PESQUISADORES DEFENDEM INCENTIVOS AO USO DE ENERGIA EÓLICA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Janeiro de 2009

Energia Eólica - 15/01/2009 - Segundo estudo feito pelo físico Fernando Barros Martins, publicado na Revista Brasileira de Ensino de Física, se todo o potencial eólico brasileiro fosse convertido, seria possível gerar cerca de 272 terawatts/hora (TWh) por ano de energia elétrica. Isso representa mais da metade do consumo nacional, que estava em torno de 424 Twh/ano, de acordo com dados referentes a 2006.

Hoje, o Brasil utiliza menos de 1% desta tecnologia e, de acordo com o responsável pelo Laboratório de Instrumentação Meteorológica do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPtec), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT), o físico Celso Thomaz, o pouco aproveitamento deste potencial eólico se dá principalmente pelos fatores econômico e cultural.

Segundo ele, o preço do aerogerador ainda é muito alto. Dentro do nosso sistema não compensa trocar de tecnologia. É muito mais barato queimar combustível, ainda que isto esteja comprometendo a sobrevivência do planeta. Thomaz diz que "outro fator de entrave é que o Brasil não tem uma cultura de buscar essas fontes alternativas de energia, embora tenhamos um clamor muito grande dentro da mídia, dentro da própria sociedade com o aquecimento global".

O chefe do Grupo de Energia e Meio Ambiente, doutor em geofísica Ênio Bueno Pereira, acredita que o maior problema não é tanto o financiamento, como a absorção da mão-de-obra.

"Não há reposição de pessoal para manter o conhecimento, embora o Brasil tenha excelentes institutos de pesquisas. Não adianta formar cientistas, pesquisadores. O governo tem que fixar, contratar esses cientistas. Precisamos ter uma carreira estável, o conhecimento científico é um bem de valor incomensurável, tem uma latência muito grande, o cientista estuda muitos anos até que ele possa retribuir esse conhecimento para sociedade", diz Pereira.

Na sua opinião, "o incentivo que o governo tem oferecido na área de energia renovável ainda é pouco, o governo tem que dar subsídios, como fez com Pro-álcool, que tornou-se referência no mundo todo. O Brasil tem sol o ano todo, somos um País tropical e não temos quase nada para a energia solar, por exemplo".

Responsabilidade

Pereira afirma que "temos que apostar nessas energia renováveis para substituir as fósseis. Sabemos dos estragos feitos pelos países desenvolvidos, injetando grande quantidade de CO² na atmosfera. Nossa responsabilidade é muito grande. Não podemos cometer os mesmos erros desses países no passado".

Para o pesquisador da área de energia eólica do Centro de Pesquisa de Energia Elétrica (Cepel) Antônio Leite de Sá a energia eólica só decolou um pouco no Brasil graças ao Programa de Incentivo de Fontes Alternativas da Eletrobrás (Proinfa).

"Agora já vamos ter leilões específicos para energia eólica, e isso ajudará ainda mais, seremos uma boa opção, principalmente no período da seca, quando os níveis de água ficam baixíssimos, e é justamente nessa época que os ventos são mais fortes. Antes, durante a seca, a Eletrobrás ficava dependendo de energia térmica, cujo preço é alto e não é uma energia limpa como a eólica", diz Pereira.

A Alemanha é uma das maiores economias do mundo a incentivar a energia renovável: cerca de 23% da energia que o país utiliza é a eólica.

"Na Alemanha e em outros países da Europa eles utilizam o medidor bidirecional. Qualquer pessoa, que tenha condições financeiras, pode instalar um gerador ou vários geradores na sua fazenda, por exemplo, e a energia excedente, aquela que não consumiu, pode ser vendida para a distribuidora e retornar para a sociedade como energia limpa", acrescenta o pesquisador Leite de Sá.
Assessoria de Comunicação do MCT

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Radares de laser acompanham as mudanças climáticas

Poluição - 13/01/2009 - A Kyatera, uma plataforma óptica de ensino e pesquisa que liga universidades, laboratórios e empresas com velocidade de transferência de dados centenas de vezes maior do que a da internet convencional,

será utilizada agora também para a conexão e a troca de informações entre radares de laser que analisam a atmosfera, bem como para a sua operação remota.

