MINISTRO DIZ QUE DECISÃO SOBRE RAPOSA PODE INFLUENCIAR RECONHECIMENTO DE ÁREAS INDÍGENAS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Agosto de 2008

25 de Agosto de 2008 - Marco Antônio Soalheiro - Repórter da Agência Brasil - Fabio Rodrigues Pozzebom/Abr - Brasília - O ministro do STF Ayres Britto, durante coletiva em seu gabinete, quando falou sobre o julgamento do caso de Raposa Serra do Sol pelo Supremo
Brasília - O relator das ações que contestam a demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol em área contínua, o ministro Carlos Ayres Britto, confirmou hoje (25) que a decisão do tribunal sobre o assunto deverá influenciar o reconhecimento de novas áreas indígenas.

“Nós vamos decidir sobre Raposa Serra do Sol. Mas se decidirmos a partir de coordenadas constitucionais objetivas, é evidente que isso servirá de parâmetro para todo processo demarcatório, se não os passados, ao menos os futuros.”

Britto adiantou que seu voto terá 108 páginas escritas em fonte 16. Ao prever que os ministros devem necessitar de pelo menos dois dias para decidir a questão, Ayres Britto comparou o tema ao julgamento das células-tronco ocorrido no fim de maio.

“Quando eu fiz o voto na Adin [Ação Direta de Inconstitucionalidade] das células-tronco disse para mim mesmo que nunca mais iria receber um processo tão complexo como aquele. Pois recebi. São temas numerosos de berço constitucional e deve ser uma sessão incomumente alongada”, disse o ministro.

A dois dias do julgamento, o ministro continua a receber para audiências partes interessadas no processo. Hoje (25), foram ao seu gabinete o líder da bancada de deputados federais de Roraima, Francisco Rodrigues (DEM), que defende a exclusão de áreas que fazem parte da terra indígena, e representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Conselho Indígena de Roraima (CIR), que reforçaram argumentos em prol da demarcação contínua.

Segundo Britto, sua decisão já está tomada. "É muito difícil [que os encontros de hoje influenciem no voto]. É sempre uma informação a mais. Eu atendo as partes com o pressuposto de que trazem algo útil ao processo."

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Sociedade precisa respeitar auto-determinação dos povos indígenas, diz relator da ONU

25 de Agosto de 2008 - Ana Luiza Zenker - Repórter da Agência Brasil - Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr
Brasília - O relator especial das Nações Unidas para os Direitos Humanos e as Liberdades Fundamentais dos Povos Indígenas, James Anaya, fala à imprensa sobre sua missão no Brasil
Brasília - Ainda há muito o que se fazer para a garantia plena dos direitos dos povos indígenas. Essa foi uma das principais conclusões do relator especial das Nações Unidas para os Direitos Humanos e as Liberdades Fundamentais dos Povos Indígenas, James Anaya, depois de 12 dias de visita ao Brasil.

Apesar de reconhecer “o comprometimento expresso do governo” e os avanços no cumprimento dos preceitos constitucionais, o relator destacou que são necessárias reformas para garantir, especialmente, o direito à auto-determinação dos povos indígenas, que seria a possibilidade de exercer de fato o controle sobre suas vidas.

“É evidente que freqüentemente os povos indígenas não têm controle sobre as decisões que afetam suas vidas e suas terras, mesmo quando essas já foram oficialmente demarcadas e registradas, por causa de invasões, mineração e outros fatores”, destacou Anaya.

O relator se mostrou preocupado não só com o caráter paternalista de alguns programas de atendimento e prestação de serviços, “como se o fato de serem indígenas fizesse com que eles não pudessem cuidar dos seus interesses”, mas também com a precariedade de serviços essenciais, como saúde e educação.

“A falta de educação formal e de serviços de saúde adequados restringe as oportunidades disponíveis aos indivíduos quando procuram melhorar as condições de suas vidas e priva as comunidades indígenas das habilidades necessárias para gerenciar seus próprios interesses e controlar os programas governamentais e de ONGs que os afetam”, destacou.

Anaya alertou ainda para a necessidade de se harmonizar programas desenvolvimentistas, como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), sobre o qual ele ouviu queixas de que estaria indo contra os interesses das comunidades que afeta, as particularidades dos indígenas. Ele ressaltou que é preciso sempre checar se programas como o Bolsa Família também beneficiam os índios, bem como haver mais diálogo com essas comunidades.

O relator especial disse também que percebeu posições contrárias aos indígenas vindas de camadas importantes da sociedade. “Uma campanha nacional de educação sobre as questões indígenas e o respeito pela diversidade, guiada pelo governo federal em parceria com os povos e organizações indígenas e com o apoio da imprensa, provavelmente ajudaria a estabelecer pontes de compreensão mútua”, defendeu.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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