ACORDO VAI GARANTIR RECURSOS PARA DESENVOLVER REGIÃO DE ALTO SOLIMÕES

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Agosto de 2008

13 de Agosto de 2008 - Amanda Mota - Repórter da Agência Brasil - Manaus - O governo do Amazonas e o Banco Mundial firmaram um acordo de financiamento para garantir a realização do projeto de desenvolvimento da região do Alto Solimões. Os recursos totalizam US$ 35 milhões e serão aplicados nos próximos quatro anos em obras de saneamento, desenvolvimento sustentável e saúde nos nove municípios da região. Juntas, essas cidades ocupam 213 mil quilômetros quadrados, com uma população próxima de 230 mil habitantes, vivendo nas áreas urbana e rural e em quase 150 aldeias indígenas.

O acordo, firmado ontem (12) em Tabatinga, é resultado de quatro anos de negociações, consultas e estudos de órgãos dos governos federal e do Amazonas, da sociedade civil e do banco. A idéia de investir no Alto Solimões surgiu em 2002, quando uma pesquisa do governo amazonense identificou a área como a região com os mais elevados índices de pobreza e de vulnerabilidade a doenças, além de concentrar os piores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do Amazonas.

Apesar desses fatores, a região é rica em recursos naturais, abriga grandes áreas de floresta preservada e vasta diversidade de peixes. O Alto Solimões é considerado estratégico pelo governo federal por estar localizado na tríplice fronteira - Brasil, Colômbia e Peru.

Segundo o secretário de Produção Rural do Amazonas, Eron Bezerra, o desenvolvimento da região permitirá, por exemplo, o fim do comércio ilegal de peixes, entre Tabatinga e Colômbia. O secretário antecipa que uma das medidas para desenvolver a região será a implantação de um sistema pesqueiro que organize a atividade no local. De acordo com ele, porém, não é possível saber a quantidade exata de peixe contrabandeado.

"É difícil precisar isso. Ainda assim, pelo que estamos observando, das 130 toneladas de peixe pescadas por mês, cerca de 100 [toneladas] são contrabandeadas".

Um engenheiro da Sepror já está em Tabatinga para identificar os problemas relacionados à atividade pesqueira e para treinar os profissionais que irão atuar na região. Na região o contrabando de peixes para a Colômbia é aberto.

“É preciso criar as oportunidades para que o pescador brasileiro possa trabalhar de forma regular. A idéia é que a região tenha um conselho gestor da atividade pesqueira que seja formado por associações e conselhos de pesca locais, com apoio técnico da Sepror e da prefeitura", acrescenta Bezerra.

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Venda ilegal de pescado para a Colômbia é problema antigo na região do Alto Solimões

13 de Agosto de 2008 - Amanda Mota - Repórter da Agência Brasil - Brasília - A venda ilegal de pescado para os colombianos é um problema antigo para os pescadores de Tabatinga, na região do Alto Solimões. Em entrevista à Agência Brasil, o pescador Francisco de Castro lamentou a situação, dizendo que, por não terem outras alternativas de renda, esses trabalhadores são obrigados a vender o pescado aos colombianos por preços insatisfatórios. Na Colômbia, esse peixe chega a ser vendido pelo triplo do preço.

"Seria preciso ter aqui um frigorífico ou um grupo comercial maior que comprasse o nosso peixe. A gente quer vender de forma justa e aqui mesmo no Brasil, porque os colombianos acabam fazendo o que eles querem e comprando o peixe ao preço que eles querem”.

Segundo Castro, muito brasileiro fica “na mão deles e devendo muito”. Para receber as dívidas, os colombianos tomam as malhadeiras (redes de pesca) e motores dos pequenos barcos dos pescadores brasileiros .”É o colombiano que controla o pescado".

Segundo o governador do Amazonas, Eduardo Braga, os projetos para o Alto Solimões já estão prontos. Todo planejamento faz parte do Projeto de Desenvolvimento Regional do Estado do Amazonas (Proderam) que será implantado na região.

A liberação dos US$ 35 milhões previstos em acordo firmado com o Banco Mundial lares deve ocorrer até outubro. Com isso, as obras para construção de unidades básicas de saúde, implantação do sistema de saneamento (as cidades da região não dispõem desse tipo de sistema), promoção de atividades produtivas no setor madeireiro, não-madeireiro (extração de óleos e beneficiamento de castanha, por exemplo), e pesqueiro começam no início de 2009.

Também estão previstos a implantação de um programa de capacitação, o aperfeiçoamento da política florestal e a contratação de técnicos que possam contribuir com os projetos produtivos nos municípios.

O presidente do Tibunal de Contas da União, Walcon Rodrigues garantiu total apoio ao projeto e disse que o tribunal acompanhará as ações com a fiscalização dos trabalhos propostos. Do total de investimentos, US$ 10,7 milhões são provenientes do governo do Amazonas.

"As obras no Alto Solimões são de interesse nacional e tratam-se de uma questão estratégica. Vamos acompanhar os trabalhos para que todos os recursos investidos no local sejam aplicados às finalidades a que se destinam", destaca.

O Alto Solimões é composto pelos municípios de Atalaia do Norte, Amaturá, Benjamin Constant, Tabatinga, São Paulo de Olivença, Santo Antônio do Içá, Tonantins, Jutaí e Fonte Boa. Eles ocupam um território equivalente ao somatório as superfícies dos estados do Rio de Janeiro, Alagoas, Sergipe, Paraíba, Rio Grande do Norte e Distrito Federal.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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