ÍNDIOS REIVINDICAM DEMARCAÇÃO CONTÍNUA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2009

13 de março de 2009 - Caciques e lideranças Terena da Terra Indígena Cachoeirinha, localizada no município de Aquidauana/MS e Miranda/MS, estiveram reunidos ontem (12/03) com a Diretora de Assuntos Fundiários da Funai, Maria Auxiliadora Cruz de Sá Leão, para reivindicar a continuidade do processo de demarcação da Terra Indígena Cachoeirinha. Na ocasião, a Diretora de Assuntos Fundiários ratificou o compromisso da Funai em agilizar o processo de regularização fundiária da terra indígena. “Nós da Funai iremos envidar todos os esforços para concluir o processo administrativo de demarcação da terra indígena Cachoeirinha, para que vocês possam reocupar suas terras tradicionais já reconhecidas pelo Governo Brasileiro, através da Portaria Declaratória do Ministro do Estado da Justiça”.

Os caciques das aldeias da terra indígena e representantes do acampamento Mãe Terra saíram da reunião com documento que reafirma o compromisso da Funai em iniciar os pagamentos das indenizações das benfeitorias das 12 fazendas já vistoriadas, a partir do início do mês de maio, após o cumprimento dos trâmites administrativos. O processo de pagamento será levado à apreciação da Comissão de Boa-Fé, composta por coordenadores da Funai e um Procurador Federal, na próxima quinta-feira (19/03) para julgamento da caracterização da boa-fé nas ocupações onde já ocorreu o levantamento e avaliação das benfeitorias. A partir de sua aprovação pela Comissão, será encaminhado à Procuradoria-Geral Federal (PGF) para análise jurídica. Uma vez aprovado pela PGF, o procedimento administrativo será submetido à aprovação do Presidente do órgão e então será instituída a Comissão de Pagamento, dando início ao processo de pagamento das indenizações.

O presidente da Associação Indígena Terena, Lindomar Ferreira, ressaltou na reunião a preocupação com a reintegração de posse da “Fazenda Charqueada do Aguachi”, ocupada pelos indígenas no dia 13 de fevereiro, que pode ser cumprida a qualquer momento, e teme um enfrentamento com a força policial. Essa fazenda já vistoriada pela Funai está inserida nos limites da terra indígena. Diante do compromisso assumido pela Funai em acelerar o processo de demarcação da terra indígena, Lindomar confessa sentir-se mais aliviado e espera que em breve as doze áreas já levantadas de Cachoeirinha comecem a ser indenizadas. “Os próprios fazendeiros estão dispostos a sair mediante o pagamento”, afirma o presidente da Associação.

Segundo o relato de Zacarias Rodrigues, um dos caciques de Cachoeirinha, o Governador Andre Puccineli, reunido em janeiro com as lideranças Terena, propôs um acordo, no qual o governo do MS destinaria 3 mil hectares de terra para a comunidade e se propunha a investir na área de educação, saúde e construção de casas populares. “Nós lideranças continuaremos firmes, reivindicando o que é nosso, ou seja, 36.286 hectares,” ressaltou Zacarias, rechaçando a proposta. Na opinião do Cacique Juarez Fonseca da aldeia Babaçu, “se fosse aceito estaríamos contra nossa população e perderíamos aquilo que já é nosso há muito tempo e que, inclusive, o Ministro já assinou”. Para o Cacique Bento Silveira da aldeia Morrinho, “estamos reivindicando o que é da nossa comunidade indígena, queremos o que é nosso, ou seja nossa terra. Por isso não aceitamos o acordo do Governador”, destaca o cacique.

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Povos Indígenas da Bahia apresentam programação em Salvador

13 de março de 2009 - A Praça 2 de Julho (Campo Grande), em Salvador/BA, se deixou enfeitar por uma reluzente lua cheia, que abrilhantou a apresentação dos povos indígenas da Bahia no entardecer desta terça-feira (10). O grupo do E14 – Encontro de Cultura dos 14 Povos Indígenas da Bahia – se reuniu aos pés da estatua do Caboclo, símbolo da pluralidade cultural e independência do estado, para o Toré, ritual comum a todos os povos indígenas da América, no qual seus participantes entoam cânticos tradicionais e ancestrais para buscar integração com as forças da natureza.

