ESTADO NÃO PERDE CAPACIDADE DE ATUAR EM ÁREAS INDÍGENAS, DIZ ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Agosto de 2008

4 de Agosto de 2008 - Marco Antônio Soalheiro - Repórter da Agência Brasil - Antonio Cruz/Abr - Brasília - Advogado-geral da União, José Antônio Toffoli, secretário executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto, consultor jurídico do Ministério da Justiça Rafael Favetti e o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Márcio Meira, participam de seminário sobre a Terra Indígena Raposa Serra do Sol. O simpósio discute aspectos históricos e etnográfico referentes à área, como direitos indígenas, meio ambiente, soberania e faixas de fronteira.

Brasília - O advogado-geral da União, José Antonio Dias Toffoli, disse hoje (4) que a Constituição Federal não estabelece nenhuma restrição à homologação de terras indígenas em áreas de fronteira.

Ao participar de um encontro promovido pelo Ministério da Justiça para discutir a situação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, Toffoli ressaltou que o Estado brasileiro não perde a sua capacidade de atuação no interior das áreas habitadas por índios.

“A soberania estará até mais protegida com áreas indígenas homologadas do que se as terras fossem dadas a particulares”, afirmou.

Ele também esclareceu que os índios possuem apenas o usufruto das terras, mas não podem dispor das áreas. “Essas terras são inalienáveis, imprescritíveis e impenhoráveis.”

O advogado-geral da União lembrou que a Constituição prevê a remoção dos índios em casos excepcionais, se essa ação se mostrar necessária para a defesa nacional.

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Ministério da Justiça prorroga permanência da Força Nacional na Raposa Serra do Sol

4 de Agosto de 2008 - Da Agência Brasil - Brasília - O Ministério da Justiça prorrogou por 90 dias o prazo de atuação da Força Nacional de Segurança na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima.

De acordo com a Portaria n.º 1.414, publicada na edição de hoje (4) do Diário Oficial da União, o período deve ser contado a partir de 22 de julho e pode ainda ser prorrogado outras vezes. Os agentes da Força Nacional estão no estado desde o acirramento dos conflitos entre Índios e produtores de arroz, em maio, em função da demarcação da área.

A decisão levou em conta as operações desenvolvidas pelo Departamento de Polícia Federal, por determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no estado de Roraima, além de um pedido da própria PF.

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Reunidos em Roraima, agricultores ensaiam reação contra demarcação de terras indígenas

2 de Agosto de 2008 - Marco Antônio Soalheiro - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Agricultores de várias partes do país se unem para fazer críticas às recentes demarcações de terras indígenas anunciadas pelo governo federal. Os produtores rurais participam do 1º Encontro Nacional de Produtores Rurais e Desenvolvimento Sustentável em Áreas Fronteiriças, em Boa Vista, capital de Roraima.

A reunião – promovida pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e pelo governo de local – ocorre no estado onde está localizada a Terra Indígena Raposa Serra do Sol, área de 1,7 milhão de hectares, cuja demarcação é contestada na Justiça, com julgamento previsto para o dia 27 de agosto no Supremo Tribunal Federal (STF).

Na Raposa Serra do Sol vivem cerca de 18 mil índios e parte deles defende a expulsão dos arrozeiros que ocupam aproximadamente 1% da área da reserva. Para o líder dos arrozeiros de Roraima, Paulo César Quartiero, que coordena um movimento de resistência à saída dos fazendeiros da reserva, a presença dos agricultores de outros estados em Boa Vista tem uma simbologia importante.

“Nos dá uma força, um ânimo novo, no sentido de perceber que nossa luta não é solitária. Além de estarmos defendendo nosso interesse pessoal, defendemos a integridade territorial brasileira”, afirmou Quartiero em entrevista à Agência Brasil. “Enquanto os índios pedem apoio na Inglaterra, França, Itália, e até com o papa [eles] estiveram, nós produtores somos brasileiros unidos na mesma bandeira”, acrescentou.

“Somente os 25 mil hectares da plantação de arroz na região da Raposa Serra do Sol movimentam mais de R$ 100 milhões por ano”, afirmou o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Roraima, Almir Sá, conforme nota divulgada pela CNA. Ele se refere às perdas que uma eventual retirada dos arrozeiros da reserva indígena poderia acarretar à economia de Roraima.

Os dois principais eixos do debate entre os agricultores são o direito à propriedade e o que eles chamam de internacionalização da Amazônia.

“Há um risco para a soberania nacional, principalmente nas demarcações feitas nas áreas de fronteira”, afirmou o presidente do Sindicato Rural de Amambaí (MS), Christiano Bortolotto.

Bortolotto informou que pretende expor, durante o encontro, a situação dos agricultores do Mato Grosso do Sul, que se sentem ameaçados pela presença de antropólogos no estado para fazerem, em cumprimento a portarias da Fundação Nacional do Índio (Funai), estudos de demarcação de terras indígenas em 26 municípios.

“Nosso sentimento é de que os títulos de posse centenários têm que ser válidos, não podem ser invalidados de uma hora para outra”, reclamou Bortollotto.

O dirigente sindical negou o suposto objetivo da comitiva do Mato Grosso Sul de trocar experiências com Quartiero sobre um movimento de resistência. O líder dos arrozeiros também disse que não tem nenhuma orientação para os colegas, alegando serem eles de um estado com mais tradição agrícola que Roraima, mas afirmou que a posição contrária à demarcação das terras indígenas em áreas de fronteira é um propósito em comum entre ele e o grupo.

“A causa é de todo mundo. É a luta contra a instalação de uma nova ditadura subordinada ao interesse internacional, que não respeita o direito de propriedade e compromete até a existência de nossa nação. Temos que traçar um planejamento para reagirmos conjuntamente”, defendeu o arrozeiro.

Ao final do encontro na próxima terça feira (5), os agricultores prometem divulgar um documento intitulado “Carta de Roraima” com posições consolidadas sobre os temas em discussão.

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Marina Silva vê preconceito em críticas à demarcação da Raposa Serra do Sol

4 de Agosto de 2008 - Marco Antônio Soalheiro - Repórter da Agência Brasil - Brasília - As posições contrárias à demarcação em área contínua da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, seriam amparadas em uma visão preconceituosa sobre os índios. A opinião foi manifestada hoje (4) pela senadora Marina Silva (PT-AC), durante seminário promovido pelo Ministério da Justiça sobre o assunto.

"O Brasil precisa dar respostas aos diferentes segmentos da sociedade e os índios não são melhores nem piores do que ninguém. É pela demarcação das terras que eles [os índios] continuarão com o direito de terem seus meios de sobrevivência sem, necessariamente, conviver com os brancos", acrescentou a senadora.

A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva ressaltou que não deveria haver dúvidas na sociedade de que os índios são brasileiros, que apenas possuem práticas econômicas e sociais específicas. "O assombro de lidar com o diferente não deveria ser colocado com radicalidade. Isso ocorre para camuflar interesses", disse a senadora.

Marina Silva também lembrou que as terras indígenas são tradicionalmente áreas preservadas do ponto de vista ambiental e ressaltou que o julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), da constitucionalidade da demarcação em área contínua da Raposa Serra do Sol, previsto para o dia 27 deste mês, terá uma simbologia significativa.

"O julgamento será um teste importante para ratificar os esforços feitos pelos governos do presidente Fernando Henrique [Cardoso], que promoveu a demarcação, e do presidente Lula, que assinou a homologação das terras, ou irá representar um grande retrocesso", finalizou a senadora Marina Silva.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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