ONGs AMBIENTALISTAS DEBATEM FUNDO AMAZÔNIA COM REPRESENTANTE DO GOVERNO NORUEGUÊS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Setembro de 2008

17 Sep 2008 - Em reunião na sede do WWF-Brasil, representantes do movimento socioambiental manifestaram apoio à iniciativa norueguesa de doar recursos para o fundo, mas destacaram a importância de a aplicação do dinheiro ser discutida com participação da sociedade

Brasília – O diretor para a iniciativa internacional de clima e floresta do Ministério do Meio Ambiente da Noruega, Hans Brattskar, reuniu-se nesta segunda-feira (15 de setembro) com representantes de organizações não-governamentais ambientalistas para discutir o Fundo Amazônia, lançado em agosto pelo governo brasileiro. O país nórdico foi o primeiro a anunciar uma doação para o novo Fundo, com aporte inicial de aproximadamente US$ 100 milhões, que poderá ser continuado nos próximos anos de acordo com os resultados atingidos.

Para a secretária-geral do WWF-Brasil, Denise Hamú, o encontro foi proveitoso e representou uma boa oportunidade para as ONGs obterem mais informações sobre a participação norueguesa no Fundo Amazônia e exporem dúvidas e preocupações. “Deixamos claro que, neste momento em que os parâmetros do Fundo estão sendo estabelecidos, é fundamental definir critérios claros de monitoramento da aplicação dos recursos e dos resultados a serem atingidos”, salientou Denise Hamú.

Além do diretor norueguês, participaram da reunião representantes das organizações não-governamentais Conservação Internacional (CI), Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Instituto Socioambiental (ISA) e WWF-Brasil.

A presença de Hans Brattskar na sede do WWF-Brasil para discutir o Fundo com as ONGs faz parte de uma visita do governo norueguês no Brasil, liderada pelo primeiro ministro do país, Jens Stoltenberg. Da agenda, constam reuniões no Rio de Janeiro e em Brasília com o governo brasileiro, setor privado e organizações não-governamentais, além de visitas de campo à Amazônia.

Hans Brattskar afirmou que o principal objetivo de seu país ao apoiar o Fundo Amazônia é reduzir as emissões causadas pelo desmatamento. “O Brasil terá autonomia para definir como serão alocados os recursos da Noruega para o fundo”, explicou o diretor, salientando que a soberania brasileira em relação à Amazônia está sendo levada em consideração. Ele também informou que, a partir de outubro, o governo norueguês coloca no ar uma página na internet, por meio da qual qualquer cidadão poderá obter informações sobre a participação da Noruega no Fundo.

Representantes das ONGs afirmaram que o Fundo Amazônia precisa ter um componente de controle social, para garantir que os recursos chegarão efetivamente ao campo e às comunidades locais. “Questões como o pagamento por serviços ambientais devem ser contempladas, remunerando comunidades e produtores rurais que contribuírem para a redução do desmatamento. Além disso, a sociedade deve ter espaço para interagir com o governo no processo de definição das estratégias a serem adotadas”, observou Denise Hamú.

Outro ponto defendido pelas organizações durante a reunião foi a necessidade de o governo brasileiro também destinar recursos próprios para as ações contempladas pelo Fundo Amazônia, como uma contrapartida à verba doada por outros países. É preciso ainda haver uma complementaridade com ações e mecanismos já em curso, como o Pacto pela Valorização da Floresta e pelo Fim do Desmatamento na Amazônia, lançado em outubro de 2007 por um coletivo de ONGs do setor ambientalista.

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Projeto de manejo do pirarucu apresenta resultados positivos

19 Sep 2008 - Iniciativa, fruto de parceria entre WWF-Brasil, governo do Acre e comunidades do Município de Manoel Urbano, melhora conservação dos lagos, aumenta renda das famílias locais e influencia políticas públicas em nível regional

A segunda edição da Feira do Pirarucu Manejado, realizada em agosto no município acreano de Manuel Urbano, mostrou à sociedade o sucesso do Projeto Alto Purus. A iniciativa, realizada em conjunto por WWF-Brasil, Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof) do Acre e a Colônia de Pescadores de Manuel Urbano desde 2003, capacita comunidades locais para o manejo do pirarucu, maior peixe de água doce do planeta.

Durante o evento, pescadores capturaram nos lagos Santo Antônio e Grande 27 pirarucus, que tiveram um peso total de 2,3 toneladas. O produto da pesa foi comercializado na Feira, que recebeu centenas de visitantes. Esses resultados demonstram que, quatro anos após o início do projeto, os peixes voltaram a se reproduzir no lago, tornando a ameaça de desaparecimento da espécie parte do passado.
O Projeto Alto Purus capacitou pescadores locais para implementar acordos de pesca na região, que consistem na criação de normas para regular a atividade, sua sustentabilidade e a reposição das espécies.

Antonio Oviedo, engenheiro agrônomo do WWF-Brasil e coordenador do Projeto Alto Purus, salienta que o aumento da quantidade de peixes no lago é não apenas um importante indicador de conservação, mas também traz significativos impactos sociais. “Os peixes representam a principal fonte de proteínas dessas populações e também podem significar um incremento na rendas das famílias locais. Os resultados também mostram a força da ação coletiva dos pescadores e da organização comunitária para manejar a espécie”, observa.

Outro importante resultado do Projeto Alto Purus veio na forma da instrução normativa número 1, de 30 de maio de 2008, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A portaria proíbe a pesca do pirarucu em todo o Estado do Acre, à exceção dos casos em que o pescado seja originário de plano de manejo, como acontece nos Lagos Santo Antônio e Grande, em Manoel Urbano, por intermédio do Projeto Alto Purus.

“O Ibama vem reconhecer a eficácia do projeto em repor as populações do pirarucu, preservar ecossistemas aquáticos e prover renda de forma sustentável aos pescadores”, resume o técnico do WWF-Brasil. Antonio Oviedo lembra que os próximos passos serão consolidar o sistema de manejo em Manoel Urbano (que envolve 13 lagos) e replicar o exemplo de Manoel Urbano em outras regiões do Acre e da Amazônia.

O Projeto Alto Purus é baseado no Projeto Várzea, iniciativa de manejo participativo de recursos pesqueiros realizada desde 1994 na região de Santarém, Estado do Pará. Executado em conjunto por WWF-Brasil e Instituto de Pesquisas ambientais da Amazônia (Ipam), proporcionou os primeiros acordos de pesca na bacia amazônica, melhorando em até 60% a produtividade dos lagos manejados e aumentando a produção de pirarucu, em média, em 4,7 vezes.

 
 

Fonte: WWF-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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