COMISSÃO PASTORAL DA TERRA DENUNCIA IMPACTOS SOCIAIS DA SOJA NA AMAZÔNIA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Setembro de 2008

3 de Setembro de 2008 - Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Muito além de impactos ambientais, o cultivo de soja na Amazônia tem provocado conflitos sociais e fundiários na região, inclusive com a expulsão de famílias nativas. A conclusão é do relatório Os Impactos Sociais da Soja, produzido pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), que desde 2005 acompanha a expansão do cultivo do grão em três áreas do Pará.

O relatório cita a transformação de estradas comunitárias em propriedades particulares e a dispersão de agrotóxicos utilizados no plantio da soja com prejuízo à saúde de moradores vizinhos às plantações.

De acordo com o documento, a discussão sobre o avanço da soja com “viés puramente ambientalista”, conduzida por organizações ambientalistas deixou de lado os impactos socioeconômicos da monocultura do grão sobre as populações da região.

“A moratória da soja, que foi tão divulgada, não passou de propaganda. Serviu apenas aos interesses dos representantes da soja que precisavam de um marketing junto aos consumidores da Europa que ameaçavam boicotar produtos ligados à soja da Amazônia”, aponta o relatório.

Com a moratória, assinada em 2006 e renovada em junho deste ano, compradores responsáveis por 94% da soja comercializada pelo país se comprometeram a não comprar grãos produzidos em áreas desmatadas.

“Nos últimos dois anos [primeiro período de vigência da moratória], a soja continuou sendo plantada pelos mesmos produtores que descumpriram regras ambientais e fundiárias”, denuncia o documento.

Segundo a CPT, o avanço da soja floresta adentro resultou na “expulsão” direta ou indireta de populações para dar lugar aos campos de soja. Nove comunidades dos municípios de Santarém e Belterra já desapareceram e outras 31 tiveram a população diminuída.
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Ativistas do Greenpeace pedem fim do desmatamento na Amazônia

3 de Setembro de 2008 - Roberta Lopes - Repórter da Agência Brasil - Antonio Cruz/Abr - Brasília - Integrantes da organização não-governamental Greenpeace fazem manifestação em frente ao Palácio do Planalto contra o uso de queimadas como prática agrícola na Amazônia
Brasília - Ativistas da organização não-governamental (ONG) Greenpeace fizeram hoje (3) manifestação em frente ao Palácio do Planalto pedindo o fim das queimadas e do desmatamento na Amazônia. Os manifestantes usavam roupa de bombeiro e carregavam faixa com a reivindicação. Eles tentaram subir a rampa do palácio, mas foram impedidos pelos seguranças.

O grupo protocolou a entrega de roupas e capacetes de bombeiro ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, além de uma carta pedindo o fim do desmatamento. O grupo vai protocolar também a entrega de roupas de bombeiro aos ministros Alfredo Nascimento, dos Transportes, e Reinhold Stephanes, da Agricultura. Eles vão entregar ainda um relatório com imagens feitas durante o mês de agosto no interior de Unidades de Conservação em terras indígenas, na área da BR-163, no Pará e em Mato Grosso, mostrando queimadas e a exploração ilegal de recursos naturais nessas regiões. O documento será entregue ao Ministério Público Federal, no Pará, e ao Ministério do Meio Ambiente, entre outros órgãos.

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Amazônia requer do governo “empolgação” igual à do pré-sal, reclama Greenpeace

3 de Setembro de 2008 - Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O planejamento e a execução de ações de crescimento sustentável para a Amazônia deveriam ser tão prioritários para o governo quanto a exploração do petróleo nas recém-descobertas reservas da camada do pré-sal. A reclamação foi feita hoje (3) pelo coordenador da Campanha de Florestas do Greenpeace, Marcio Astrini.

“O que a gente gostaria de ver é essa mesma empolgação com relação à Amazônia, que é um mundo sem fim e ainda inexplorado que o Brasil poderia explorar”, apontou.

