ONÇA-PINTADA SERÁ MONITORADA POR SATÉLITE NO AMAZONAS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Novembro de 2008

Conservação - 19/11/2008 - Emiliano Esterci Ramalho coloca o colar na onça - Foto: Martin Main/IDSM-MCT - Pela primeira vez, um espécime de onça-pintada (Panthera onca) – o maior felino das Américas - foi capturado em uma área de várzea (floresta alagada sazonalmente) na Amazônia Ocidental, região que abrange os estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima. O objetivo foi colocar um colar com localizador GPS/VHF no animal capturado, método de monitoramento por satélite da espécie ainda inédito na Amazônia Brasileira. As informações de localização subsidiarão estratégias para a conservação da onça-pintada.

A captura ocorreu no dia 31 de outubro e foi realizada por uma equipe de pesquisadores do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM), com a participação de moradores da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (RDSM). O animal - uma fêmea, de quase 50 quilos e 1,80m de comprimento – foi capturado com uma armadilha de pé (foot snare), ancorada com cabos de aço em uma árvore, nas proximidades do Lago Mamirauá, na Reserva Mamirauá, área de várzea com 1,12 milhão de hectares. A idade estimada do animal é de aproximadamente quatro anos e seu estado de saúde é ótimo. A onça foi imobilizada com o uso de tranquilizantes e se recuperou em aproximadamente duas horas e meia.

Essa ação faz parte das pesquisas do "Projeto Iauaretê - Ecologia e Conservação da onça-pintada", criado em março de 2007 a partir da necessidade de se estabelecer um monitoramento de longo prazo da população de onças-pintada nas Reservas de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e Amanã (RDSMA), unidades de conservação co-geridas pelo IDSM em parceria com o governo do Estado do Amazonas.

O Projeto Iauaretê atende a demanda por informações sobre a densidade populacional, ecologia e comportamento da espécie. Entre elas, qual sua dieta, reprodução e uso do habitat. De acordo com Emiliano Esterci Ramalho, coordenador do Projeto, uma das hipóteses já levantadas com esse estudo é de que o ambiente de várzea pode ter papel fundamental para a sobrevivência e reprodução da onça-pintada na Amazônia. Duas constatações que embasam essa possibilidade, feitas a partir de análise das imagens geradas por armadilhas fotográficas, são a maior presença de fêmeas entre a população - a proporção é de um macho para três fêmeas - e a ocorrência de reprodução.

"Portanto, a várzea exerce papel importante para que a fêmea se reproduza e crie seus filhotes. Mas ainda não sabemos, por exemplo, se as onças que nascem na várzea migram para outros locais – de terra firme, por exemplo – ou ficam nesse ambiente. Agora, com a captura, será possível obter respostas a algumas dessas perguntas", diz o pesquisador. O colar colocado na fêmea capturada fornecerá informações sobre a sua localização de duas em duas horas durante um ano. "Assim, é possível saber praticamente tudo que o animal fez durante aquele período", explica Emiliano. Ao final de um ano, o colar cairá do pescoço do animal, possibilitando assim a análise dos dados captados. Outras expedições para possíveis capturas estão previstas para este ano.

O nome do Projeto Iauaretê tem origem no conto de Guimarães Rosa "Meu tio o Iauaretê" (1961). A palavra Iauaretê, no texto, é adaptada do tupi-guarani "yaure’te", que significa onça verdadeira. Além de intitular o projeto, a palavra também serviu como apelido à onça capturada.

A onça-pintada é o maior felino das Américas e predador do topo da cadeia alimentar nos ecossistemas em que habita, exercendo papel importante na na manutenção da estrutura e no funcionamento desses ambientes. Apesar da importância da Amazônia na conservação deste felino, o conhecimento sobre seu status, ecologia e comportamento nesse bioma ainda é muito restrito.
Maria Carolina Ramos - Assessoria de Imprensa do Instituto Mamirauá

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Inpe participa de conferência científica internacional sobre a Amazônia

Biodiversidade - 17/11/2008 - Cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT) participam, entre hoje (17) e a próxima quinta-feira (20), em Manaus (AM), da conferência "Amazônia em Perspectiva: Ciência Integrada para um Futuro Sustentável". No encontro serão apresentados os resultados dos três mais importantes programas de pesquisas do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) para a Amazônia: o Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA), o Rede Temática em Modelagem Ambiental da Amazônia (Geoma) e o Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio).

Na conferência, os maiores especialistas do mundo em pesquisa amazônica terão como foco principal a geração, síntese e integração de dados recentes sobre a Biodiversidade, o Clima e o Uso e Cobertura da Terra na Amazônia, bem como a discussão e avaliação dos diferentes cenários de alteração ambiental provocados pelo desmatamento e pelo aquecimento global.

São esperados para a conferência cerca de mil pesquisadores e estudantes, mais da metade brasileiros e outros provenientes de países da Europa e das Américas. Serão 229 palestras em 31 sessões paralelas; 8 palestras; 3 plenárias com 3 mesas-redondas; 2 sessões especiais; 1 workshop sobre os ‘Young Scientists’; 12 reuniões associadas; 550 pôsters; lançamentos de livros, vídeos e CDs.

O evento marca a segunda fase do Programa LBA, que tem entre seus resultados: as evidências de uma forte relação entre a formação de nuvens na Amazônia e a ocorrência e distribuição de chuvas no Sudeste e Sul do Brasil; a comprovação experimental de que áreas abandonadas e/ou degradadas após uso como pastagens ou cultivos agrícolas podem ser recuperadas, voltar a ser produtivas e prestar serviços ambientais ecossistêmicos; e o desenvolvimento e a criação de sistemas avançados de detecção de desflorestamentos e queimadas por imagens de satélite, em tempo quase real, para permitir prontas ações de fiscalização e controle do desmatamento.

A Rede Geoma mostrará abordagens em todos os temas de sua atuação: Áreas Alagáveis, Bancos de Dados e Modelos Integrados, as Mudanças de Uso e Cobertura da Terra e suas dimensões sociais; Física Ambiental, Modelagem Climática, a Biodiversidade e o Desenvolvimento Sustentável baseado no estabelecimento de políticas públicas adequadas.

Já o PPBio levará para a Conferência os recentes avanços obtidos pelo programa e questões para discussão, dentre elas: a integração entre os bancos de dados de coleções cientificas e de inventários biológicos; os resultados das pesquisas em inventários biológicos em diversos grupos taxonômicos, os avanços na estruturação e qualificação das coleções cientificas das instituições amazônicas.
Assessoria de Imprensa do Inpe

 
 

Fonte: Ministério da Ciência e Tecnologia
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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