FÁBRICA NO ACRE COMEÇA A DISTRIBUIR PRESERVATIVOS FEITOS COM LÁTEX DE SERINGUEIRA NATIVA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Dezembro de 2008

19 de Dezembro de 2008 - Ana Luiza Zenker - Repórter da Agência Brasil - Brasília - A fábrica de preservativos masculinos de Xapuri (AC) é a primeira estatal do setor habilitada para entrar no mercado nacional e internacional de camisinhas, depois de obter a certificação ISO 9001:2000, conferido pela consultoria internacional BSI Management System, além das certificações do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro)e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Com a certificação, a fábrica de Xapuri, produtora dos preservativos Natex, iniciou ontem (18) a distribuição de um milhão de camisinhas, fabricadas a partir do látex da seringueira nativa, aos programas de combate às doenças sexualmente transmissíveis (DST) no estado. A unidade é a primeira a não usar látex de seringueiras cultivadas e a ter usina de centrifugação anexa à planta industrial.

“O diferencial da nossa produção é que é látex nativo, ou seja, da Floresta Amazônica, são as reservas e as comunidades extrativistas, com a produção extrativista nativa”, ressaltou a gerente-geral da fábrica, Dirlei Bersch.

A empresa também passa a entregar sua produção – atualmente de 100 milhões de unidades por ano – ao Programa Nacional de DST/Aids, para distribuição gratuita na rede do Sistema Único de Saúde (SUS), no norte do país.

O convênio de cooperação técnica assinado com o Ministério da Saúde em abril deste ano, no valor de R$ 22 milhões que complementam o orçamento mantido também pelo governo estadual, prevê ainda a realização de pesquisa científica para o desenvolvimento de gel lubrificante e retardante, para o tratamento de ejaculação precoce, a partir de produtos da floresta.

Atualmente, a Natex gera 150 empregos diretos na fábrica e conta também com o trabalho de cerca de 700 famílias nos seringais. Para a produção anual de 100 milhões de unidades, são consumidos 500 mil litros de látex. A fábrica é gerida pela Fundação de Tecnologia do Acre (Funtac).

Mais do que um empreendimento voltado para a saúde pública – já que a produção atende a programas de distribuição gratuita –, Dirlei ressalta o foco na viabilização da economia extrativista do estado.

“O Acre é um estado que ainda tem 90% de cobertura florestal, temos uma população residente nas florestas, nas comunidades extrativistas, reservas, e famílias que vivem do produto da floresta, então o governo investe num empreendimento que diversifica a possibilidade de utilização de produtos da floresta, no caso, do látex, e verticaliza essa produção dentro do estado, agregando valor aqui, com a industrialização do produto, criando alternativas, aumentando renda”, disse.

A gerente também destacou a capacidade de geração de emprego e capacitação e mão-de-obra local. “A idéia é que essa competência fique no estado e por isso a gente prioriza a mão-de-obra aqui do município”, concluiu.

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Governo do Acre quer investir R$ 30 milhões em comunidades extrativistas

22 de Dezembro de 2008 - Beth Begonha e Luana Lourenço - Repórteres da EBC - Brasília - O governo do Acre quer investir R$ 30 milhões em apoio a comunidades extrativistas para garantir a continuidade da luta de Chico Mendes e evitar a derrubada de florestas do estado.

A previsão é do governador Binho Marques, que defende a competitividade dos produtos extrativistas para “nadar contra a maré da criação de gado” que pressiona o desmatamento na Amazônia.

Vinte anos depois da morte de Chico Mendes, o governador aponta dificuldades para a consolidação de uma economia sustentável no Acre, diante da concorrência com o gado, que coloca em risco a floresta em nome da abertura de pastos para a pecuária.

“É muito mais fácil trabalhar com um produto que tem mercado garantido. E é contra isso que lutamos, contra uma lei de mercado, que nos coloca numa situação difícil”, afirmou, em entrevista à Rádio Nacional da Amazônia.

Herdeiro político da luta de Chico Mendes, Binho Marques compara a criação de reservas extrativistas – a partir das idéias do seringueiro – a um novo conceito de reforma agrária para a Amazônia.

“Uma reforma diferente do modo tradicional, rural, de 50 hectares por família. Ele queria que toda uma área de seringal fosse delimitada, que ela pertencesse à União e que os moradores tivessem direito de uso dessa área e que fizessem a gestão coletiva”, lembrou.

“O nosso desafio é criar oportunidades para que os seringueiros possam ter atividades sustentáveis nessas reservas”, acrescentou.

O Acre é um dos estados menos desmatados da Amazônia Legal. Apenas 10% da área de florestas do estado foram derrubadas. No sul de Rondônia, estado vizinho, o percentual chega a 80% em alguns trechos da floresta.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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