CRISE É OPORTUNIDADE DE INVESTIR EM “EMPREGOS VERDES”, AVALIA OIT

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Outubro de 2008

27 de Outubro de 2008 - Mariana Jungmann - Repórter da Agência Brasil - Janine Moraes (Estagiária sob sup. de Marcello Casal Jr/Abr - Brasília - O especialista sênior da Organização Internacional do Trabalho (OIT) em Genebra, Peter Poschen, explica o relatório que indica o crescimento de empregos verdes, decorrentes das mudanças climáticas
Brasília - Apesar de a Alemanha ter se manifestado recentemente dizendo que os países da União Européia deveriam diminuir o ritmo de seus programas de redução das emissões de carbono por causa da crise mundial, o conselheiro principal para desenvolvimento sustentável da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Peter Poschen, disse hoje (27) que a crise é, na verdade, uma oportunidade favorável para as políticas ambientais, com a criação dos chamados "empregos verdes" (postos em atividades ambientalmente sustentáveis).

“Em crises anteriores, como a de 1929, as ações do governo para reverter os problemas econômicos acabaram se tornando as obras que alavancaram o desenvolvimento de países como Estados Unidos durante os anos seguintes”, explicou Poschen.

Segundo ele, com a crise financeira, os investimentos governamentais vão se repetir e é a oportunidade de “pensar no que vai ser a infra-estrutura do século 21”.

“Não é uma questão de consciência ambiental e, sim, de cálculos. A inconsciência energética é um desperdício de recursos”, avaliou o conselheiro da OIT.

De acordo com ele, quando um país investe em economia de energia na construção civil, por exemplo, está apostando numa tecnologia que dará retorno financeiro ao longo dos anos, quando aquele prédio construído deixar de gastar.

Poschen também defendeu que os países invistam em pacotes financeiros para gerar os “empregos verdes” - os postos de trabalho gerados a partir das necessidades de frear o aquecimento global, como a reciclagem ou a produção de biomassa. Segundo ele, além da geração de empregos, esse tipo de pacote também garante que o dinheiro será distribuído em diversas áreas e que vá gerar demanda.

“Quando você injeta dinheiro diretamente na mão do cidadão, ele pode apenas usar esse dinheiro para pagar créditos anteriores Não há garantias de que vá gerar novas demandas. E o dinheiro também pode ficar mais concentrado em uma área do que em outras”, explicou Poschen.

Os Estados Unidos, de acordo com ele, já têm um pacote para a geração de empregos verdes que vai investir US$ 100 bilhões e criar 2 milhões de novos postos de trabalho.

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Crise financeira não pode prejudicar ações de preservação ambiental, diz pesquisador

28 de Outubro de 2008 - Carolina Pimentel - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Além dos governantes, os efeitos da crise financeira mundial preocupam também os especialistas em mudanças climáticas. De passagem pelo Brasil, o pesquisador Martin Parry, um dos coordenadores do 4º Relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), alertou que os países não podem interromper as ações para reduzir o impacto das mudanças climáticas para pensas apenas em resolver a crise financeira .

“Não temos oportunidade de resolver, primeiro, a crise e depois voltar a pensar sobre o meio ambiente. Não temos tempo. Temos que fazer os dois juntos. Isso é inconveniente”, disse Parry, após apresentar dados do quarto relatório do IPCC, das Nações Unidas, a um grupo integrante do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), no Palácio do Planalto. O relatório foi lançado no início do ano passado.

Parry criticou os governantes mundiais por ainda não terem adotado medidas severas para reduzir as emissões dos gases do efeito estufa – como o gás carbônico -, principais causadores do aquecimento global. Segundo o pesquisador, os líderes ainda não se deram conta da gravidade dos impactos das mudanças climáticas. Ele defende que 2015 é o prazo máximo para as reduções de gás carbônico começarem a cair.

O pesquisador Carlos Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), também teme que os governos deixem de lado o combate ao aquecimento do planeta para cuidar da crise econômica.

“Se houver uma recessão e o consumo de petróleo, energia elétrica, carvão diminuir, a taxa de crescimento diminuir, isso pode dar uma falsa sensação de que é possível postergar essas medidas mais drásticas”, afirmou.

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É preciso engajamento social para alcançar sustentabilidade, defende Zilda Arns

29 de Outubro de 2008 - Paula Laboissière - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Ao participar da Conferência Mundial ECO 2008, em Brasília, a fundadora da Pastoral Internacional da Criança e do Idoso, Zilda Arns, avaliou hoje (29) que é preciso engajamento de todos os setores sociais para promover a sustentabilidade. Antes de começar a explicação do painel Paz e Sustentabilidade, a médica e sanitarista lembrou que, para que haja paz, é preciso que as pessoas atuem de forma positiva dentro do contexto da família e da comunidade.

“Muitas coisas simples podem ser feitas com pouco dinheiro e com a participação comunitária. Se vem um programa só do governo para baixo, é muito difícil fazer a transformação social de cada ser humano. Mas, se aproveitarem todas as forças atuantes na comunidade, existe o que se chama de solidariedade.”

Arns destacou que, para o mundo alcançar a sustentabilidade, o contraste entre países ricos e paupérrimos precisa deixar de existir, assim como “toda essa intriga internacional” que, segundo ela, não leva à paz. “Precisamos respeitar as diferenças. O mundo não se sustenta sozinho, depende do resto”, avaliou.

De acordo com o secretário de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente do Distrito Federal, Cassio Taniguchi, o caminho para a sustentabilidade pressupõe um equilíbrio entre as dimensões social, econômica e ambiental.

“Sem dúvida, hoje em dia, o que acontece em relação à crise econômica é que, de repente, se mobiliza bilhões e trilhões. Por que não usam uma parte desse dinheiro para reduzir a fome, a pobreza? Afinal de contas, temos mais de 6 bilhões de pessoas no mundo e mais de 3 bilhões nas cidades. E é nas cidades que acontecem tanto os maiores problemas ambientais quanto de consumo de energia e de matéria-prima.”

Taniguchi defendeu que a necessidade de uma mobilização mundial voltada a discutir medidas que levem à sustentabilidade. “Como a [mobilização] que está acontecendo com essa crise econômica”, lembrou. Ele questionou ainda por que beneficiar banqueiros e especuladores quando os países desenvolvidos deveriam trabalhar em cima das pessoas que mais precisam.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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