MARINA SILVA PEDE QUE JUDICIÁRIO SEJA MAIS ATENTO
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Janeiro de 2009

24 de Janeiro de 2009 - Juliana Cézar Nunes - Repórter da Agência Brasil - Brasília - A senadora e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva participou hoje (24) do 5º Fórum Mundial de Juízes em Belém. Ela pediu mais empenho dos magistrados na defesa do meio ambiente e na garantia dos direitos da comunidades indígenas. “A floresta amazônica não vai entrar na Justiça contra os desmatadores. Nós que temos que fazer isso.”

Ela destacou para os juízes a decisão do Supremo Tribunal Federal em demarcar a Terra Indígena Raposa Serra do Sol em terra contínua, mas disse que é necessário considerar a tendência e o contexto na reavaliação de processos já finalizados de demarcação. “Existem comunidades indígenas de Mato Grosso, Santa Catarina e Paraná que precisam de revisão na demarcação [que as prejudicaram].”

Marina fez uma avaliação das políticas de combate ao desmatamento adotadas pelo Brasil e comemorou os números que indicam a redução no desmatamento no ano passado. De acordo com dados da organização não-governamental Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) o desmatamento na Amazônia entre agosto e dezembro de 2008 caiu 82% em relação ao mesmo período do ano anterior.

“Esses números mostram que foram acertadas as decisões adotadas no início de 2008, quando se fez a moratória para os 36 municípios que mais demarcavam, a criminalização da cadeia produtiva e a resolução do Conselho Monetário que vedou crédito aos desmatadores. Houve um grande questionamento na época que acabou resultando na minha saída. Ver o resultado dessas medidas é uma prova de que é possível buscar a governança ambiental na Amazônia.”

Além do Fórum Mundial de Juízes, ela participa esta semana do Fórum Social Mundial, que começa terça-feira (27) em Belém. Ela espera que o Brasil apresente durante o evento um novo modelo de desenvolvimento para a Amazônia, que beneficie o país e seus vizinhos. Ela defendeu um consenso sobre a inviabilidade do plantio de cana-de-açúcar na Amazônia e no Pantanal.

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Marina Silva propõe mudança positiva na organização da sociedade

26 de Janeiro de 2009 - Amanda Cieglinski - Enviada Especial - Belém - Com um discurso emocionado que arrancou aplausos da platéia, a senadora Marina Silva (PT-AC) participou hoje (26) da plenária Educação, Transgressão e Construção da Cidadania Planetária, durante os debates do Fórum Mundial da Educação. A senadora falou sobre sua saída do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e afirmou que é necessária uma mudança positiva no modo de viver, pensar e de organizar da sociedade.

“Às vezes a gente é o arco que empurra a flecha e às vezes a gente é a flecha que é empurrada. Eu no MMA [Ministério do Meio Ambiente] me senti muitas vezes como uma flechinha que é empurrada pela sociedade brasileira. Quando quiseram revogar as medidas do plano de combate ao desmatamento, e eu pedi para sair, foi a sociedade brasileira que se colocou na posição de arco e não permitiu a revogação dessas medidas”, afirmou.

Marina disse que em alguns momentos foi “ridicularizada como a ministra dos bagres”, durante o processo de concessão da licença para o Rio Madeira. Mas que se sentia orgulhosa do trabalho que resolveu os problemas ambientais da região.

A senadora defendeu uma solução imediata para crise ambiental que, segundo ela, é muito mais grave do que a crise econômica. Diante de um público de milhares de educadores, Marina defendeu um modelo de educação não-pragmática e com divisão de responsabilidades. Emocionada, ela contou ao público que foi alfabetizada aos 16 anos, em um curso do antigo Mobral (Movimento Brasileiro de Alfabetização).

“É diante da crise que somos obrigados a buscar novas saídas, respostas, alternativas. Na educação, temos que pensar também dessa forma. Vamos juntar as melhores experiências para dar uma resposta à essa crise, uma proposta em co-autoria”, afirmou.

A senadora disse que as escolas precisam se atualizar diane da necessidade de se pensar um novo modelo de desenvolvimento social, ambiental e econômico. “Precisamos resignificar o nosso ensino. Há bem pouco tempo, os recursos naturais eram tratados como infinitos. A Amazônia era tratada como um deserto verde, sem que se falasse sobre os povos que moram lá, de suas culturas. Falava-se que nós éramos os países subdesenvolvidos, atrasados. Mas em relação a quê? A esse sistema financeiro que dá sinais de colapso?”.

Os debates do Fórum Mundial de Educação continuam até amanhã (27), quando começa a programação oficial do Fórum Social Mundial.

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Homenagem a Chico Mendes termina com plantio de seringueiras

28 de Janeiro de 2009 - Luana Lourenço - Enviada Especial - Belém - O líder ambientalista e sindical Chico Mendes, assassinado há 20 anos no Acre, foi homenageado hoje (28) durante o Fórum Social Mundial, em Belém. Organizado pela Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT, o evento terminou com o plantio de cinco mudas de seringueiras no campus da Universidade Federal do Pará (UFPA).

“Plantamos cinco mudas nas pontas da figura de um pentágono verde. Esse será o pentágono da paz, ao contrário do outro, que é o da guerra”, explicou Hamilton Pereira, ex-secretário de Articulação Institucional do Ministério do Meio Ambiente na gestão Marina Silva, em referência à sede do Pentágono, do Departamento de Defesa dos Estados Unidos.

A senadora Marina Silva (PT-AC) não participou do plantio das árvores, mas minutos antes fez um discurso emocionado, no qual lembrou o seringueiro e criticou a falta de investimentos mundiais para preservação do meio ambiente.

“Por que apareceu dinheiro para resolver a crise da economia e não há recursos para resolver a crise ambiental global, que é muito pior que a financeira?”, questionou a ex-ministra do Meio Ambiente. Além de Chico Mendes, a senadora lembrou de outros “mártires da Amazônia”, entre eles a missionária Doroty Stang, assassinada em 2005, no interior do Pará.

O presidente da Fundação Perseu Abramo, Nilmário Miranda, ex-ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, se referiu ao ambientalista acreano como “a figura mais emblemática” da defesa da Amazônia.

“O Acre era um lugar em que o crime organizado, a corrupção tomou conta do estado. As agressões ao meio ambiente eram também agressões aos direitos humanos e à democracia. E o Chico Mendes conseguiu reverter isso. Transformou-se em um modelo para o restante do mundo”, disse Miranda.

Um ativista indiano, que plantou uma das mudas, comparou a luta de Chico Mendes à perseguição de ambientalistas na Índia, onde, segundo ele, cinco pessoas foram mortas por protestarem contra a destruição de rios.

A homenagem reuniu cerca de 500 pessoas, entre seringueiros, comunidades extrativistas e muitos militantes do PT na tenda Cuba 50 anos, montada “em parceria” com a Fundação Perseu Abramo. Segundo Miranda, não houve patrocínio do PT para a delegação de participantes de Cuba.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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