Astrini criticou a falta de ações mais diretas e específicas para aproveitamento do potencial científico e econômico da região, se explorada de forma sustentável.

“O que a gente gostaria de ver é a Amazônia não só servindo como tema de debate ambiental e de manifestações, mas de ver um plano do governo dizendo o seguinte: aqui nessa região da Amazônia, nós vamos desenvolver a extração de madeira responsável, aqui nessa região vamos ter o desenvolvimento de pesquisa e, nessa outra, de ecoturismo, por exemplo”, listou em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional.

O Greenpeace realizou hoje uma manifestação para entregar a representantes do governo um relatório com dados e imagens de queimadas registradas no período da seca em áreas próximas à BR-163, no Pará, e no norte de Mato Grosso.

A organização pede o fim do desmatamento ilegal na região que, segundo Astrini, corresponde a mais de 90% da retirada de cobertura florestal da região, ou seja, menos de 10% da madeira derrubada obedece planos de manejo ou é retirada com autorização.

“A floresta tem muito a oferecer ao país, mas se permanecer em pé, não desmatada da forma como está sendo. Uma hora ela vai acabar e a extinção não tem volta”, afirmou.

Os dados mais recentes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam queda do desmatamento da floresta em julho. No entanto, a consolidação dos dados da devastação entre agosto de 2007 e agosto de 2008 deverá ser superior aos anos anteriores.

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Desmatamento anual vai ser 6% menor que em 2007, estima Imazon

5 de Setembro de 2008 - Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil - Brasília - A taxa de desmatamento da Amazônia em 2008 deverá ser semelhante à devastação registrada em 2007, de 11,2 mil quilômetros quadrados. A aposta é do pesquisador da organização não-governamental Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Adalberto Veríssimo, diante do levantamento mais recente do desmatamento na região, divulgado hoje (5) pela ONG.

De acordo com o Imazon, o desmatamento entre agosto de 2007 e julho de 2008 foi de 5.030 quilômetros quadrados, cerca de 6% menor que o acumulado no mesmo período do ano anterior, de 5.331 quilômetros quadrados entre agosto de 2006 e julho de 2007.

“O que o nosso dado está indicando é que o desmatamento deste ano vai ficar próximo ao do ano anterior; pode ser 10% abaixo ou 10% acima, não vai ser expressivo, como o próprio Imazon imaginava. Não vai ser explosivo”, afirmou.

No entanto, a mesma comparação feita com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) – responsável pelas estimativas oficiais – apontam aumento de 64% do desmatamento entre 2007 e 2008. Pelos números do Sistema de Detecção em Tempo Real (Deter/Inpe), o desmatamento acumulado no período atual, de agosto de 2007 a julho de 2008, chega a 8,1 mil quilômetros quadrados. No período anterior, a soma foi de 4.972.

“Além do desmatamento em corte raso, o Deter está incluindo a degradação florestal, que não é a mesma coisa, tem duas coisas embutidas”, pondera. Na avaliação de Veríssimo, os dados do Programa de Cálculo do Desflorestamento da Amazônia (Prodes), taxa consolidada de desmatamento anual – também calculada pelo Inpe – deverão apresentar resultado semelhante ao apontado pelo Imazon.

O pesquisador atribui a queda verificada pela ONG às medidas de repressão ao desmatamento ilegal, implementadas na gestão da ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

“É um momento delicado porque mostra que as medidas tomadas estão surtindo efeito; mas elas não se sustentam no longo prazo, precisam ser acompanhadas de medidas de apoio à produção na legalidade. Ao mesmo tempo em que os resultados estão aparecendo, há uma tensão muito grande porque o setor produtivo se sente acuado, penalizado”, analisa.
A taxa oficial de desmatamento, consolidada pelo Prodes, deve ser divulgada até o fim do semestre.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 
 
 

 

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