BIOTECNOLOGIA BRASILEIRA SE PREPARA PARA ENFRENTAR MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Janeiro de 2009

06/01/2009 - Brasília (6.1.2009) - A biotecnologia vai ajudar o Brasil a enfrentar os efeitos do aquecimento global na agricultura, nas próximas décadas. A afirmação é do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, confiante na capacidade do setor de pesquisa, que já contribuiu para a expansão da fronteira agrícola, incorporando o cerrado brasileiro.

Para o ministro, a adaptação de variedades, aliada ao melhor uso da água, é a chave para que o País conviva com os efeitos das mudanças climáticas e garanta o abastecimento de alimentos até o século 22. “Se o Brasil agir com inteligência, terá sua produção garantida neste século”, declarou.

Stephanes encara a situação de maneira positiva. “O País tem condições de se adaptar ao problema porque está estudando o cenário”, comentou. Segundo o ministro, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) vem desenvolvendo estudos de adaptação genética nos quais as plantas se tornarão mais resistentes. Desta maneira, genes de plantas típicas do cerrado brasileiro poderão ser transferidos, permitindo que culturas como a da soja, por exemplo, sobrevivam longos períodos sem chuva.

O ministro da Agricultura acredita que as mudanças climáticas terão início no Sul do Brasil e que o Centro-Oeste não será atingido pelo aquecimento neste século, pois tem potencial para a irrigação. “No cerrado é possível até quadruplicar a produção, utilizando corretamente a água”, afirmou.

Ainda de acordo com Reinhold Stephanes, o perfil da produção agrícola brasileira não sofrerá grandes mudanças pela alteração do clima, assim como o modelo das propriedades rurais. Ele prevê, no entanto, que será preciso desenvolver mais tecnologias para aumentar as variedades plantadas em áreas menores e com maior rendimento por unidade. (Da Redação)

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Algodão e girassol têm potencial para biodiesel

06/01/2009 - Brasília (6.1.2009) - Estudos desenvolvidos pela Embrapa Meio-Norte mostram que o algodão e o girassol têm potencial para a produção de biocombustíveis no Piauí e no Maranhão.

A produtividade média é de 4,3 toneladas de algodão em caroço por hectare no Piauí e 4,2 toneladas, no Maranhão. O caroço do algodão tem um teor de óleo que varia de 18 a 20%. Foram implantados 82 experimentos em sete municípios do Piauí e sete, do Maranhão. No Piauí, os municípios de Baixa Grande do Ribeiro e Uruçuí foram os que apresentaram as melhores médias de produtividade. No primeiro, a produtividade variou de 3,2 a 4,3 toneladas por hectare. No segundo, a média foi de 2,7 a 3,4 toneladas por hectare.

Girassol - As pesquisas desenvolvidas pela Embrapa Meio-Norte indicam que o girassol é mais uma alternativa para a produção de biocombustíveis na região. Os estudos realizados em cinco municípios do Piauí e em cinco do Maranhão reforçam a tese do pesquisador da Embrapa José Lopes Ribeiro. “As condições de clima e solo, principalmente nos cerrados, são favoráveis ao desenvolvimento da cultura”.

O teor médio de óleo encontrado nos genótipos de girassol avaliados nos experimentos no Piauí teve uma variação de 36,9 a 47,3 %. Estes números representam um rendimento de 465 a 942 quilos de óleo por hectare. Nos ensaios desenvolvidos no Maranhão, o teor médio de óleo das sementes dos genótipos de girassol variou de 33,1 a 44,4%. (Lis Weingärtner, com informações da Embrapa)

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Embrapa busca soluções para enfrentar aquecimento global na agricultura

07/01/2009 - Brasília (7.1.2009) - Os estresses climáticos, causados pelo aquecimento global, deixam o Brasil em situação vulnerável já para a safra de grãos de 2020. O aumento da temperatura pode gerar perdas financeiras da ordem de R$ 7,4 bilhões naquele ano e subir para R$ 14 bilhões em 2070. E alterar profundamente a geografia da produção agrícola no Brasil.

Os dados são da pesquisa “Aquecimento Global e a Nova Geografia de Produção”, realizada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O estudo deixa claro que a agricultura, o aquecimento global e os danos que as mudanças climáticas devem causar na produção agrícola mundial compõem um importante ciclo de causas e efeitos relacionados.

O trabalho aponta, ainda, para um prejuízo de mais de 20%, só no caso da cultura da soja. O café terá uma redução de quase 10% de área em 12 anos, tornando inviável a sobrevivência no Sudeste, enquanto a mandioca pode desaparecer da região do semiárido. Por outro lado, a região Sul, restrita a culturas adaptadas ao clima tropical por causa do alto risco de geadas, deverá experimentar uma redução desse evento extremo, tornando-se assim propícia ao plantio de mandioca, café e cana-de-açúcar, e não mais ao da soja, uma vez que a região deve ficar mais sujeita a estresses hídricos. E a cana-de-açúcar pode se espalhar pelo País a ponto de dobrar a área de ocorrência, passando dos atuais seis milhões para 17 milhões de hectares, rendendo R$ 27 bilhões mais que a safra de 2006.

Nesse cenário, que parece desolador, o Brasil ainda não está em risco, mas o modo de plantio precisa ser mudado. Algumas perdas podem ser inevitáveis, afinal o País só agora começou a se atentar para a vulnerabilidade e ainda não tomou as atitudes para evitar os impactos.

Se não forem tomadas ações para mitigar os efeitos das mudanças climáticas e adaptar as culturas à nova situação, deve ocorrer uma migração de plantas para regiões em busca de condições climáticas favoráveis. Áreas que atualmente são as maiores produtoras de grãos podem não estar mais aptas ao plantio bem antes do fim deste século.

Para o pesquisador da Embrapa e autor do estudo, Eduardo Assad, o mais importante é investir em pesquisa. “Sem isso, não adianta querer mudar simplesmente de um local para outro. É preciso planejamento”, afirma. Pesquisas da Embrapa, de empresas estaduais de pesquisa e de universidades brasileiras vêm buscando soluções. Em termos de adaptação, variantes genéticas de soja, milho, feijão, café, mandioca e algumas frutas mais tolerantes às altas temperaturas e escassez de água estão sendo desenvolvidas em laboratório. Simultaneamente são pesquisadas medidas preventivas de mitigação do problema.

Diversas práticas agrícolas conhecidas podem diminuir as emissões de carbono e aumentar o sequestro de gás da atmosfera, como a integração lavoura e pecuária, a utilização de sistemas agroflorestais e o plantio direto. A idéia é otimizar o solo e melhorar o manejo das culturas e das áreas de pastages.

Eduardo Assad alerta que o objetivo do estudo é mostrar a vulnerabilidade do País. “Tudo está perdido? Não”, explica. “Fechar os olhos para isso é que não podemos, pois temos como evitar. Não teremos um problema de segurança alimentar por irresponsabilidade”.

 
 

Fonte: Ministério da Agricultura
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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