Encantado com a dança e com os adornos de cerca de 150 indígenas, o público soteropolitano deixou de lado a pressa de chegar em casa e parou para apreciar a apresentação e levar uma lembrança do evento. Os baianos carregaram consigo fotografias de câmeras e celulares, ou peças de madeira e barro, utensílios, arco e flecha, instrumentos musicais, brincos, pulseiras e colares do mais legítimo artesanato milenar, comercializado na Feira montada em uma das entradas principais da Praça, em parceria com o Instituto Mauá.

Ao cair da noite, os indígenas seguiram para o Teatro Castro Alves, onde a professora Maria Hilda Baqueiro Paraíso, doutora em História Social pela Universidade de São Paulo e professora do departamento de História da Universidade Federal da Bahia, organizou a exposição “Os Tupinambá de Kirimuré”. A mostra pretende sinalizar a presença indígena na área da Baía de Todos os Santos, por eles chamada de Kirimuré, nos séculos XVI e XVII. “Através de recursos visuais e fotografias, a exposição vai identificar os locais onde os indígenas haviam construído suas aldeias, apontar onde ocorreram as várias revoltas indígenas e os aldeamentos que compunham o sistema de defesa da Cidade do Salvador nesse período”, explica Maria Hilda.

O encerramento da programação do E14+, que dá continuidade ao Encontro das Culturas dos 14 Povos da Bahia, realizado entre 16 e 19 de outubro de 2008, na aldeia Tuxá em Rodelas/BA, foi na sala principal do Teatro. O palco ganhou vida com o Toré, seguido de uma homenagem ao índio Galdino Pataxó, morto em abril de 1997 por adolescentes de classe média-alta de Brasília, que atearam fogo ao indígena enquanto dormia em um ponto de ônibus. Em poesia, um representante do povo Pataxó proclamou “o dó e as dores” pela ausência de Galdino.

Em seguida, um documentário de 52 minutos exibiu as tradições culturais dos povos indígenas, através de entrevistas e imagens, e revelou aos baianos os mitos e lendas, crenças, pinturas e o ritual do Toré, entre outras manifestações que aconteceram durante o E14. Dirigido por Walter da Silveira, o filme conta em tom político o drama vivido pelos Tuxá, quando há 20 anos, foram relocados da Ilha da Viúva, onde era localizada a sua aldeia, por conta da construção da Hidrelétrica de Itaparica, em 1987. A noite terminou em grande estilo, com ceia farta de guloseimas da culinária indígena elaboradas com mandioca e milho.

Relacionamento renovado

Uma agenda política entre representantes das diversas Secretarias de Governo, Funai e lideranças indígenas do E14, na manhã de quarta-feira (11), estabeleceu novas perspectivas para os povos indígenas do estado. “Nosso objetivo é o encaminhamento conjunto das demandas apontadas pelos grupos que se reuniram durante o E-14”, conta o coordenador do Núcleo de Culturas Populares e Identitárias da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult/BA), Hirton Fernandes.

O E14 reuniu cerca de 500 pessoas, dentre os quais 266 representantes indígenas dos povos Atikum, Caimbé, Kiriri, Kantaruré, Pankararé, Pankararu, Pataxó, Hã-Hã-Hãe, Payayá, Truká, Tumbalalá, Tupã, Tupinambá, Tuxá E Xucuru-Kariri. A realização do E14 é resultado de articulações da Secult/BA em parceria com as Secretarias de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Educação, Desenvolvimento Social, Trabalho e Renda, Meio Ambiente, além da Funai e suas representações estaduais, lideranças indígenas Pataxó, Kiriri e Tuxá, as Universidades Federal e Católica da Bahia, e a Associação Nacional de Apoio Indigenista (ANAI).

 
 

Fonte: Funai – Fundação Nacional do Índio
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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