MINC AFIRMA QUE COMBATE À DESESERTIFICAÇÃO É PRIORIDADE

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Novembro de 2008

26/11/2008 - O combate à desertificação é uma das prioridades do Ministério do Meio Ambiente. A afirmação foi feita pelo ministro Carlos Minc, durante a I Conferência sobre Mudanças Climáticas: Implicações para o Nordeste, que ocorreu nesta quarta-feira (26), no Centro de Treinamento Passaré, em Fortaleza, Ceará. No evento, que encerrou o II Seminário sobre Mudanças Climáticas: Implicações para o Nordeste, iniciado na última segunda-feira, o ministro recebeu a "Carta de Fortaleza", um documento feito pelos especialistas presentes ao seminário, contendo sugestões de políticas públicas a serem adotadas para enfrentamento do problema.

De posse do documento, Minc frisou que, além dos convênios e parcerias que estão sendo fechados com os governos dos estados nordestinos, espera a aprovação do Fundo Nacional de Mudanças Climáticas, que destinará R$ 300 milhões à mitigação do problema. "Deste total, entre 60% e 70% serão destinados ao Nordeste. Não somos um ministério conhecido como samba de uma nota só. A resolução das questões da desertificação, da água e do Rio São Francisco é uma meta, que tenho certeza será alcançada", disse.

Resultado da reunião de mais de 50 especialistas em semi-árido, entre cientistas, técnicos de governo, especialistas em clima e desenvolvimento regional, a Carta de Fortaleza aponta para a ocorrência de temperaturas mais altas na Região Nordeste em função das mudanças climáticas. Isso implicaria em déficit hídrico, menor umidade do solo e maiores índices de aridez. As secas e as enchentes deverão ficar mais freqüentes e intensas. Haverá, por outro lado, a maior ocorrência de veranicos e certas áreas hoje caracterizadas como "sub-úmidas secas" podem passar a semi-áridas e as semi-áridas a áridas.

Por conta disso, atividades econômicas serão afetadas - com destaque para a agricultura, a mineração, a pecuária, a hidroenergia e o turismo. A perda de solos e biodiversidade será acelerada. Na ausência de esforços eficazes para a adaptação ao novo clima, o abastecimento de água limpa sofrerá impacto significativo. O êxodo rural para as cidades aumentará, assim como a pobreza e a fome.

O documento recomenda o fomento ao desenvolvimento sustentável do Nordeste. Serão exigidos grandes esforços de adaptação, sobretudo dos pobres e, por isso, faz-se necessário fortalecer a capacidade de adaptação por meio da educação e da capacitação profissional. Além disso, é necessário ter instituições públicas fortes, gestão de recursos hídricos e naturais, serviços de saúde eficazes e educação de qualidade. A disseminação de informação sobre o tema e suas implicações também foi apontado como necessária e, para isso, o envolvimento da mídia foi considerado fundamental.

O seminário e a conferência contaram com o apoio da Embaixada do Reino Unido, Banco do Nordeste do Brasil, da Fundação Esquel Brasil e Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).

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Seminário discute vulnerabilidade do Nordeste às mudanças climáticas

25/11/2008 - A principal conseqüência das mudanças climáticas para o Nordeste brasileiro, região de maior vulnerabilidade no país às alterações do clima, será a diminuição da disponibilidade hídrica. Segundo o climatologista Paulo Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mesmo que os modelos climáticos atuais ainda não sejam confiáveis sobre o nível de precipitações, apenas o aumento de temperatura já é suficiente para causar impacto à quantidade de água na região. A afirmação foi feita nesta segunda-feira (24), na abertura do II Seminário sobre Mudanças Climáticas: Implicações para o Nordeste, que acontece até a próxima quarta-feira (26), no Centro de Treinamento Passaré, em Fortaleza, Ceará.

Promovido pelo Ministério do Meio Ambiente, o seminário reúne mais de 50 especialistas em semi-árido, entre cientistas, técnicos de governo, especialistas em clima e desenvolvimento regional, para discutir medidas de mitigação e adaptação da região Nordeste às mudanças climáticas, sobretudo nas áreas sujeitas à desertificação. As recomendações desses especialistas deverão dar origem a um documento com um balanço sobre o que diz a ciência sobre mudanças climáticas no Nordeste, a vulnerabilidade e possíveis impactos e recomendações de políticas públicas para enfrentamento do problema. Esse documento será oficialmente entregue às autoridades logo após o seminário, no próprio dia 26, durante a I Conferência Regional sobre Mudanças Climáticas: Implicações para o Nordeste, que contará com a presença do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.

A importância do planejamento para adaptação nesta região no país é urgente não apenas por sua vulnerabilidade climática, mas também pela vulnerabilidade econômica do Nordeste, região onde o Produto Interno Bruto (PIB) nunca ultrapassou o índice de 50% do PIB do restante do País, segundo mostrou o economista da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Gustavo Maia Gomes.

Fatores como o aumento certo da temperatura, além da probabilidade de eventos extremos, como maiores períodos de seca e veranicos, podem mais uma vez inverter a tendência, leve, porém contínua, desde o início dos anos 11000, de desenvolvimento na região. Segundo Gomes, apesar de uma diminuição dos investimentos públicos neste período, há indícios de retomada desses investimentos, principalmente através do Plano de Aceleração da Economia (PAC), que destinou à região 25% de seus recursos para grandes projetos de infra-estrutura, além de investimentos privados, ligados ao turismo, infra-estrutura e exportação.

Atividades inviabilizadas - Conforme Paulo Nobre, do Inpe, todas as regiões tropicais são muito vulneráveis às mudanças climáticas por já terem temperaturas mais altas. Qualquer aumento de temperatura nestes locais implica em maior demanda por água, o que é um grande problema para uma região já com deficiência hídrica como o Nordeste brasileiro e com problemas de desertificação. A agricultura, da maneira como é feita hoje, ficará inviabilizada. Por conta disso, é preciso pensar em outras alternativas econômicas para a região, como a produção tecnológica, por exemplo , defende.

Nobre ressaltou que o aumento de temperatura no Nordeste já é uma realidade. Como exemplo, citou uma estação de medição em Vitória de Santo Antão, em Pernambuco, onde a temperatura aumentou, nos últimos 40 anos, 1º C por década. A temperatura máxima média no local passou neste período de 30º C para 34º C. Dá para imaginar o impacto disso na biodiversidade ou mesmo na agricultura , disse.

Entre os impactos previstos para o Nordeste estão ainda o aumento da erosão, a redução da recarga da água superficial, o aumento no número de dias secos, de ondas de calor e noites quentes. Mas precisamos aumentar nossa competência para estudar e entender esses fenômenos, para termos bases de dados confiáveis para nos planejar , disse.

As pesquisas necessárias deverão estar entre as recomendações do seminário, que conta com o apoio do Banco do Nordeste do Brasil, Embaixada do Reino Unido, Fundação Esquel Brasil, Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e Centro de Gestão de Estudos Estratégicos.

 
 

Fonte: Ministério do Meio Ambiente
Ascom

 
 
 
 

 

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