POLUIÇÃO AMEAÇA OS IGARAPÉS EM MANAUS (AM)

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Novembro de 2008

Meio Ambiente - 11/11/2008 - O desmatamento de grandes áreas florestais e o aumento da poluição de várias formas são dois dos fatores apontados pelo pesquisador Jansen Zuanon, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT), como fatores dos mais significativos no processo que ameaça a existência dos igarapés de Manaus (AM).

"Os fragmentos de floresta que ainda restam em Manaus estão sendo rapidamente destruídos e nossa capacidade de recompor esses ambientes é muito limitada. Ou cuidamos do que ainda resta ou, em breve, só teremos igarapés nas lembranças dos habitantes mais velhos da cidade", alerta Zuanon, coordenador do estudo "Integridade de estrutura e função em igarapés: efeitos da fragmentação e alteração da cobertura florestal".

Ele aponta como dado preocupante o desaparecimento de espécies nativas de peixes nos cursos d’água localizados na área urbana da cidade em decorrência do crescimento populacional desordenado, desmatamento de grandes áreas de florestas e a poluição das águas, principalmente, por esgotos domésticos.

"Poderíamos ter uma cidade belíssima, cortada por dezenas de igarapés de águas claras, e clima mais ameno e agradável. Ao invés disso, temos esgotos a céu aberto, calor intenso, proliferação de doenças e a perda da biodiversidade nesses ambientes", comenta.

Outro resultado que requer atenção é o fato de que os efeitos negativos das mudanças na cobertura vegetal afetam com mais intensidade os igarapés em áreas urbanas, em função das grandes distâncias que separam esses corpos d’água de outros rios e igarapés em áreas de floresta primária, que poderiam servir de "fontes" de organismos para a recolonização dos ambientes alterados. "Cuidar dos igarapés presentes na área urbana de Manaus é uma obrigação de todos", afirma.

Segundo o pesquisador, é preciso discutir alternativas para a revitalização dos igarapés urbanos. "Enterrar o problema não resolve a situação, simplesmente, empurra a frente de degradação para a periferia da cidade", critica.

Apoio

Lançado há alguns anos, o projeto de pesquisa foi o primeiro do estado voltado à identificação dos efeitos da fragmentação florestal em sistemas aquáticos. Até então, os estudos produzidos nesse âmbito eram focados principalmente nas conseqüências da fragmentação florestal só em ambientes terrestres.

O projeto aprovado recentemente pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), por meio do Programa Integrado de Pesquisa e Inovação Tecnológica (PIPT), pretende, entre outros objetivos, caracterizar a estrutura física de igarapés nas diferentes situações ambientais, incluindo a paisagem do entorno; identificar a fauna associada aos igarapés nas diferentes condições de integridade ambiental; determinar a composição e a similaridade da fauna de igarapés e analisar as relações entre alterações ambientais e os padrões de ocorrência de espécies, grupos funcionais e processos ecológicos.
Para mais informações sobre o projeto acesse: www.igarapes.bio.br
Assessoria de Comunicação do Inpa

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Inpa ajuda a reintroduzir gavião-real na natureza

Preservação Ambiental - 10/11/2008 - Após 11 meses, a ave - uma fêmea com 4 anos e 8 quilos - será solta hoje (10)

Antes de voltar à natureza, a ave realizou vários testes de captura de presa a fim de simular o ambiente natural
Foto: Anselmo D’Affonseca - Inpa
Depois de passar 11 meses em tratamento, um gavião-real (Harpia harpyja) será reintroduzido na natureza. A ave, que apresentava lesões nas garras, recebeu no sábado (8), um anel de identificação. A soltura será hoje (10) no município de Barreirinha. O ato faz parte da programação do 5º Amazonas Film Festival, organizado pela Secretaria de Cultura (SEC).

Na cerimônia, a atriz Myléne Jampanoï e o diretor francês Claude Lelouch, os novos padrinhos da ave, ajudarão a colocar a anilha de identificação. O evento também terá a presença do secretário de Cultura, Robério Braga, e representante do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

O animal, uma fêmea sub-adulta (cerca de 4 anos), foi encontrado ferido em Barreirinha e resgatado por comunitários às margens do lago da comunidade Granja do Rio Andirá, em dezembro de 2007. A ave foi levada para Parintins, onde foi mantida no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama por 40 dias.

Após ser transferido para o Cetas de Manaus, onde recebeu atendimento, o gavião-real foi encaminhado para o Centro de Reabilitação do Inpa. No local, recebeu o tratamento do veterinário do Instituto, Anselmo D’Affonseca.

Segundo a pesquisadora e responsável pelo projeto gavião-real, Tânia Sanaiotti, hoje o animal está pesando mais de 8 quilos e pronto para ser solto. Ela explicou que além do peso, antes de voltar à natureza, o animal fez testes de captura de presa a fim de simular o ambiente natural.

De acordo com Helena Aguiar, especialista na dieta do gavião-real, na região de Parintins, 79% da alimentação da ave é composta de bichos-preguiças, além de macacos e até porco-espinho. Ela disse que vários bolsistas do projeto se alteraram na tarefa de alimentação da ave. O trabalho também contou com doações do Biotério do Instituto. "A cada semana, o animal carregava uma carga maior nas garras. Hoje, já transporta 1,8 kg sem dificuldades e está pronto para voltar a caçar na natureza", salientou.

Projeto Gavião-real

A equipe do projeto é responsável por estudar as espécies na natureza (comportamento, alimentação, etc), bem como verificar ou descobrir quantos ninhos existem por quilômetro quadrado. Os pesquisadores também fazem o trabalho de resgate de aves que sofrem lesões ou maus tratos. No Inpa, elas ficam sob supervisão de veterinários e especialistas para ajudar na recuperação do animal e, conseqüentemente, possibilitar a devolução à natureza.

Além da parte técnica, o projeto coordena atividades de educação ambiental nas escolas e comunidades onde os animais são soltos. O objetivo é permitir que as crianças possam conhecer mais sobre a ave e a não ter medo, que é um dos problemas que leva à morte da espécie. Assim como em outros casos de devolução à natureza, será realizado um concurso nas escolas do município para eleger um nome indígena para a ave.
Luís Mansuêto - Assessoria de Comunicação do Inpa

 
 

Fonte: Ministério da Ciência e Tecnologia
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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