LOCAL QUE ABRIGAVA ADOLESCENTE XAVANTE NÃO POSSUI AMBULÂNCIA, CONSTATA OAB

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Julho de 2008

1 de Julho de 2008 - Paula Laboissière - Repórter da Agência Brasil - Elza Fiúza/Abr - Brasília - Indígena do Parque do Xingu, Karoá , conversa com jornalistas durante a visita de integrantes da Comissão de Direitos Humanos da Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil à Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai)
Brasília - Kaioá do Xingu é um dos pouco mais de 50 indígenas que vivem na Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai) do Distrito Federal, onde a adolescente Jayia Xavante, que morreu na última quarta-feira (25), estava hospedada com a mãe e a tia. Ele afirma que a comida e as instalações oferecidas no local são boas, mas diz que não há ambulâncias para o transporte de doentes – apenas um único carro de passeio.

No dia da morte de Jaiya, ele estava no Hospital Universitário de Brasília (HUB) acompanhando a filha de 1 ano que permanece internada por causa de uma pneumonia.

"Aqui não tem ambulância. É muito difícil tirar paciente daqui. Tem uma enfermeira que cuida da gente. Só não tem carro.”

Kaioá estava nas instalações da Casai hoje (1º) durante vistoria da Comissão de Direitos Humanos (CDH) da seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF).

Além da falta de transporte adequado para pacientes, o presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência da OAB-DF, Osmar Alves, alerta que não há, na Casai, acessibilidade para pessoas cadeirantes – caso de Jaiya.

“As condições, de modo geral, não são tão precárias. O que realmente me preocupou mais foi a distância e o isolamento do lugar. As instalações não são ricas, são pobres, mas são capazes de atender as pessoas.”

Alves afirma que, apesar do isolamento, há uma quantidade adequada de guardas, responsáveis pela segurança do local, tanto nas entradas quanto nas instalações internas da Casai. “É difícil para alguém de fora entrar no prédio. Por isso, me parece que o delito [cometido contra Jaiya] só pode ter acontecido por meio de pessoas que moram lá.”

“Foi uma estupidez humana com uma criança deficiente, imóvel, sendo maltratada da forma como foi. É inconcebível, uma barbaridade completa e que deve ser condenada por todos”, disse Alves.

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Conselho Indigenista Missionário cobra elucidação da morte de índia xavante

4 de Julho de 2008 - Da Agência Brasil - Brasília - O vice-presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Roberto Antônio Liebgott, disse hoje (4) ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional, que espera a elucidação da morte da índia de 16 anos Jaiya Xavante, que estava abrigada na Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai).

A jovem tinha uma lesão neurológica – não falava e se locomovia com cadeira de rodas – e estava em tratamento desde o dia 28 de maio no abrigo. Atendida no Hospital Universitário de Brasília (HUB), Jaiya morreu no dia 25 de junho em conseqüência de uma perfuração de 40 centímetros em seu órgão genital, durante uma cirurgia.

De acordo com o delegado titular da 2ª Delegacia de Polícia, Antônio José Romeiro, responsável pelo caso, os índios do abrigo negam que a menina tenha sofrido violência sexual. Essa hipótese também já foi descartada pela investigação.

Segundo o relatório sobre violência de jovens indígenas do Cimi, os casos de estupro entre índios são esporádicos e normalmente estão associados ao álcool. “Na maioria das vezes, as violências sexuais são praticadas por homens brancos contra mulheres indígenas”, defendeu Liebgott.

Para o representante do Conselho Indigenista Missionário, esse caso serve para que a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), responsável pela saúde dos povos indígenas, analise a situação dos abrigos indígenas. “As casas de saúde acabam sendo um espaço em que convivem pessoas doentes de diferentes regiões, povos e culturas. As pessoas saem de sua aldeia com uma doença e ao retornarem não foram curadas e acabam ainda adquirindo uma o outra”, criticou.

A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Distrito Federal (OAB/DF), na visita à Casai, na última terça-feira (1º), constatou problemas nos equipamentos, na higiene do abrigo e a falta de pessoas qualificadas para atender e acompanhar os abrigados.

Segundo Liebgoti, a Funasa não têm estrutura para atender aos índios e acabou terceirizando esse serviço, o que limitou a prevenção e a cura de doenças desses povos. Ele sugeriu que a diversidade dos mais de 240 povos indígenas seja levada em consideração para a criação dos abrigos.

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Polícia recolhe lençóis e cadeira de rodas em casa de apoio onde morreu jovem índia

27 de Junho de 2008 - Juliana Maya - Repórter da Rádio Nacional da Amazônia - Brasília - Peritos da 2ª Delegacia de Polícia do Distrito Federal estiveram na Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai) e recolheram para análise os lençóis e a cadeira de rodas em que ficava a xavante de 16 anos, que morreu na última quarta-feira (25) no Hospital Universitário de Brasília (HUB).

O delegado responsável pelo caso, Antônio José Romeiro, aguarda o laudo preliminar do Instituto Médico Legal (IML) para confirmar se realmente houve estupro. “O que se comprova é que de fato algum instrumento com pelo menos 40 centímetros foi introduzido e esse instrumento perfurou o reto, o baço, o estômago e o diafragma. Essas lesões é que causaram possivelmente a hemorragia, depois a infecção e, em conseqüência, a morte”.

Na última quarta-feira (25), a jovem chegou a ser atendida no HUB, foi submetida a uma cirurgia, mas teve duas paradas cardíacas e morreu.

O delegado informou que está reunindo elementos para saber exatamente o que aconteceu e onde foi cometido o crime. Mas ele suspeita que tenha sido na própria Casai. “Pelas informações preliminares, que o fato ocorreu entre 24 e 48 horas do atendimento dela lá no HUB, então tudo indica que possa ter ocorrido lá na Casai”, afirma Romeiro.

Segundo nota da Funasa, a menina estava na Casai desde o dia 28 de maio, com a mãe e a tia. A adolescente fazia tratamento no Hospital Sarah Kubitschek, pois tinha lesão neurológica grave, não falava nem andava e se locomovia por meio de uma cadeira de rodas. A Casai é uma estrutura da Funasa que oferece apoio aos pacientes que passam por tratamento especializado na rede do Sistema Único de Saúde (SUS).

De acordo com o delegado, a Casai possui segurança 24 horas por dia, o que poderia dificultar o contato da índia com pessoas estranhas, principalmente, porque ela dependia de cuidados e, em princípio, não poderia ficar sozinha.

Romeiro não descarta a possibilidade de a Polícia Federal assumir o caso, mas enquanto isso não acontece, pretende ouvir todos os envolvidos, incluindo a família da adolescente e os funcionários da Casai. Os familiares da jovem índia já retornaram para a aldeia de São Pedro, no município de Campinápolis (MT), onde o corpo será enterrado.

O delegado acredita que um laudo preliminar poderá ser divulgado pelo IML em uma semana. O instituto afirma que o laudo oficial será divulgado em 30 dias.

Em nota à imprensa, o Hospital Universitário de Brasília informou que não vai se pronunciar sobre o caso.

Até o momento, a Polícia Federal diz não ter conhecimento de qualquer denúncia sobre a morte da indígena, embora, em nota, a Funasa afirme que encaminhou um ofício à PF pedindo que a denúncia seja investigada.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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