ONG DE RORAIMA CRITICA “XENOFOBIA” CONTRA ESTRANGEIROS QUE TRABALHAM COM ÍNDIOS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Julho de 2008

5 de Julho de 2008 - Marco Antônio Soalheiro - Repórter da Agência Brasil - Brasília - As investigações em curso pela Polícia Federal sobre a atuação de organizações não-governamentais sem fins lucrativos que atuam no Brasil são vistas com ressalvas pela direção da Comissão Pró-Yanomami (CCPY), entidade que atua há 30 anos em comunidades índigenas de Roraima e do Amazonas , mantida com recursos estrangeiros e por meio de convênios com o governo federal.

Segundo Marcos Wesley, presidente da CCPY, há de fato organizações desvirtuadas de seus propósitos, mas não pode haver generalização.

“É uma injustiça essa xenofobia de achar que pessoas de outro país não podem ter como causa pessoal, por exemplo, a garantia dos direitos de uma etnia como a dos yanomami. Alguns são mais brasileiros do que muitos que nasceram aqui. Encaminhamos solicitação ao Departamento da Polícia Federal para que se esclareça essa investigação”, argumentou o dirigente em entrevista à Rádio Nacional da Amazônia.

“Tem ONGs importantes para o Brasil e outras que são perversas e maléficas para o Estado brasileiro. Acho que estão misturando um pouco as coisas”, acrescentou.

A CCPY tem como principal parceiro estrangeiro a Agência Norueguesa de Desenvolvimento e Cooperação. No governo brasileiro, mantém convênios com o Ministério do Meio Ambiente para a criação de abelhas e esporadicamente com o Ministério da Educação para a formação de professores. A direção nega qualquer envolvimento em práticas irregulares, como troca de conhecimentos tradicionais da área por recursos de laboratórios farmacêuticos. “Temos um histórico marcado pela ética e justiça na missão de defesa dos direitos do povo Yanomami”, afirmou Wesley.

O dirigente diz que uma campanha contra a atuação das organizações estrangeiras em áreas indígenas ou de proteção ambiental atende a interesses econômicos questionáveis: “Querem expropriar os territórios indígenas que são as últimas terras conservadas. O que existe não são ONGs com interesses estrangeiros. São pessoas sensíveis às questões ambientais e dos direitos indígenas que se unem para que essa situação seja controlada. Por outro lado, tem interesses econômicos de brasileiros que vêem no índio empecilho para o desenvolvimento.”

Ontem, o ministro da Justiça, Tarso Genro, anunciou que governo federal editará em breve um decreto presidencial pelo qual todas as organizações não-governamentais que atuam em áreas de preservação ambiental ou terras indígenas terão que esclarecer seus objetivos e planos de trabalho no país, além de declarar suas fontes de financiamento.

Também já foi publicada uma portaria que obriga as ONGs a se recadastrar nos próximos 120 dias na Secretaria Nacional de Justiça, sob pena de cancelamento da autorização para que atuem no Brasil. Segundo o ministro, não se trata de uma “política anti-ONGs”, mas sim de detectar organizações que atuam com desvio de finalidade e prestigiar aquelas que prestam serviços relevantes .

O secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, informou que investigações da Polícia Federal apontam a existência no Brasil de organizações de fachada, algumas delas dedicadas à biopirataria e à aquisição de terras em áreas de fronteira.

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Senadores vão convocar madeireira e ONG acusadas de possuir terras ilegais na Amazônia

2 de Julho de 2008 - Ivan Richard - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Os membros da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado repudiaram hoje (2) os documentos enviados por representantes da organização não-governamental (ONG) inglesa Cool Earth e da madeireira Gethal Amazonas justificando suas ausências na audiência pública promovida para discutir a venda ilegal de terras na Amazônia, em especial, no município de Manicoré. As duas organizações são acusadas de possuir terras ilegais no município.

O senador João Pedro (PT-AM), que presidiu a audiência pública, afirmou que a documentação remetida pela ONG e pela madeireira não contribuiu para o debate “republicano” sobre a compra e venda de terras na Amazônia. “A ausência do grupo, que ainda tem escritório em Itacoatiara (AM), é uma ausência que não pode ter outra atitude dos senadores senão a de fazer uma crítica e repudiar a ausência das duas empresas”, disse o petista.

