MAKUNAINA GRITA LANÇA CAMPANHA DE APOIO À MANUTENÇÃO DA DEMARCAÇÃO DA TI RAPOSA SERRA DO SOL

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Agosto de 2008

01/08/2008 - O coletivo Makunaima Grita, formado por integrantes da sociedade civil, divulga manifesto no qual pede o apoio de todos os brasileiros à mobilização pela manutenção da demarcação da Terra Indígena Raposa-Serra do Sol, em Roraima. Assine a petição on line que será entregue aos ministros do STF encarregados de julgar o caso.

A demarcação da Terra Indígena Raposa-Serra do Sol, assinada em abril de 2005 pelo Presidente Lula, está ameaçada. A desintrusão das terras ocupadas ilegalmente por arrrozeiros, que deveria se iniciar no final de março, em ação da Polícia Federal, terminou suspensa em abril pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A resistência que a ação da PF desencadeou entre os arrozeiros provocou conflitos com a destruição de pontes, o lançamento de bombas caseiras e até em enfrentamento armado, envolvendo índios e produtores. Neste mês de agosto, os ministros do STF deverão julgar o caso.

Por essa razão, o grupo Makunaima Grita pede o apoio de todos os brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito e da Constituição de 1988: “Não deixe que os direitos constitucionais no Brasil sejam desrespeitados. Assine a petição de apoio aos Ingarikó, Patamona, Makuxi, Taurepang e Wapixana, legítimos habitantes da TI Raposa Serra do Sol”, diz o manifesto. A petição será entregue aos ministros do STF. Para assiná-la clique aqui.

Quem é Makunaima

O nome do grupo é uma homenagem a Makunaíma, o herói criador e figura central nas cosmologias e mitologias desses povos. Suas peripécias deram origem, entre outras coisas, à paisagem, às formações rochosas da região e ao majestoso monte Roraima - o berço da humanidade.

Quem apóia a campanha

Diversas organizações apóiam o movimento, tais como:

Aliança pela Infância - Brasil
Associação Escola da Cidade – Arquitetura e Urbanismo
Associação Saúde Sem Limites (SSL)
Centro de Trabalho Indigenista (CTI)
Comissão Pró Índio de São Paulo (CPI–SP)
Comissão Pró-Yanomami (CCPY)
Espaço Cultural Resistência e Ousadia
Greenpeace
Instituto Iepé – Instituto de Pesquisa e Formação em Educação indígena
Instituto Pólis
Instituto Socioambiental (ISA)
Núcleo de Etnologia, Meio Ambiente e Populações Tradicionais (NEMA) - PUC SP
Núcleo de História Indígena e do Indigenismo (NHII-USP)
Núcleo de Transformações Indígenas (NuTI-UFRJ)
Prêmio Culturas Indígenas

Leia o dossiê que o ISA produziu sobre o caso.

O caso da demarcação da Raposa-Serra do Sol
A demarcação da Terra Indígena Raposa-Serra do Sol, em Roraima, se viu envolta numa grossa polêmica nacional. Embora administrativamente concluída desde 2005, com a edição do decreto presidencial pertinente, uma operação policial para a retirada de arrozeiros ocupantes de parte da área foi objeto de reação violenta e acabou suspensa por decisão liminar do STF, em abril de 2008, ensejando uma manifestação contundente do comandante militar da Amazônia contra a política indigenista. Manifestações favoráveis e contrárias à demarcação se sucederam, com farta cobertura da imprensa.

O processo oficial de reconhecimento dessa terra indígena se arrasta há décadas. Dezenas de pessoas (na maioria índios, mas também não índios) já perderam as suas vidas nessa disputa. Após estudos sucessivos, a área foi formalmente identificada pela Funai em 1993, com a publicação no Diário Oficial da União (DOU) do seu memorial descritivo com as coordenadas geográficas do perímetro proposto para demarcação, que privilegiou limites naturais e excluiu a cidade de Normandia e as terras no seu entorno. Nos doze anos seguintes até a sua homologação, fortes pressões políticas retardaram o processo administrativo e promoveram a invasão de arrozeiros, a criação de mais um município dentro da área e a divisão entre lideranças e comunidades indígenas locais.

Porém, a cada fluxo de conflitos, a TI Raposa-Serra do Sol retorna à mídia como se fosse uma novidade. Mudam os atores (agora são arrozeiros, mas já foram garimpeiros e criadores de gado) e permanece o enredo, mas para a maioria dos jornalistas e intelectuais, o caso re-emerge, desmemorizado, requentado e apropriado a se enquadrar nas paranóias do momento, a se reduzir a polêmicas entre grupos políticos, entre governo local e nacional, ou se extrapolar como caso de soberania nacional. No calor do debate, informações descontextualizadas e números contraditórios proliferam, ficando difícil para o leitor, cidadão ou observador não especializado entender o que é o que.

O tratamento do caso, frequentemente, tem ignorado os próprios índios. Embora sejam quase vinte mil naquela área, de distintos povos, falando suas próprias línguas, agrupados em quase duzentas aldeias e organizados em entidades próprias, os índios são reduzidos a peças de tabuleiro, ou simplesmente desaparecem da história, substituindo-se os seus direitos e anseios por supostos interesses de terceiros.

Para repor a história do caso, recuperar a memória dos intelectuais e prevenir a opinião pública brasileira e as autoridades com poder de decisão, o ISA publica este dossiê que contém documentos, mapas, artigos assinados e notícias.

 
 

Fonte: ISA – Instituto Socioambiental
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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