CARLOS MINC COMANDA OPERAÇÃO DE REPRESSÃO AO CRIME AMBIENTAL NA AMAZÔNIA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Julho de 2008

30/07/2008 - Ronie Lima - Em meio a um cenário desolador de devastação da Floresta Amazônica nos municípios paraenses de Altamira e Novo Progresso, operação de repressão ao crime ambiental comandada hoje (30/7) pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, terminou com a apreensão de 3,2 mil m3 de toras de madeira nobre, apreensão de 4.000 cabeças de gado de corte e multas somando R$ 10 milhões.

A operação, no chamado Arco do Desmatamento, no Distrito Florestal da BR 163, contou com a participação de cerca de 200 agentes da Polícia Federal, das polícias Militar e Civil do Pará, do Ibama e do Instituto Chico Mendes. Num sobrevôo de helicóptero pela área devastada, a partir da base militar de Cachimbo, o ministro ficou chocado com o que viu: grandes extensões de desmatamentos, queimadas e ocupação irregular de gado.

"Vamos enfrentar a realidade, a verdade é essa: o desmatamento. É necessário intensificarmos as operações de repressão, mas também dar alternativas econômicas para a população da região", disse Minc.

A operação comandada pelo próprio ministro começou por volta das 10h, com o pouso de um helicóptero da FAB em Castelo dos Sonhos, distrito de Altamira, no Sudoeste do Pará. Ali, tendo ao lado o presidente do Instituto Chico Mendes, Rômulo Mello, e o diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Flávio Montiel, Minc presenciou a apreensão de 3,2 mil m3 de toras de madeiras de até 1,5 metro de diâmetro, de árvores como angelim duro, jatobá, cedro e peroba.

O ministro anunciou então a doação da madeira apreendida à Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Pará, para que seja vendida e a verba revertida para operações de fiscalização contra desmatamentos. As toras foram encontradas estocadas em esconderijo, e ninguém apareceu para reclamar sua propriedade. O governo estadual espera arrecadar R$ 2 milhões com a venda da madeira apreendida.

Ao todo, reunindo uma grande quantidade de madeira apreendida recentemente no Pará, não só em Castelo de Sonhos, mas em Belém e Tailândia, o governo estadual pretende arrecadar R$ 20 milhões com sua venda, que serão revertidos para fortalecer as ações de combate ao crime ambiental.

Após protesto de um grupo de 50 pessoas que reclamavam do alto índice de desemprego na região, que vivia em torno do corte de madeira, com o início da Operação Arco de Fogo, da Polícia Federal, Minc acabou aplaudido quando afirmou que o governo federal pretende dobrar, já em 2009, a oferta de madeira certificada, originada de cortes controlados em florestas nacionais, a partir do estabelecimento de planos de manejo.

Em seguida, a equipe que acompanhava o ministro, inclusive 14 jornalistas, seguiu de helicóptero para a Fazenda São Sebastião, em Novo Progresso, dentro dos limites da Floresta Nacional de Jamanxim. Segundo investigações, a fazenda pertence a José Carlos da Silva, que mora em Mato Grosso, e foi arrendada por Sérgio Aparecido da Silva, que ali cria irregularmente 4 mil cabeças de gado.

O Ibama calcula que dos 1,3 milhão de hectares dessa unidade de conservação, o responsável pela fazenda tenha devastado 3 mil hectares de floresta. O gado foi apreendido e o fazendeiro multado em R$ 10 milhões, por dano a uma unidade de conservação, por desrespeito a um embargo da área, no ano passado, por desmatamentos e queimadas. Além disso, Sérgio da Silva foi intimado a retirar o gado da região em 30 dias. Caso não cumpra o determinado, o gado será apreendido e, mais tarde, vendido em leilão pelo governo federal.

O capataz da fazenda, David Joaquim Gonçalvez, foi conduzido para a delegacia policial da região para prestar depoimento em abertura de inquérito sobre os crimes ambientais praticados na região. O Ibama entrará com pedido de ação civil pública contra os donos da fazenda e do gado pelos danos causados ao meio ambiente. Além disso, foi solicitado ao Ministério Público abertura de inquérito criminal contra os dois.

