MP DA GRILAGEM, APROVADA PELO CONGRESSO, É INCONSTITUCIONAL

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Julho de 2008

18 de Julho de 2008 O líder do PV na Câmara, deputado Sarney Filho, e assessores do partido, protocolam ação contra a MP da Grilagem.
Partido Verde entra com ação na Justiça contra a MP 422, mais conhecida como PAG, que já está na mesa do presidente Lula.

Com o objetivo de suspender os efeitos da Medida Provisória (MP) 422/08, mais conhecida como Plano de Aceleração da Grilagem (PAG), o Partido Verde protocolou quinta-feira no Supremo Tribunal Federal (STF) uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin).
Também chamada de PAI, Plano de Aceleração de Invasões, durante a polêmica sessão em que foi aprovada no Senado no último dia 10, a MP amplia o limite de 500 para até 1.500 hectares o limite de áreas invadidas na zona rural da Amazônia Legal que poderiam ser legalizadas pelo governo sem exigências, como uma licitação. Na avaliação do Greenpeace, a MP legaliza a grilagem de terras públicas na Amazônia e beneficia os seus infratores.

"Esperamos que o STF atue com a sensibilidade e o rigor necessários para anular esta MP da Grilagem, evitando assim que milhões de hectares da maior floresta tropical do planeta sejam entregues nas mãos dos grileiros", afirma Sérgio Leitão, diretor de Políticas Públicas do Greenpeace.

O Greenpeace entregou semana passada ao presidente do Senado, Garibaldi Alves, um DVD contendo um vídeo que usa linguagem da década de 1970 para satirizar o processo de ocupação ilegal de terras na Amazônia. Apesar do tom bem-humorado, o vídeo é um alerta para o fato de que crimes ambientais e conflitos de terras andam lado a lado em regiões onde não existe a presença constante do Estado, como a Amazônia.

A ação do PV sustenta que a Medida Provisória ofende princípios constitucionais de defesa do meio ambiente, além de violar acordos internacionais dos quais o Brasil faz parte, como a Convenção das Nações Unidas e a Convenção da Diversidade Biológica assinadas durante a Eco-92, no Rio de Janeiro. O PV argumenta ainda que a matéria não atende os critérios de urgência e relevância obrigatórios às medidas provisórias e que a ausência de licitação na concessão de terras ofende os princípios de moralidade e impessoalidade que regem a Administração Pública.

O líder do PV na Câmara, Sarney Filho (MA), avalia que a proposta vai privilegiar os grandes grileiros da Amazônia.

"Ao conceder 1,5 mil hectares para uma pessoa, você já dá autorização para que ele desmate legalmente 20% da área, sem contar o desmatamento ilegal já praticado", criticou o parlamentar.

Antes de sua aprovação em maio na Câmara, o Greenpeace e outras organizações ambientais entregaram aos presidentes do Senado e da Câmara um abaixo-assinado contrário à aprovação da MP. Depois de ter sido aprovada pelas duas instâncias do Congresso, a MP já está na mesa do presidente Lula para ser submetida à sua sanção ou veto.

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Governo e indústria do Pará assinam Pacto pela Madeira Legal e Sustentável

18 de Julho de 2008 São duas as formas mais comuns de se legalizar madeira extraída ilegalmente de florestas naturais: nas autorizações de exploração ou durante o transporte
Belém (PA), Brasil — Compromisso visa eliminar madeira ilegal e de desmatamento de parte da cadeia produtiva do estado. Moratória da Soja foi inspiração.

O Pacto pela Madeira Legal e Sustentável assinado nesta sexta-feira pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), governo do Pará e setor madeireiro que opera no estado, visa banir madeira ilegal e de desmatamento de parte da cadeia produtiva do estado.

Inspirado na Moratória da Soja, iniciativa da sociedade civil e da indústria que compatibiliza produção sem provocar novos desmatamentos na Amazônia, o pacto da madeira reconhece a importância dos acordos voluntários, da participação da sociedade e do setor produtivo para a proteção da Amazônia, em apoio aos esforços dos governos federal e estadual.

Segundo o Greenpeace, o acordo é um passo crucial para trazer governabilidade para o setor madeireiro visando reduzir o desmatamento e a degradação florestal. O acordo atende a várias demandas que a organização vem fazendo historicamente pela implementação de medidas de controle e sustentabilidade para a produção de madeira no Pará, onde a atividade madeireira é notória pelos altos índices de ilegalidade.

"No entanto, em um país onde intenções raramente se concretizam em gestos, o Pacto só resultará em proteção efetiva da floresta, benefício para as comunidades locais e promoção da indústria que respeita a legislação e privilegia o uso responsável dos recursos florestais se indústria e governo trabalharem para a implementação efetiva do acordo", disse Paulo Adario, diretor da campanha da Amazônia do Greenpeace, presente à assinatura do documento.

A medida, de caráter ainda local, fortalece iniciativas internacionais, como o atual processo em discussão pela União Européia para barrar a entrada de madeira ilegal no mercado europeu. Também é consistente com a recente decisão do Congresso norte-americano que criminaliza a comercialização pelos Estados Unidos de produtos madeireiros produzidos ilegalmente em seus países de origem.

Estima-se que entre 63% e 80% de toda a madeira produzida na Amazônia seja ilegal. A exploração ilegal e predatória de madeira não apenas impacta o modo de vida das comunidades locais, mas é também uma das principais causas das mudanças climáticas. No Brasil, o desmatamento e as mudanças no uso do solo, principalmente na Amazônia, são responsáveis por 75% das emissões de gases que provocam o efeito estufa.

 
 

Fonte: Greenpeace-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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