INTEGRAÇÃO DE PROGRAMAS AMBIENTAIS É A TÔNICA DO PROJETO SÃO FRANCISCO, DIZ MINISTÉRIO

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2009

16/02/2009 - Professor Luiz Cezar Machado Pereira, da Universidade Federal do Vale do São Francisco – Programa de Conservação de Fauna e Flora

Brasília - A interação entre os diversos programas ambientais é a tônica do Projeto de Integração do rio São Francisco com Bacias do Nordeste Setentrional. Por meio desta interface, biólogos, arqueólogos, botânicos, engenheiros e muitos outros vêm colecionando surpresas.

Um dos aspectos que tem chamado a atenção dos pesquisadores especialistas em plantas e animais é o que a comunidade acadêmica chama de “fitofisionomia da caatinga”. O que ocorre é que às vezes se tem uma parte da caatinga arbustiva com característica de antropisada (impactada pela ação humana), mas é engano. Isso porque ocorre com freqüência um tipo de “raleamento natural”, isto é, uma área com cara de antropisada, mas que é natural. Em outras palavras: quem vê a cara não vê o coração desse bioma chamado caatinga.

“Para entender isso é preciso entender de solo, de geologia, de relevo, fauna, flora, arqueologia e a comunidade humana atual. É preciso interação de conhecimentos. Não dá para separar”, relata o professor Luiz Cezar Machado Pereira, da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), responsável pela conservação da Fauna e da Flora, no projeto.

Por conta deste entendimento, o Programa Básico Ambiental de Conservação da Fauna e da Flora se relaciona com outros 36 programas ambientais como o de Identificação e Salvamento de Bens Arqueológicos. A metodologia para alterar ao mínimo necessário essa fitofisionomia durante a construção dos canais de integração do Rio São Francisco, elaborada pela equipe de Conservação da Fauna e da Flora, não é brincadeira.

Primeiro, os técnicos dividem a área em talhões (lotes) e precisam seguir uma escala cronológica para suprimir a vegetação nesses talhões. Antes do corte da vegetação, porém, a equipe de fauna afugenta principalmente os animais vertebrados (mamíferos de médio e grande porte como veado caatingueiro, e o tamanduá- mirim). “A passagem dos arqueólogos antes da equipe de fauna e flora é importante para avaliar o que havia no local há 10 mil, 20 mil anos.

Por meio do alto nível técnico em campo, o Ministério da Integração Nacional segue as instruções do Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que concedeu a licença para a implantação do projeto, a chamada LI (Licença de Instalação).

A LI determina que toda a supressão da vegetação no canal e reservatórios tem que ser acompanhada de resgate da fauna e do germoplasma (recursos genéticos de uma espécie). Para acontecer o resgate é preciso haver um bom plano de supressão vegetal. “As duas ações têm que ser muito concatenadas”, enfatiza o pesquisador da Univasf.

Fonte: Assessoria de Imprensa – Centro de Referência de Comunicação Social do Projeto São Francisco: equipe de campo

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Projeto São Francisco desvenda e conserva diversidade da Caatinga

13/02/2009 - SALGUEIRO (PE) - Ao contrário do que se pensava até recentemente, o bioma caatinga tem uma surpreendente diversidade de vida animal. Esta diversidade começa a ser desvendada e conservada por técnicos e ambientalistas a partir do avanço do Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional.

Quem informa é o professor Luiz Cezar Machado Pereira, pesquisador da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), parceira do Ministério da Integração Nacional na tarefa de conservar espécies nativas, protegendo-as durante a construção do canal de integração de bacias.

Para o andamento do Projeto, 36 Programas Básicos Ambientais foram criados com o objetivo de minimizar os impactos ambientais da construção dos canais do Eixo Norte, projetado para rasgar 426 quilômetros da caatinga, e do Eixo Leste, de 287 quilômetros. O programa conduzido pela Univasf é o PBA-23, Conservação da Fauna e da Flora.

“O Projeto São Francisco está dando a oportunidade de revelar o que é realmente a caatinga. Nós temos aqui mais de 30 espécies de formigas, entre 280 e 300 de aves e outras 48 de répteis, só para dar alguns exemplos”, relata o professor Luiz Pereira.

Antes do início das escavações na terra, é preciso obter autorização para a retirada da vegetação, dada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). É a chamada Autorização de Supressão Vegetal (ASV).

Depois, sob a orientação dos técnicos do Ministério da Integração Nacional e da Univasf, trabalhadores são instruídos em cursos de capacitação para iniciarem a supressão, num ritual precedido do afugentamento dos animais.

Na seqüência, ocorre a primeira passagem das máquinas que fazem o expurgo do material vegetal desbastado inicialmente por foices e moto-serras. Este é o momento no qual os especialistas coletam o maior número de espécies de animais pequenos.

“Foram coletados mais de 200 indivíduos num só dia”, conta o professor Luiz Pereira.

O resgate de centenas de espécies com vida só é possível graças ao apuro do critério técnico. Com ele vêm as surpresas. A própria comunidade científica sempre achou que a caatinga era pobre, por exemplo, em anfíbios. Não é. A caatinga tem uma rica diversidade desses animais também, revelam os trabalhos do Programa de Conservação de Fauna e Flora. Um exemplo é a presença da perereca verde, da espécie Phyllomedusa nordestina,ocorrência não esperada na caatinga. Num só dia de trabalho, os técnicos encontraram 30 exemplares dela. Mais uma demonstração de que as informações da comunidade científica sobre a caatinga são “escassas”, na avaliação do professor Luiz Pereira.

Hoje ainda é limitada a literatura científica sobre a caatinga brasileira. Mas isso vai mudar com o avanço do Projeto São Francisco. “A conservação da natureza acontece quando se protege e se leva desenvolvimento à comunidade. Isso é desenvolvimento sustentável”, defende o acadêmico da Univasf. Por isso, segundo ele, a intenção difundida no Projeto é “gerar conhecimento e informação e levá-los à comunidade”.

A expectativa em torno da publicação de trabalhos sobre esse bioma, daqui para frente, é grande, principalmente no campo da zoologia. Em breve surgirão trabalhos científicos informando com riqueza de detalhes técnicos, por exemplo, que a caatinga é similar ao cerrado brasileiro em relação à diversidade das espécies de mamíferos que ocorrem em cada um desses biomas.

Fonte: Assessoria de Imprensa – Centro de Referência de Comunicação Social do Projeto São Francisco: equipe de campo.

 
 

Fonte: Ministério da Integração Nacional
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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