MINC COMEÇA A NEGOCIAR ALTERNATIVA PARA REDUÇÃO DE ENXOFRE NO DIESEL

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Agosto de 2008

5 de Agosto de 2008 - Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil - Elza Fiúza/Abr - Brasilia - O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, preside reunião para tratar da redução da concentração máxima dos níveis de enxofre no diesel
Brasília - O governo teve que começar a negociar um plano B para a resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) que determina a redução da concentração de enxofre no diesel a partir de janeiro de 2009 e que não será cumprida no prazo. A indústria automobilística alega que não há tempo hábil para colocar no mercado novos tipos de motores para funcionar com o diesel menos poluente.

A resolução do Conama impõe um limite de 50 partes por milhão (ppm) do teor de enxofre, o chamado diesel S50. Atualmente, a concentração no diesel brasileiro é de 500 ppm nas regiões metropolitanas e de 2.000 ppm nas áreas rurais. A norma foi estabelecida em 2002 e deveria entrar em vigor no próximo ano.

Após uma reunião com representantes da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos (Anfavea), da Petrobras, da Agência Nacional do Petróleo (ANP), do Ministério Público Federal e da sociedade civil, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, reconheceu hoje (5) que, diante do impasse, já é hora de pensar em alternativas para que a norma do Conama não caduque na véspera.

“Vamos avançar a negociação para a etapa seguinte, de redução ainda maior, para chegar a 10 ppm em 2011, o que só aconteceria em 2016. Queremos transformar o problema em uma solução, um atraso em um ganho ambiental”, avaliou.

A proposta do MMA é antecipar a meta de diesel com concentração de 10 ppm de enxofre, o chamado S10, para compensar o atraso no cumprimento da resolução do Conama. Em vez de desenvolver motores do tipo Euro 4, para o diesel S50, já em 2009; as montadoras teriam que colocar no mercado até 2011 o Euro 5, para diesel S10, menos poluente.

“[As indústrias] dizem que receberam combustível especificado só agora e que demora dois ou três anos para preparar um motor; já que vão preparar um motor partindo do zero, em vez de preparar o Euro 4, preparem um Euro 5; esse é o pulo do gato”, ponderou.
Com o novo acordo, em janeiro de 2009 as empresas teriam apenas que cumprir obrigações compensatórias, como a regulagem dos motores atuais das frotas cativas das regiões metropolitanas para receberem o diesel S50. Ou seja, mesmo sem novos motores, ônibus e caminhões já começariam a utilizar o combustível com menos enxofre.

“Dessa vez, vamos fiscalizar. O não-cumprimento significará não licença para esses veículos novos que sairão das fábricas. Aí sim, nós, ANP e outros ministérios vamos acompanhar passo a passo, o que, diga-se de passagem, não vinha sendo feito pelo governo; houve vários atrasos e o governo talvez devesse ter sido mais duro no passado”, apontou.

A definição de um arcabouço jurídico para justificar o descumprimento da portaria do Conama e regular os novos prazos de metas de redução ainda serão discutidos em mais uma reunião – “definitiva”, segundo Minc – no próximo dia 26.

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Ministros decidem proibir plantio de cana na Amazônia e no Pantanal

4 de Agosto de 2008 - Danilo Macedo - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Não será permitida plantação de cana-de-açúcar na Amazônia e no Pantanal. As exceções serão as áreas de três usinas já instaladas nos estados do Acre, do Amazonas e do Pará, e uma com projeto aprovado no estado de Roraima, além das regiões do planalto pantaneiro onde já existem plantações há mais de 10 anos e em áreas degradadas.

A decisão foi tomada hoje (4) à noite, após mais de duas horas de reunião entre os ministros do Meio Ambiente, Carlos Minc, e da Agricultura, Reinhold Stephanes. Minc considerou o resultado do encontro para tratar do zoneamento agroecológico da cana-de-açúcar “bom para todo mundo”.

“Estamos preservando, com esse acordo, o bioma amazônico e pantanal, não quebrando a produção já existente e colocando restrições que vão fazer com que ela se adeque à defesa do bioma, e não o contrário”, afirmou, após o encontro, realizado no gabinete de Stephanes.

No planalto pantaneiro apenas será permitido o plantio direto, sem uso de máquinas ou agrotóxicos. Na planície, será proibido qualquer tipo de plantio de cana-de-açúcar. A intenção, segundo os ministros, é diminuir erosões e o assoreamento dos rios.

Segundo Minc, a fiscalização dessas áreas precisa ser feita em conjunto, “porque uma coisa é a filosofia do acordo e outra é o ‘cumpra-se’ do acordo”.

Stephanes disse que o texto do acordo será encaminhado ao Palácio do Planalto para que seja analisado e depois tomadas as medidas necessárias a sua execução, o que pode levar até um mês.

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Minc e cientistas se reúnem semana que vem para discutir acesso a recursos naturais

2 de Agosto de 2008 - Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil - Brasília - A polêmica entre governo e cientistas sobre o acesso a recursos da biodiversidade para pesquisa deverá ganhar mais um capítulo na próxima semana. Na terça-feira (5), o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, receberá um grupo de representantes da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e o tema principal será o anteprojeto de lei que irá substituir a Medida Provisória 2.186/2001, que atualmente regula pesquisas com recursos da biodiversidade, como plantas medicinais, por exemplo.

A MP e o anteprojeto são alvo de críticas de membros da comunidade científica. Para eles, as restrições à pesquisa previstas no texto dão aos cientistas tratamento de “biopiratas”. Entre as exigências está a necessidade de aprovação das pesquisas pelo Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGen), instrumento burocrático, na avaliação deles.

Desde 2001, o CGen só concedeu 11 autorizações de pesquisa. Atualmente, cerca de 60 projetos estão sobrestados, ou seja, iniciaram as pesquisas sem autorização, pediram ajuste de conduta para dar continuidade, mas dependem de decisão da Advocacia-Geral da União.

Minc adiantou na última semana que está negociando modificações no anteprojeto de lei, para “reduzir em 60% a burocracia do texto” e que terá “boas novidades” para os representantes da SBPC na reunião desta semana.

“Vamos tratar dessa legislação, que atualmente dificulta a pesquisa, e também conversar para criar um novo tipo de relacionamento entre a comunidade científica e o Ministério do Meio Ambiente, principalmente com o Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis]. Não pode haver um clima de suspeição em torno dos cientistas”, argumentou um dos vice-presidentes da SBPC professor Otávio Velho.

Além de Otávio Velho, o presidente da SBPC, Marco Antônio Raupp, e a também vice-presidente da entidade, Helena Nader, participarão da reunião com Minc.

“Reconhecemos a importância do Ibama, é preciso criar um clima de colaboração. Acredito que poderemos inclusive utilizar áreas do Ibama para atividades de Educação Ambiental, por exemplo”, ponderou o professor.

Na última quinta-feira (31), o novo presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, Rômulo Mello, defendeu a abertura das unidades de conservação para pesquisa como umas das metas de sua gestão. “Seremos a maior instituição de pesquisa do mundo, não por termos mais pesquisadores ou mais dinheiro, mas por colocarmos as unidades de conservação à disposição dos pesquisadores”, defendeu.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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