Um equipamento com esse objetivo entrará em operação no Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (Cptec) do Instituto de Pesquisa Espaciais (Inpe/MCT). Por meio da rede KyaTera, ele trocará informações com o sistema de Detecção e Direcionamento de Luz (Lidar da sigla para Light Detection and Ranging).

O Lidar, um laser capaz de medir em tempo real a poluição atmosférica, foi desenvolvido pela equipe do físico Eduardo Landulfo no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen/MCT) e está em operação desde 2001 no campus da instituição, na Universidade de São Paulo (USP).

Monitores ambientais

A maior contribuição que a KyaTera dará ao projeto não está na automação. A rede deve servir de plataforma de comunicação para uma rede de monitores ambientais. "Um só ponto de medida não adianta. Planejamos ter outros quatro radares em outras instituições para trabalhar em conjunto com o do Ipen", disse Landulfo no Workshop KyaTera 2008, realizado em dezembro último na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Entre os focos de pesquisa que poderiam entrar na pauta de estudos da rede de radares laser estão as queimadas da cana-de-açúcar, comuns no interior de São Paulo, e o auxílio do monitoramento da bacia do rio Corumbataí, também no interior do estado.

A rede deverá ajudar a delinear um mapa atmosférico mais detalhado e preciso de algumas regiões paulistas e possibilitar a atualização em tempo real das informações coletadas por cada um, o que pode ser feito em intervalos de dois minutos.

Funcionamento do radar a laser

O princípio de funcionamento do equipamento é similar ao dos radares tradicionais. O Lidar emite um facho de laser na atmosfera e depois recebe o seu reflexo por meio de uma técnica chamada de retroespelhamento.

Com a análise da luz refletida é possível identificar partículas suspensas, aerossóis e alguns gases em suspensão, especialmente útil na análise da determinação da poluição atmosférica de uma região. O alcance do Lidar é de 10 quilômetros de altitude e cada leitura corresponde a um intervalo de 15 metros. "A cada ano temos aprimorado o radar e ampliado as suas aplicações", diz Landulfo.
Com informações de Fábio Reynol
Assessoria de Comunicação do MCT

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Centro de pesquisa sobre bioetanol começa a ser construído em Campinas

Biocombustível - 15/01/2009 - Foi assinado nesta quarta-feira (14) o contrato referente à construção das instalações do Centro de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE/MCT), em Campinas (SP). A empresa contratada pela Associação Brasileira de Luz Síncrotron (ABTLuS), gestora do CTBE, dará início às obras ainda nesta semana. A previsão de entrega do edifício está marcada para setembro de 2009.

Algo próximo de R$ 8 milhões será investido pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) na construção da infra-estrutura do CTBE. Os 4.500 m2 de edifício construído abrigarão as instalações laboratoriais e administrativas do Centro.

A proposta desse laboratório nacional é realizar pesquisa, desenvolvimento e inovação na cadeia produtiva de cana-de-açúcar/bioetanol. Atualmente, o Brasil lidera a produção mundial de etanol de cana (22 bilhões de litros em 2007). Mas, para que tal liderança se mantenha nas próximas décadas, pesquisas brasileiras apontam que uma série de gargalos agrícolas e tecnológicos precisam ser superados.

Um deles, segundo o diretor do CTBE, Marco Aurélio Pinheiro Lima, é o desenvolvimento de uma tecnologia industrial de conversão do bagaço de cana-de-açúcar em etanol. Outro se refere à criação de um programa de mecanização para os canaviais que diminua o impacto das máquinas sobre o solo, permita o plantio direto e aproveite a água de modo mais racional. Um terceiro entrave diz respeito à elaboração de modelos de sustentabilidade econômica, social e ambiental para esse biocombustível. Cada uma dessas temáticas será trabalhada por programas de pesquisas específicos dentro do CTBE.

Lima diz que esses programas implantados pelo Centro devem se desenvolver de forma plena depois que as instalações do CTBE estiverem prontas. Por isso a importância das obras que agora se iniciam. Assim que a estrutura de pesquisa do laboratório estiver pronta, 80 pesquisadores trabalharão para o desenvolvimento deste estratégico item da agenda tecnológica brasileira.
Luiz Paulo Juttel - Assessoria de Comunicação do CTBE

 
 

Fonte: Ministério da Ciência e Tecnologia
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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