MINC QUER ESTENDER MORATÓRIA DA SOJA PARA MADEIREIRAS E FRIGORÍFICOS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2008

17/06/2008 - Gisele Teixeira - O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse nesta terça-feira (17), em Brasília, que o governo planeja estender a iniciativa conhecida como "moratória da soja" para os setores madeireiros e de carnes. A afirmação foi feita durante a renovação, por mais um ano, do compromisso da Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove), Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) e suas empresas associadas de "não comercializar soja oriunda de áreas desflorestadas dentro do Bioma Amazônico". O acordo foi instituído pela primeira vez em julho de 2006, com validade de dois anos.

De acordo com Minc, já foram realizados contatos com dirigentes de associações madeireiras e proprietários de grandes frigoríficos exportadores, que se dispuseram a assinar, no próximo mês, acordos semelhantes. "O espírito será o mesmo", disse.

O ministro destacou que nessa segunda fase da moratória da soja o governo está assumindo compromissos, o que não ocorreu na primeira, que envolveu apenas o setor privado. "A moratória é uma iniciativa bem-sucedida da sociedade civil. O governo está entrando agora e se compromete em realizar o cadastro e licenciamento ambiental das propriedades rurais no bioma Amazônia", afirmou Minc. O governo também fará o zoneamento ecológico-econômico nas áreas prioritárias para a produção de soja.

Para participar do processo, no entanto, Minc informou que o governo pediu uma contrapartida às partes - indústrias e organizações da sociedade civil participantes do Grupo de Trabalho da Moratória da Soja (GTS), responsável pela implementação e controle da moratória. Quer que em 60 dias eles apresentem um balanço mais detalhado dos avanços até agora, bem como das áreas mais problemáticas. "A gente só pode ser avalista de verdade se tiver um controle maior do acompanhamento das cadeias produtivas e dos resultados", acrescentou.

Durante o encontro, hoje, em Brasília, governo, Abiove e Anec assinaram um Termo de Compromisso - uma extensão da moratória - no qual se comprometem a trabalhar em conjunto para a preservação do meio ambiente com o desenvolvimento econômico na Amazônia, e também para aumentar a governança na região.

Na ocasião, Carlo Lovatelli, presidente da Abiove, lembrou que no monitoramento feito pela Globalsat, empresa contratada pelo setor privado, não foi encontrada soja cultivada em 193 polígonos analisados, num total de cerca de 40 mil hectares. O levantamento aéreo e de campo, ocorrido entre agosto de 2006 e agosto de 2007 nos estados de Rondônia, Pará e Mato Grosso - que, juntos, são responsáveis pela quase totalidade da soja plantada no bioma Amazônia, se concentrou nos desmatamentos maiores do que 100 hectares.

Lovatelli disse que com a entrada forte do governo há chances de, no prazo de um ano, melhorar a regularização fundiária na região, um dos gargalos para barrar o plantio de soja ilegal. "Sem regularização fundiária, não há zoneamento econômico na Amazônia", destacou o ministro, ao acrescentar que a expectativa é concluir o trabalho de regularização em 2009.

Paulo Adario, coordenador da campanha da Amazônia, do Greenpeace, disse que a iniciativa tem enorme peso, em especial porque as empresas representadas pela Abiove e a Anec controlam 94% do comércio brasileiro de soja, cujas exportações, em grãos, bateram um recorde em maio, com os embarques somando 4,442 milhões de toneladas. "A moratória dá uma sinalização para o mercado como um todo", afirmou. Adário acrescentou que um outro avanço nesses dois anos foi o aumento da confiança entre os dois setores que eram vistos como inimigos, o privado e as ongs.

Por outro lado, Adário lembrou que o desmatamento da Amazônia voltou a aumentar no segundo semestre de 2007, depois de três anos de queda, e que os preços elevados da soja no mercado internacional estão aumentando o apetite dos produtores por mais terras, o que cria um importante desafio para as empresas comprometidas com a moratória. Quando a moratória começou, em 2006, o preço da saca de 60kg era de US$10. Hoje está em US$23. "As trades terão de reforçar seu compromisso com a moratória e trabalhar junto aos produtores de soja para ajudar a reverter esse processo", acrescentou.

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MMA comemora Dia Mundial de Combate à Desertificação

17/06/2008 - Daniela Mendes - Dois seminários promovidos pelo Ministério do Meio Ambiente, em Natal (RN), vão marcar o Dia Mundial de Combate à Desertificação,comemorado hoje, 17 de junho. O II Seminário Estadual de Combate à desertificação reunirá especialistas de diversos segmentos da sociedade para debater iniciativas ligadas ao tema, a partir das 9h, no auditório da Emater, com o lançamento de estudos sobre o Zoneamento Ecológico Econômico do estado e da Rede RN Desert, com apoio do governo do Rio Grande do Norte, da Assembléia Legislativa e da Articulação do Semi-Árido (ASA).

Ainda dentro da programação, será feita a abertura do Seminário de Troca de Experiências que apresentará, durante os dias 18 e 19, no mesmo local, o resultado de uma iniciativa da Secretaria de Desertificação, Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do MMA que apoiou pequenos projetos locais no semi-árido, em parceria com a GTZ (Agência de Cooperação Alemã) e a ASA. Ao todo foram apoiados 13 projetos na 1ª edição do Fundo de Apoio a Iniciativas Locais de Combate à Desertificação. Entre eles, o do grupo Colméias, do Rio Grande do Norte, que atuou na capacitação, educação e combate à desertificação nas áreas de risco das regiões de Serra Verde e Salineira. Os outros projetos beneficiados são da Bahia, Piauí, Pernambuco, Paraíba, Maranhão e Minas Gerais.

Essa iniciativa terá sua continuidade este ano com a seleção de novos projetos e faz parte do processo de implementação da ação de ampliação do desenvolvimento de atividades familiares sustentáveis em microbacias das áreas suscetíveis à desertificação. Um segundo edital foi lançado em maio e o MMA está na fase final de avaliação das 46 propostas apresentadas.

O edital teve por objetivo selecionar projetos que possibilitem a geração de experiências e aprendizagens que ampliem a contribuição das Ongs e comunidades de base no combate à desertificação, em nível local, priorizando os quatro eixos temáticos que norteiam o Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (PAN-Brasil): a redução da pobreza e da desigualdade; a ampliação sustentável da capacidade produtiva; a preservação, conservação e manejo sustentável dos recursos naturais; e, por fim, a gestão democrática e o fortalecimento institucional.

O Fundo de Apoio a Iniciativas Locais é destinado a entidades sem fins lucrativos que tenham atuação nas áreas suscetíveis à desertificação e, mais particularmente, nas áreas de abrangência do Programa Proágua Semi-Árido Antidesertificação.

Os projetos deverão apresentar valores máximos de R$ 25 mil. O total de recursos disponíveis é de aproximadamente R$ 500 mil, oriundos do Projeto de Cooperação Técnica firmado entre MMA, IICA e GTZ.

 
 

Fonte: Ministério do Meio Ambiente
Ascom

 
 
 
 

 

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