Além do desmatamento e do gado pastando, a fazenda apresentava vários focos de incêndio. Por pouco, as labaredas não atingiram o helicóptero da comitiva ministerial, que teve que levantar vôo rapidamente para escapar do fogo.

Ao comentar os índices de desmatamento na Amazônia, que sofreram queda, Minc alertou, porém, que não dá para descansar: "Se a gente parar pra tomar fôlego, estamos fritos, carbonizados".

O ministro voltou a repetir que não se combate o desmatamento na Amazônia apenas com ações repressivas, mas principalmente incentivando-se alternativas econômicas para o sustento da população da região, para que seja estimulada a manter a floresta em pé.

Por isso, em curto discurso improvisado no distrito de Castelo de Sonhos, ele anunciou que o governo federal está investindo R$ 70 milhões para a elaboração de planos de manejo de 16 florestas nacionais - sendo seis na região do Distrito Florestal da BR 163, como a Flona de Jamanxim -, para que possa haver a exploração sustentável de madeira.

Esses planos deverão ficar prontos em 2009, e o governo espera arrecadar R$ 120 milhões com as concessões para a venda de madeira certificada. "Sem planos de manejo não há solução para a Floresta Amazônica", avaliou Carlos Minc.

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MMA quer construir agenda comum com as Reservas da Biosfera

31/07/2008 - Grace Perpetuo - A secretária de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, Maria Cecília Wey de Brito, abriu nesta quinta-feira (31), no Hotel Grand Bittar, em Brasília, uma reunião com as representações de todas as Reservas da Biosfera (RBs) brasileiras. O encontro - que contou também com a presença de representantes da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) - foi promovido pela Secretaria de Biodiversidade e Florestas (SBF) com o intuito de estreitar relações, trocar experiências e informações e avançar em um trabalho cada vez mais conjunto. "A idéia é convergir nossas ações ministeriais com as das reservas", disse a secretária. "Queremos construir uma agenda comum", reiterou.

O encontro foi oportunidade também para levar adiante alterações no decreto de 1999 que rege o Comitê Brasileiro do Programa "O Homem e a Biosfera" (Cobramab). Vinculado ao MMA, o Cobramab planeja, coordena e supervisiona no País as atividades relacionadas ao programa Man and Biosphere, da Unesco. É este programa o que confere o status de Reserva da Biosfera a áreas de importância mundial para a conservação da biodiversidade e a promoção do desenvolvimento sustentável.

De acordo com Maria Cecília, a reunião servirá também para debater a aproximação de outros departamentos, programas e projetos do MMA a ações ligadas às RBs. "Historicamente, a SBF lidera esse trabalho, mas temos a expectativa de trazê-lo para as secretarias de Mudanças Climáticas e de Extrativismo e de Desenvolvimento Rural Sustentável - e, eventualmente, para todo o ministério, de forma mais ampla", explica.

Biomas - Hoje, são sete as Reservas da Biosfera brasileiras, todas de grandes dimensões e coincidentes com os biomas nacionais (com exceção do Pampa): a RB Amazônia Central; a RB do Pantanal; a RB Cinturão Verde de São Paulo; a RB do Cerrado; a RB da Mata Atlântica; a RB da Caatinga; e a RB da Serra do Espinhaço.

Em linhas gerais, a missão essencial de uma Reserva da Biosfera é contribuir para a relação harmônica entre o homem e o meio ambiente em grandes territórios específicos e de imensa riqueza natural - conservando sua biodiversidade, paisagem e recursos hídricos; valorizando sua sociodiversidade e seu patrimônio cultural; fomentando ali o desenvolvimento econômico sustentável sob os aspectos social, cultural e ambiental; e apoiando projetos demonstrativos, a produção e a difusão de conhecimento, a educação ambiental e a capacitação, a pesquisa científica e o monitoramento nos campos da conservação e do desenvolvimento sustentável.

No Brasil, as RBs são administradas por meio de sistemas de gestão descentralizados e participativos, em conselhos nacionais, colegiados regionais e comitês estaduais compostos de forma paritária por órgãos governamentais (federais, estaduais e municipais) e instituições da sociedade civil (ONGs, universidades, comunidades tradicionais e setor empresarial). O modelo foi desenvolvido inicialmente pela RB da Mata Atlântica.

 
 

Fonte: Ministério do Meio Ambiente
Ascom

 
 
 
 

 

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