração de energia, além de fazer referência ao relatório Revolução Energética, do Greenpeace. O documento recomenda também a adoção de políticas e estratégias para reduzir o consumo de energia e promover a eficiência energética.

 
 

Fonte: Greenpeace-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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