LIXO RECICLÁVEL RECUPERADO NO PAÍS AINDA É POUCO, DIZ SECRETÁRIO

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Agosto de 2008

27 de Agosto de 2008 - Ana Luiza Zenker - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Enquanto cada brasileiro produz em média 920 gramas de lixo sólido por dia, a quantidade de lixo reciclável que é recuperada, seja na coleta seletiva seja por catadores, chega apenas a 2,8 kg por ano, por habitante. “É um volume baixo em relação ao que é produzido porque, na verdade, a coleta seletiva atinge um percentual só do volume produzido”, afirmou, em entrevista à Agência Brasil, o secretário nacional de Saneamento Ambiental, Leodegar Tiscoski.

Os dados são do Diagnóstico do Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos/2006, feito pelo Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento (SNIS), que vai ser divulgado hoje (27) pelo Ministério das Cidades.

Apesar do baixo índice de coleta seletiva, o secretário disse que a quantidade de lixo produzido pode ser considerada boa. “Só que nos países desenvolvidos, esses volumes tendem a diminuir, uma vez que já existe uma política de redução da produção de lixo, ou seja, tanto nos domicílios quanto na indústria, o que é levado para a coleta é um volume menor, porque há uma redução na produção e há uma seleção prévia desse lixo, do que não vai para o aterro, mas para a reciclagem”.

O diagnóstico do SNIS obteve informações de 247 municípios, que concentram quase 50% da população brasileira. Nessas cidades, 90% dos habitantes são atendidos pelo serviço de coleta de resíduos sólidos, lixo produzido em casa e na indústria que não é enviado para o esgoto.

No entanto, a coleta seletiva formal, feita com caminhões adequados, está presente em 55,9% dos municípios pesquisados, enquanto catadores de lixo trabalham em 83% dos casos. Entre os principais materiais coletados estão papel e papelão (44,3%), plásticos (27,6%) e metais (15,3%).

Atualmente, segundo o secretário, existem no Brasil mais de 700 mil catadores de lixo reciclável. Cerca de 53% dos catadores dos municípios pesquisados estão ligados a alguma cooperativa. Em 160 cidades, “foram destinados [pela secretaria] R$ 50 milhões para a construção de galpões de catadores, um programa que visa a organizar essa classe”, para dar condições de trabalho melhores nas cooperativas e associações, informou Tiscoski.

Na opinião do secretário, são necessárias ações tanto para conscientizar a população sobre a importância da separação do lixo em casa quanto para instrumentalizar a coleta seletiva nos municípios. “De nada adianta ter uma seleção no domicílio se é tudo jogado dentro de um volume só, não recebe nenhum tratamento; o transporte e a destinação têm que ser separados”, acrescentou.

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Para secretário, recuperar lixões é prioridade do governo

27 de Agosto de 2008 - Ana Luiza Zenker - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O secretário nacional de Saneamento Ambiental, Leodegar Tiscoski, disse que a ação que requer mais urgência do governo federal no que diz respeito ao manejo de resíduos sólidos é destinar recursos e apoiar os municípios para a recuperação dos lixões - que são mais de 1,5 mil em todo o país - com a construção ou manutenção de aterros sanitários.

“É o mais grave, porque esses lixões já estão aí, muitos ainda em funcionamento, e há necessidade de recuperar toda essa área que já está com problemas de agressão [ao meio ambiente], com chorume, gases e tudo o mais”, afirmou o secretário, em entrevista à Agência Brasil.

Segundo dados do Diagnóstico do Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos, que reuniu informações de 247 municípios onde está concentrada quase 50% da população - e que vai ser divulgado hoje (27) pelo Ministério das Cidades - 61% do lixo coletado nessas cidades vai para aterros sanitários, “o que é o ideal”.

Os aterros controlados - que têm uma estrutura melhor do que os lixões, mas onde há o trabalho de catadores - recebem cerca de 25% do lixo. Já o lixões ficam com 13,6% do material coletado, nos municípios que repassaram informações para o diagnóstico. Tiscoski ressaltou, no entanto, que a amostra analisada representa, em grande parte, cidades maiores, grandes centros urbanos, enquanto a maioria dos lixões ainda está nas cidades pequenas e médias.

Outro problema que preocupa o secretário é que das 532 unidades de aterro sanitário catalogadas no estudo e que passaram informações sobre licenciamento ambiental, apenas 39% têm algum tipo de licença dos órgão de meio ambiente.

Ele espera que, com a lei que institui o Sistema Nacional de Resíduos Sólidos - “fundamental porque vai regulamentar o setor” - que tramita na Câmara dos Deputados, seja possível destinar recursos e apoiar os municípios, para que possam elaborar seus planos de saneamento.

Uma das alternativas para a viabilidade de aterros sanitários é a construção de aterros consorciados entre municípios próximos. É um modelo que já existe em alguns locais do Brasil, como Timbó e Uruçanga, em Santa Catarina. Cada município reciclaria o que fosse possível e o restante iria para um aterro compartilhado. “Isso vai reduzir a área de impacto e otimizar em termos de utilização de equipamentos”, destacou o secretário.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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