CAI A MAQUIAGEM VERDE DA PETROBRAS

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Novembro de 2008

25 de Novembro de 2008 - Dois anúncios da Petrobras foram retirados do ar pelo Conar por divulgarem uma idéia falsa de que a estatal tem contribuído para a qualidade ambiental e o desenvolvimento sustentável do país. O diesel da empresa é um dos mais poluentes do mundo e não segue resolução do Conama.
São Paulo (SP), Brasil — A estatal foi excluída do Índice de Sustentabilidade (ISE), da Bovespa, juntamente com a Aracruz e a Companhia Paranaense de Energia (Copel)

A Petrobras foi excluída, nesta terça-feira (25/11) da lista das empresas do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), da Bovespa, composto de ações emitidas por companhias que apresentam alto grau de comprometimento com sustentabilidade e responsabilidade social. A nova carteira, que entra em vigor do dia 1º de dezembro de 2008 e até 30 de novembro de 2009, também exclui a empresa de celulose Aracruz, a Companhia Paranaense de Energia (Copel), CCR Rodovias, Iochpe-Maxion e WEG.

A notícia divulgada no site da Bovespa vem ao encontro de uma reivindicação de várias ONGs, entre elas o Greenpeace, e secretarias estaduais do Meio Ambiente. Em outubro, as ONGs encaminharam uma carta ao presidente do Conselho Deliberativo do ISE pedindo que a Petrobras não fosse incluída na carteira para o período 2008-2009, por ter assumido práticas contrárias aos princípios do índice.

"Essa decisão mostra que não basta que as empresas sejam viáveis economicamente, elas precisam de uma licença junto à sociedade para operar com responsabilidade socioambiental", diz Marcelo Furtado, diretor-executivo do Greenpeace.

O principal argumento contra a Petrobras citado no documento das ONGs foi o descumprimento da resolução 315 do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) que, em 2002, determinou que a partir de janeiro de 2009 a quantidade de enxofre no diesel baixasse de 2.000 ppm (nas áreas não urbanas, 70% do total) e de 500 ppm (nas áreas metropolitanas) para 50 ppm. Apesar de ter quase sete anos para se preparar, a Petrobras, assim como a Anfavea (representando a indústria automobilística), declarou que não cumprirá a resolução. A Petrobras conseguiu um acordo no Ministério Público Federal muito menos rigoroso que a resolução do Conama, e mais lesivo ao meio ambiente e à saúde pública.

A artimanha da Petrobras contrariou o compromisso que a empresa havia assumido anteriormente com o próprio ISE.

"Uma empresa como a Petrobras que não cumpre nem a legislação não pode ser considerada um modelo de responsabilidade", afirma Furtado.

O documento também cita o episódio em que o Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária (Conar) decidiu suspender dois anúncios da empresa petrolífera por divulgar uma idéia falsa de que a estatal tem contribuído para a qualidade ambiental e o desenvolvimento sustentável do país.

A carta foi assinada pelo Greenpeace, Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo, Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Estado de Minas Gerais, Fórum Paulista de Mudanças Climáticas Globais e de Biodiversidade, Movimento Nossa São Paulo, Instituto Brasileiros de Defesa do Consumidor (Idec), Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável, SOS Mata Atlântica, Amigos da Terra e Instituto Akatu e pelo Instituto Brasileiro de Advocacia Pública. Documento semelhante foi encaminhado a órgãos internacionais como a Organização dos Estados Americanos, GRI e Secretaria Nacional de Direitos, pedindo a cada um as providências contra a Petrobras.

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Câmara dos Deputados quer informações sobre contaminação em Caetité

25 de Novembro de 2008 - Ativistas do Greenpeace coletam amostra de água contaminada em poço de Juazeiro, Caetité (BA).
Brasília (DF), Brasil — Seis requerimentos do deputado Edson Duarte (PV-BA) foram aprovados pela presidência da Casa para que Ministérios e governo da Bahia prestem esclarecimentos.

Seis requerimentos do deputado federal Edson Duarte (PV-BA), da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados, foram aprovados na semana passada pela presidência da Casa para saber quais providências foram tomadas pelas autoridades públicas competentes sobre a contaminação por urânio da água de Caetité (BA), denunciada pelo Greenpeace em outubro.

A Comissão quer saber do governador da Bahia, Jaques Wagner, e dos ministros José Gomes Temporão (Saúde), Sérgio Rezende (Ciência e Tecnologia) e Carlos Minc (Meio Ambiente) quais as providências estão sendo tomadas em relação à contaminação radioativa da água usada pelos moradores da cidade do sertão baiano.

Após oito meses de investigação, o Greenpeace encontrou urânio em níveis acima dos limites estabelecidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e Organização Mundial de Saúde (OMS) na água de dois poços de Caetité (BA). Os poços estão dentro da área de influência da estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB), que faz a mineração e beneficiamento do urânio na região. Técnicos do Instituto das Águas e do Clima (Inga) do governo da Bahia fizeram análises na água da região e também encontraram contaminação por urânio, confirmando a denúncia do Greenpeace.

O deputado Edson Duarte também pediu informações ao ministro Sérgio Rezende sobre a licença provisória da mineração e da usina de beneficiamento de urânio em Caetité, para saber os motivos técnicos da licença e quais outras licenças foram concedidas às operações da INB na região. Quer ainda saber sobre o seguro para danos nucleares desses dois empreendimentos.

Da ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, e do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados requer informações sobre os motivos para a não regulamentação do artigo 12 da Convenção 115 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que diz que os trabalhadores nas instalações nucleares expostos a radiações ionizantes têm de passar por exames periódicos, mesmo após demissão.

Por último, foram encaminhados ao governador da Bahia, Jaques Wagner, documentos recebidos pelo deputado Edson Duarte durante audiência pública realizada em Caitité no dia 7 de novembro, com as reivindicações das comunidades rurais situadas no entorno da usina da INB: Riacho da Vaca, Fazenda Gameleira e Barreiro de Maniaçu.

"É importante que o Congresso Nacional esteja bem informado sobre as operações da INB em Caetité e os requerimentos aprovados pela Câmara dos Deputados ajudarão a trazer mais transparência a elas", afirma Rebeca Lerer, coordenadora da campanha de Energia Nuclear do Greenpeace Brasil.

 
 

Fonte: Greenpeace-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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