MENEZES DIREITO DIZ QUE PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL AOS ÍNDIOS NÃO É SEGREGACIONISTA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Dezembro de 2008

10 de Dezembro de 2008 - Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Ao iniciar seu voto sobre a constitucionalidade da demarcação contínua da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, o ministro do Supremo Tribunal Federal Carlos Alberto Menezes Direito afirmou que o tema é de interesse nacional e internacional e citou antropólogos para ressaltar a importância da manutenção dos costumes e culturas dos povos indígenas.

“Preservar as comunidades indígenas é também uma forma de reconstituí-las, de manter a identidade de suas culturas, de respeito entre todos os que são parte da nacionalidade brasileira”, citou.

Na avaliação de Menezes Direito, a proteção aos indígenas prevista na Constituição – que entre outros aspectos, garante o direito a reservas – não tem caráter segregacionista.

“Qualquer que seja a decisão, essa Corte saberá valorizar a importância de assegurar a comunhão e manter íntegra e fraterna a diversidade das terras brasileiras”, afirmou.

Levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) encomendado pelo ministro Menezes Direito aponta a existência de 531 terras indígenas no país: 402 regularizadas, 21 encaminhadas ao registro de imóveis, 24 homologadas, 32 delimitadas e 56 declaradas. Juntas, correspondem a cerca de 12% do território brasileiro.

Neste momento, o ministro traça um histórico da demarcação e da regularização da Terra Indígena Raposa Serra do Sol.

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Conselho indígena pode processar governador de Roraima

10 de Dezembro de 2008 - Marco Antônio Soalheiro - Enviado Especial - Roraima (RR) - A declaração dada segunda-feira (8) pelo governador de Roraima, José de Anchieta Júnior, que disse ser “fácil comandar índio”, pode gerar uma ação judicial a ser movida pelo Conselho Indígena de Roraima (CIR). Os índios não gostaram de o governador ter declarado, mais uma vez, mas com palavras mais fortes, que eles seriam manipulados para atender a interesses internacionais.

“Ele [o governador] tem que matar a cobra e mostrar o pau. Tem que provar. Posso até colocar um processo. Vou ver isso, porque é discriminação”, afirmou o coordenador do CIR, Dionito José de Souza, em entrevista à Agência Brasil. “Nós somos gente. Temos corpo, alma e pensamento coletivo. Conversamos com todo mundo, como ele [o governador] também conversa”, acrescentou Dionito, para quem os únicos índios comandados em Roraima são os que apóiam a permanência dos arrozeiros na reserva, ligados à Sociedade dos Índios Unidos em Defesa de Roraima (Sodiu-RR). A reportagem tentou contato com essa associação, mas não obteve sucesso.

O líder indígena disse ainda que Anchieta Júnior “não faz mais do que sua obrigação” ao investir recursos do estado na prestação de serviços para as comunidades da Raposa Serra do Sol. “Não é favor. Ele está no governo para isso”, afirmou. O governo estadual alega, entretanto, que por se tratar de área de jurisdição federal, não teria a responsabilidade de investir, apesar de fazê-lo.


Segundo Dionito, apesar da propaganda feita pelo governo estadual de bons serviços prestados aos índios, há “muitas [estradas] vicinais que precisam ser arrumadas”, e o governador “só arruma o coração das cidades”.

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Índios protestam em defesa da manutenção contínua da Raposa Serra do Sol

9 de Dezembro de 2008 - Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Cerca de 50 indígenas moradores da Terra Indígena Raposa Serra do Sol (RR) participaram hoje (9) de uma manifestação em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), que retoma amanhã (10) o julgamento sobre a constitucionalidade da demarcação contínua da reserva, com área de 1,7 milhão de hectares.

Com faixas e ao som de cantos típicos da etnias que vivem na reserva, o grupo pediu a manutenção da demarcação contínua da Raposa e a retirada dos não-índios que ocupam a área com grandes plantações de arroz.

O tuxaua (cacique) Pedro Raposo está confiante e acredita que os ministros do STF seguirão o voto do relator, ministro Carlos Ayres Britto, que, durante a primeira parte do julgamento, em agosto, votou pela manutenção da demarcação contínua da terra indígena. O julgamento foi suspenso pelo pedido de vista do ministro Carlos Alberto Menezes Direito.

“Vamos aguardar com esperança que o Supremo decida pela manutenção da reserva, pelo nosso direito constitucional. Esperamos sair vitoriosos. O mais importante dessa questão é a manutenção da nossa cultura, do nosso modo de viver, do conhecimento tradicionais e cultural, da resistência que o povo indígena tem”, apontou.

Amanhã, parte do grupo pretende acompanhar o julgamento de dentro do plenário do STF, mas a maioria deve permanecer do lado de fora do tribunal. “Vamos receber apoio de etnias indígenas de outros estados do país, estão vindo para cá para a mobilização”, adiantou o cacique Dejacir Melquior.

O líder indígena afirmou que a área da reserva é uma “terra sagrada” para os povos indígenas e que a demarcação contínua da reserva respeita direitos previstos na Constituição a esses povos. “É preciso tirar de lá os fazendeiros, grileiros, os garimpeiros. Eles dizem que sustentam a economia do estado, mas isso não é verdade. Nós também trabalhamos, temos criação de gado, plantamos milho, mandioca”, argumentou Melquior.

O início da sessão do STF está previsto para as 9h. A retomada do julgamento começará com o voto do ministro Carlos Alberto Menezes Direito.

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Polícia Federal garante que decisão do STF será cumprida na Raposa Serra do Sol

10 de Dezembro de 2008 - Marco Antônio Soalheiro - Enviado Especial - Boa Vista (RR) - Responsável por um esquema especial de patrulhamento da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, desde abril deste ano, a Polícia Federal mantém em sigilo as estratégias e o efetivo utilizados para garantir a segurança na área de 1,7 milhão de hectares. Mas garante que estará preparada para fazer valer qualquer que seja a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que retoma hoje (10) o julgamento em que decidirá sobre a permanência de produtores de arroz e agricultores brancos em parte da reserva.

“Temos que esperar a decisão do STF para então adequar um plano de cumprimento da medida. Aparentemente, está tudo tranqüilo. O pessoal continua fazendo as rondas e patrulhas nas vilas e estradas. Nós estamos lá para manter a ordem” , afirmou à Agência Brasil o superintendente da PF em Roraima, José Maria Fonseca. Especula-se que o contingente de policiais envolvidos na vigília da terra indígena esteja entre 300 e 500 homens, incluídos agentes da Força Nacional de Segurança.

A troca de ameaças de agressão entre o produtor de arroz Paulo César Quartiero e lideranças indígenas nos últimos dias preocupam, mas são vistas com ressalvas pelo superintendente da PF. “Vejo mais como provocação, tentativa de acirrar os ânimos, e não se deve aceitar isso. O que interessa é a decisão que será dada pelo Supremo, que se fará cumprir, e acabou”, defendeu Fonseca.

Em abril e maio últimos, Quartiero foi preso pela Polícia Federal duas vezes - a primeira, por desacato, e a segunda, por porte ilegal de arma, depois que funcionários de sua propriedade balearam índios que construíam malocas nos limites da fazenda. O produtor conseguiu a liberdade por meio de liminar.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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