MANIFESTANTES FECHAM RODOVIA EM PROTESTO PELA
DEMARCAÇÃO CONTÍNUA DA RAPOSA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Agosto de 2008

26 de Agosto de 2008 - Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil - Marcello Casal JR/Abr - Boa Vista (Roraima) - Integrantes de movimentos indígenas, Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) protestam pela demarcação contínua da Terra Indígena Raposa Serra do Sol e pela ocupação de uma fazenda às margens da BR-174. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, cerca de 500 pessoas fecharam a rodovia por mais de 2 horas.

Roraima - Um grupo de cerca de 500 manifestantes fechou hoje (26) a BR-174, que liga Boa Vista a Pacaraima, por quase três horas para pedir a manutenção demarcação contínua da Terra Indígena Raposa Serra do Sol.

Amanhã (27), o Supremo Tribunal Federal (STF) vai julgar a legalidade da demarcação, questionada por produtores de arroz e agricultores que vivem na área.

Sob sol forte, o protesto reuniu indígenas, agricultores, representantes dos Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST).

Além de defender a demarcação da Terra Indígena, o grupo aproveitou o bloqueio para pedir a posse de uma fazenda na beira da rodovia, ocupada há oito dias por cerca de 200 famílias.

“Os trabalhadores sem terra e os sem teto passam pela mesma situação que a gente, assim como eles sentem na pele o sofrimento de não ter sua casa, não ter sua terra, nós também estamos sofrendo para ficar na nossa terra”, comparou a coordenadora do Conselho Indígena de Roraima (CIR), Marizete de Souza, da etnia Macuxi.

Em cima de um carro de som, uma indígena entoava o canto do paricuari, pássaro da região, e dividia o microfone com o franciscano Frei Messias, organizador da manifestação. “O tema central é o direito à terra, por isso juntamos vários movimentos sociais aqui”, apontou a macuxi.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a manifestação foi pacífica e apenas uma pessoa foi detida após furar o bloqueio e invadir a pista onde estavam os manifestantes.

De acordo com Marizete, amanhã um grupo de indígenas se reunirá no centro de Boa Vista para acompanhar o julgamento do STF. “Estamos todos confiantes na decisão do Supremo, que eles [ministros] respeitem os nossos direitos, que estão amparados na Constituição Federal”.

A líder indígena negou que os índios favoráveis a manutenção da demarcação contínua estejam preparando alguma resistência violenta caso o STF decida pelo contrário, mas não descartou a possibilidade de conflito com os produtores de arroz.

“Para nós, o clima está pacifico, mas ninguém sabe o que eles [agricultores] estão programando, o que eles estão preparando”.

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Decisão do STF sobre Raposa pode levantar questionamento sobre outras demarcações

25 de Agosto de 2008 - Paula Laboissière - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello disse hoje (25) que, caso o Poder Judiciário opte por anular a demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol (RR) em área contínua, a decisão abre precedentes para questionamentos sobre outras áreas.

“Sem dúvida alguma, se o Supremo fixar que a demarcação deve ser setorizada por ilhas, evidentemente, isso se estenderá a todo o território nacional”, afirmou, durante o Encontro Nacional do Judiciário, pela manhã.

Já o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, destacou que “todas as possibilidades estão abertas” no julgamento, marcado para a quarta-feira (27), às 9h.

“Tenho a impressão de que, independentemente do resultado, esse julgamento vai balizar critérios para a demarcação de terras de fronteira e a participação dos estados nesse processo. O julgamento vai ser rico nesse tipo de orientação.”

Ele avaliou o julgamento como “importante” e destacou a existência de “questionamentos sensíveis” sobre do tema. Para Gilmar Mendes, o Judiciário precisa “se debruçar” sobre o assunto, pois o país aguarda uma definição clara sobre a demarcação em Raposa Serra do Sol.

“Nos interessa preservar e proteger as áreas indígenas e também ter segurança jurídica. Espero que seja um momento inicial dessa definição [para nova demarcações]. Salve engano, é a primeira vez que o Supremo se debruça com largueza sobre esse tema, sobre a Constituição de 1988.”

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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