ÍNDIOS BRASILEIROS NÃO PRECISAM DE AMPARO INTERBNACIONAL, DEFENDE AYRES BRITTO

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Agosto de 2008

27 de Agosto de 2008 - Amanda Cieglinski - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Ayres Britto, relator da ação que contesta a demarcação em faixa contínua da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, afirmou no início de seu voto que a Constituição Federal já contém dispositivos suficientes para defender os direitos dos índios brasileiros.

“O magno texto federal os protege, basta que ele saia do papel e seja incorporado ao cotidiano. É a nossa Constituição que os índios brasileiros devem reverenciar como sua carta de alforria, e não essa ou aquela declaração internacional de direito”, afirmou o ministro em referência à Declaração dos Povos Indígenas da Organização das Nações Unidas (ONU), que trata da auto-determinação dos povos e costuma ser citada pelos defensores da demarcação contínua.

A primeira parte do voto de 108 páginas durou uma hora e dez minutos. Depois de um intervalo, o julgamento será retomado.

Ayres Britto reforçou que nenhum documento jurídico internacional supera “a nossa Constituição quando se trata de reconhecer as causa indígenas”.

“Ela [Constituição] nos coloca na vanguarda mundial no trato das questões indígenas”, avaliou.

Em seu voto, o ministro defendeu ainda que o processo de aculturação (adaptação ou fusão de culturas) entre índios e brancos não traz necessariamente prejuízos a uma das partes.

“A aculturação é a possibilidade de experimento de mais de uma cosmovisão, um somatório e não uma subtração”, indicou.

O ministro ressaltou ainda que a fraternidade entre os povos é um dos princípios fundamentais da Constituição.

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Índios esperam decisão favorável à homologação contínua da "terra prometida"

27 de Agosto de 2008 - Luana Lourenço - Enviada Especial - Terra Indígena Raposa Serra do Sol (RR) - Em vigília desde o início da manhã para acompanhar o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a legalidade da demarcação contínua da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, líderes indígenas ligados ao Conselho Indígena de Roraima (CIR) esperam "com esperança" uma decisão favorável à homologação feita pelo governo federal em 2005 e aguardam a saída dos arrozeiros.

"Estamos aguardando que se cumpra a lei. Se o decreto de homologação não for cumprido vai ser um desrespeito à Constituição brasileira. Vai ser muito ruim para nós, o povo indígena vai continuar sofrendo, desassistido, sendo perseguido e derramando seu sangue", afirmou o coordenador regional do CIR, Walter de Oliveira.

Em uma missa celebrada em português e no dialeto macuxi, cerca de 500 indígenas ouviram comparações entre a Raposa Serra do Sol e a "terra prometida" e com orações católicas pediram que a decisão do STF determine a saída dos arrozeiros.

Oliveira reafirmou que, qualquer que seja a decisão do tribunal, os indígenas ligados ao CIR permanecerão na Raposa e não desocuparão nenhuma área dos 1,7 milhão de hectares da reserva.

"A comunidade vai continuar aqui. Nasceu aqui, vive aqui e vai morrer aqui; não temos outro lugar. Dizem que vamos invadir as fazendas; como podem dizer que é invasão se nascemos aqui nessa terra?", apontou.

Um grupo de indígenas opositores do CIR - favoráveis à permanência dos arrozeiros - acompanha o julgamento ao vivo por uma televisão.

Apesar da aparente tranqüilidade entre os grupos, 150 homens da Polícia Federal e pelo menos 40 da Força Nacional de Segurança estão na Vila Surumu.

"Só vai haver conflito se for por parte dos invasores arrozeiros", afirmou Oliveira sem descartar a possibilidade de reação violenta.

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Líder indígena quer convencer ministro do Supremo a votar pela demarcação contínua

28 de Agosto de 2008 - Luana Lourenço - Enviada especial - Terra Indígena Raposa Serra do Sol (RR) - O coordenador-geral do Conselho Indígena de Roraima, entidade que lidera a mobilização pela demarcação contínua da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, Dionito José de Souza, vai a Brasília tentar convencer o ministro do Supremo Tribunal Federal Carlos Alberto Menezes Direito a votar a favor da manutenção da homologação feita em 2005 pelo governo federal.

O Supremo começou a analisar ontem (27) a ação que questiona a demarcação, mas o julgamento foi suspenso depois que o ministro Direito pediu vista do processo.

O único a votar foi o relator, ministro Carlos Ayres Britto, que foi favorável à manutenção da demarcação contínua.

“Vou conversar com o ministro Menezes Direito, saber quais as preocupações dele, mostrar o que nós pensamos, como vivemos, entender o que se passa”, adiantou hoje (28), apesar de ainda não ter data agendada para a visita ao ministro.

Na avaliação do líder indígena, faltou comprometimento do tribunal em avançar no julgamento da legalidade da demarcação da região.

“As autoridades do país já poderiam estar resolvendo outros assuntos de interesse do Brasil. Para que esperar tanto? Para que pedidos de vista?”, questionou.

Souza reafirmou que as comunidades indígenas favoráveis à demarcação contínua não pretendem entrar em conflito com grupos ligados aos produtores de arroz, e aguardarão a decisão definitiva do tribunal de forma pacífica.

“Se sofrermos qualquer tipo de violência enquanto não sai o resultado, vamos denunciar diretamente ao Supremo Tribunal Federal”, disse.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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