MENDES DIZ QUE AÇÕES SOBRE TERRAS INDÍGENAS PODEM SER JULGADAS AINDA ESTE ANO

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Setembro de 2008

25 de Setembro de 2008 - Marco Antônio Soalheiro - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, disse hoje (25) que mantém a confiança de que as ações referentes à demarcação da Terra Indígena Raposa Serra Sol, em Roraima, e à validade de títulos de posse na Terra Indígena Caramuru-Paraguaçu, na Bahia, sejam julgadas definitivamente ainda neste ano. Os julgamentos de ambos os casos foram suspensos por dois pedidos de vista do ministro Menezes Direito, um em 27 de agosto e outro ontem (24).

“É fundamental que decidamos em tempo socialmente adequado, mas também com segurança”, afirmou Mendes.

Ele também argumentou que o gesto de Menezes Direito não deveria ser criticado, pela complexidade dos casos e pela intensidade do ritmo de trabalho do tribunal. “É claro que o relator se debruça sobre isso, mas nem todos conseguem fazê-lo. O pedido de vista nesses casos é recomendável e até salutar.”

Na abertura do Encontro Regional do Judiciário, organizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para promover a integração e a cooperação entre os tribunais, o presidente do STF também comentou reportagem de ontem (24) do jornal Correio Braziliense que apontou casos de exploração sexual de meninas de 8 a 10 anos, na Rodoviária do Plano Piloto, em Brasília.

Mendes classificou o fato relatado pelo jornal como “lamentável e deplorável”. Ele disse que conversou com o presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) a respeito dos recursos necessários para o combate a esse tipo de crime. “Vamos nos debruçar sobre isso, estamos preocupados”, resumiu.

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Relator diz que voto garante aos índios Pataxó direito previsto na Constituição

24 de Setembro de 2008 - Marco Antônio Soalheiro - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O relator no Supremo Tribunal Federal (STF) do processo referente à legalidade de títulos de posse na Terra Indígena Caramuru-Paraguaçu (BA), ministro Eros Grau, disse hoje (24) que seu voto faz valer os princípios constitucionais que garantem aos índios uso exclusivo de terras tradicionalmente ocupadas. Na área, vivem aproximadamente 4 mil índios Pataxó Hã-Hã-Hãe e fazendeiros que obtiveram títulos de posse do governo do estado.

“Não há títulos anteriores à Constituição de 1967, por isso todos eles são inválidos. A Constituição prevê que as terras são propriedade da União, com usufruto dos indígenas. É uma questão extremamente simples. Não estamos discutindo área contínua nem proximidade com fronteira”, assinalou Grau.

O julgamento foi suspenso por um pedido de vista do ministro Carlos Alberto Menezes Direito. Ele repetiu conduta adotada no julgamento da demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol (RR), iniciado em agosto, e justificou que, diante da complexidade da questão, era “seu dever” analisar detalhadamente o caso.

O ministro Eros Grau ressaltou que as futuras decisões do STF sobre as duas situações “servirão de parâmetro” para outras ações referentes a ocupações de áreas indígenas.

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Títulos de propriedades rurais em terra indígena não têm amparo legal, defende AGU

24 de Setembro de 2008 - Marco Antônio Soalheiro - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O advogado-geral da União, José Antonio Dias Toffoli, defendeu hoje (24), durante julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), que os títulos de posse de propriedades de fazendeiros localizadas na Terra Indígena Caramuru-Paraguaçu, na Bahia, não têm amparo legal.

“A conclusão das perícias é de que a área é indígena, logo, inexiste título de qualquer tipo sobre esta área.”

Segundo Toffoli, os títulos emitidos pelo governo da Bahia aos produtores são datados a partir de 1979, quando a demarcação das terras já estava concluída e era de amplo conhecimento.

A ocupação da área de 54,1 mil hectares pelos índios é, de acordo com Toffoli, “tradicional e inequívoca”.

O procurador-geral da Fundação Nacional do Índio (Funai), Antonio Salmeirão, ressaltou que muitos indígenas foram vitimados por insistirem em permanecer na área em disputa. "É uma luta de extermínio ético, com maneiras cruéis e espúrias de se negar a sobrevivência aos indígenas."

Segundo dados da Funai, vivem hoje na região cerca de 4 mil índios Pataxó Hã Hã Hãe.

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Pataxós vão reverenciar amanhã índio Galdino, morto em Brasília em 1997

23 de Setembro de 2008 - Marco Antônio Soalheiro - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Os índios Pataxó Hã-Hã-Hãe farão amanhã (24), na Praça do Compromisso, na Asa Sul, em Brasília, um ato religioso em memória de Galdino Jesus dos Santos e de “outros parentes” que lutaram pelo uso exclusivo da Terra Indígena Caramuru-Paraguaçu, na Bahia. Em abril de 1997, quando estava na capital federal para discutir com o Ministério Público Federal uma ação sobre a terra, Galdino foi queimado vivo por jovens de classe média alta.

Cerca de 200 Pataxós estão na capital do país para acompanhar, também amanhã, no Supremo Tribunal Federal (STF), julgamento sobre a validade dos títulos de posse de fazendeiros que ocupam a maior parte da área demarcada como indígena. Eles vieram de ônibus da cidade baiana Pau Brasil.

Segundo os indígenas, nas últimas três décadas ocorreram assassinatos, seqüestros, invasões e ameaças constantes às famílias que insistem em garantir o direito às terras.

Sobrinho de Galdino, o jovem Iglésio Thyrry Pataxó, 20 anos, espera que os ministros do STF considerem o histórico da região ao decidirem sobre os títulos de posse.

“O lugar é nosso. Demos nosso sangue e até meu tio foi queimado aqui. Ninguém sabe a dor que passamos”, protestou Iglésio, durante ato público realizado hoje (23) pelos índios na Câmara dos Deputados.

“Não queremos a terra por dinheiro. Queremos pela nossa cultura, pelas árvores e rios”, acrescentou.

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Produtores rurais de MS acusam Funai de descumprir acordo

26 de Setembro de 2008 - Vinicius Konchinski - Repórter da Agência Brasil - São Paulo - A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) vai promover na segunda-feira (29), em Miranda, um protesto contra ações da Fundação Nacional do Índio (Funai) no estado. Segundo a entidade, a Funai não estaria cumprindo o acordo firmado no dia 15 pelo presidente do órgão, Márcio Meira, e pelo governador André Puccinelli (PMDB).

Em reunião realizada na sede do governo sul-mato-grossense, em Campo Grande, Meira se comprometeu em suspender estudos antropológicos para possíveis demarcações de terras indígenas até que uma instrução normativa fosse publicada pela Funai. Até hoje, a instrução não foi publicada. Além disso, segundo representantes dos sindicatos rurais de MS, os estudos não foram suspensos.

“Nós entendemos que o acordo foi descumprido”, afirma o diretor-secretário da Famasul e presidente da Comissão Estadual de Assuntos Indígenas e Fundiários da entidade, Dácio Queiroz, em nota publicada no site da federação na quinta-feira (25).

Em nota anterior, publicada na quarta (24), a Famasul informa também que o acordo entre Funai e governo “de fato era de ‘fachada’”. A federação diz que antropólogos de grupos de trabalho da fundação foram vistos em aldeias de estado.

Procurada pela Agência Brasil, a Funai garantiu que os estudos foram suspensos. “Parte dos antropólogos que compõem os grupos de estudo permanece nas aldeias, pois são colaboradores antigos da Funai em outros projetos, como a documentação de línguas indígenas”, justifica a fundação.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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