João Pedro ressaltou que, em virtude do não comparecimento das duas organizações à comissão e atendendo a requerimento do senador José Neri (P-Sol-PA), aprovou a convocação da ONG e da madeireira. Ou seja, a partir de agora, marcada a data para o comparecimento, tanto a ONG como a madeireira serão obrigadas a ir ao Senado. Antes, havia sido feito apenas o convite.

“Aprovamos a convocação da ONG e da Gethal para que elas prestem as explicações que o Senado precisa obter em relação à aquisição de terras na Amazônia por empresas estrangeiras sem a observância de princípios legais e constitucionais”, disse o senador José Neri, que avaliou as ausências com uma “afronta” e um “desrespeito” ao Congresso.

O senador paraense chegou a cogitar a possibilidade de se criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as denúncias de venda ilegal de terras a estrangeiros, não só na Amazônia, mas em todo o país.

“Vamos analisar qual melhor instrumento a ser utilizado para investigar a compra e venda de terras à especulação fundiária por estrangeiros no Brasil e não descarto a proposição de uma CPI para investigar esses fatos escandalosos, que se não tomarmos providências imediatas, o Brasil terá, em pouco tempo, boa parte de seu território nas mãos de estrangeiros”, afirmou Neri.

Em documento encaminhado pelo escritório de advocacia Tapajos & Tapajos, a empresa Gethal afirma que, apesar do interesse em “colaborar com o esclarecimento das questões suscitadas”, a madeireira não pôde comparecer à audiência em virtude “das investigações e processos judiciais e administrativos aos quais a Gethal Amazonas S/A vem respondendo no presente momento”.

A madeireira argumenta ainda que, desde 2006, paralisou suas atividades de exploração e beneficiamento de produtos florestais e que nenhuma atividade de exploração ou manejo de suas áreas foi realizada desde então. Diz também que “historicamente o controle acionário de capital estrangeiro é uma característica bastante comum nas indústrias madeireiras de grande porte”. Por fim, nega todas as acusações e afirma que “no devido tempo” fará sua defesa junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Já a ONG inglesa Cool Earth justificou sua ausência alegando não ter “até o presente momento”, representantes ou filiais no Brasil. Além disso, se defendeu afirmando ser uma entidade sem fins lucrativos com intuito de arrecadar fundos a serem destinados à proteção de florestas brasileiras. Argumenta ainda no e-mail enviado aos senadores que não possuiu nem tem interesse em possuir terras no país e que suas arrecadações “não se destinam à aquisição de terras, mas sim ao patrocínio de projetos que visem o desenvolvimento sustentável”.

A Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado não marcou a data para convocação da Cool Earth e da Gethal.

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Fiscalização de ONGs visa proteger áreas ambientais e terras indígenas, afirma Tarso

4 de Julho de 2008 - Marco Antônio Soalheiro - Repórter da Agência Brasil - Brasília - A exigência de recadastramento, em 120 dias, de organizações estrangeiras sem fins lucrativos com interesses no Brasil – determinada em portaria publicada hoje (4) no Diário Oficial da União - e a futura edição de um decreto presidencial com normas mais rígidas para que essas instituições se mantenham no país têm como objetivo um monitoramento mais eficaz das áreas ambientais e terras indígenas. A afirmação foi feita pelo ministro da Justiça ,Tarso Genro, ao defender as novas medidas.

“A finalidade é pôr uma ordem jurídica nessas regiões em que percebemos uma certa ausência de controle do Estado e de normas, o que faz com que algumas instituições se desviem das suas finalidades”, afirmou Tarso.

O secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, disse que, de acordo com investigações em curso pela Polícia Federal, existem no Brasil organizações de fachada, sendo que “algumas se dedicam a praticar biopirataria e a tomar posse de terras em áreas de fronteira”.

Segundo Tuma Júnior, a secretaria contabiliza a existência 167 organizações não-governamentais (ONGs) estrangeiras no Brasil, 27 com atuação na Amazônia Legal . A partir do recadastramento, a idéia é que o governo “separe o joio do trigo” e permita a permanência no país apenas das instituições que trabalham com seriedade.

“Precisamos ter um quadro real com controle efetivo, que nos possibilite saber quem atua onde, faz o quê e através de quem”, ressaltou.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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