PF JÁ TEM PLANO PARA RETIRADA E ARROZEIROS DA
TERRA INDÍGENA RAPOSA SERRA DO SOL

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2009

18 de Março de 2009 - Luana Lourenço - Enviada Especial - Valter Campanato/Abr - Boa Vista (RR) - O superintendente da Polícia Federal em Roraima, José Maria Fonseca, fala sobre a retomada, pelo STF, do julgamento da demarcação em área contínua da Terra Indígena Raposa Serra do Sol
Boa Vista (RR) - O superintendente da Polícia Federal (PF) em Roraima, José Maria Fonseca, informou que a corporação já tem um plano operacional definido para iniciar imediatamente a retirada de produtores de arroz da Terra Indígena Raposa Serra do Sol caso o Supremo Tribunal Federal (STF) decida hoje (18) pela manutenção da demarcação contínua da reserva de cerca de 1,7 milhão de hectares. “A desintrusão será feita de acordo com a decisão do tribunal”, afirmou.

Segundo Fonseca, o deslocamento de pessoal e a movimentação de recursos e apoio logístico para a retomada da operação, conhecida como Upatakon 3, começará imediatamente após o anúncio de uma possível decisão contra a permanência dos rizicultores. No entanto, a retirada efetiva poderá levar até 45 dias, de acordo com as previsões do superintendente.

“Não há como fazer isso da noite para o dia. Para a execução da desintrusão nós temos um planejamento operacional, esse planejamento tem etapas e nós vamos cumpri-las. Além das pessoas, haverá retirada de bens, que precisam ser resguardados”, detalhou.

Além do efetivo policial, que deverá chegar a 500 homens somente da PF, agentes da Força Nacional de Segurança, a Fundação Nacional do Índio (Funai) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) também vão participar da retirada.

Fonseca garantiu que a decisão do STF será cumprida mesmo que a retirada tenha que ser feita antes da colheita do arroz já plantado, prevista para maio. Dos seis grandes produtores que ocupam a terra indígena, apenas dois plantaram arroz recentemente, um deles o polêmico líder Paulo César Quartiero.

“O que estava acertado é que não haveria mais plantio, eles colheriam o remanescente em janeiro e deixariam a terra. Eu não posso manter esse efetivo [policial] aqui até maio simplesmente porque ele tem uma colheita a fazer. A minha ação vai ser de acordo com a decisão do STF. Se houver algum questionamento quanto a isso, terão que recorrer à Justiça”, disse.

Apesar das divergências claras entre indígenas e arrozeiros, o superintendente espera um “desfecho pacífico” para o impasse. Fonseca acredita que as lideranças indígenas deverão respeitar a operação oficial de desintrusão, sem partir para conflito direto com os rizicultores.

Sessenta homens da PF e cerca de 80 da Força Nacional de Segurança estarão hoje dentro da terra indígena para garantir a segurança durante o julgamento do STF. De acordo com o superintendente, outros 150 policiais federais e homens do Exército e da Polícia Militar estarão de sobreaviso e posicionados em pontos estratégicos para agir em caso de conflito na área.

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Terra indígena: antes de prosseguir com julgamento, STF decide sobre nulidade da ação

18 de Março de 2009 - Marco Antonio Saolheiro - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Quando o ministro Marco Aurélio Mello concluir seu voto de 120 páginas sobre a constitucionalidade da demarcação em faixa contínua da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, será colocada em votação pelo presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, um proposta de Mello para que a ação seja “saneada”.

Na prática, Mello defende que a nulidade da ação em análise só será superada se a Corte citar o ex- ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que se manifestem no processo, independentemente das informações encaminhadas pela Advocacia-Geral da União. O Ministério da Justiça foi o responsável pela edição da portaria de demarcação da área, de nº 534/2005, e o presidente da República pelo decreto de sua homologação, de 15 de abril de 2005.

Mello ainda fez menção a outros vícios supostamente ocorridos ao longo de todo o processo de demarcação, como a falta de manifestação do estado de Roraima, dos municípios de Uiramutã, Pacaraima e Normandia, localizados na área indígena demarcada, e de fazendeiros da região.

Só após a votação dessa preliminar os ministros Celso de Mello e Gilmar Mendes, que ainda não se manifestaram sobre o mérito, deverão ler seus votos. Até o momento, Marco Aurélio leu aproximadamente metade de seu voto e já deixou claro em diversos trechos que será contrário à demarcação contínua da área de 1,7 milhão de hectares, na qual um grupo de grandes produtores de arroz e agricultores brancos quer permanecer.

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Líder ruralista prevê conflitos sociais em Roraima

18 de Março de 2009 - Ana Luiza Zenker - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Conhecido como líder dos arrozeiros do estado de Roraima, o agora “ex-prefeito e ex-presidente [da Associação dos Produtores de Arroz de Roraima] e futuro sem-terra”, Paulo César Quartiero afirmou há pouco, ao chegar ao Supremo Tribunal Federal (STF) para a terceira parte do julgamento sobre a demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, que a manutenção da reserva contínua não deve trazer mais disputas por terra, mas conflitos sociais.

“Pessoas estão à beira da falência econômica e não acreditam em mais nada. Então, não vai haver nada, o que vai ter no futuro é uma convulsão devido ao caos que está se gerando em Roraima”, disse o líder ruralista, contrário à demarcação contínua da terra indígena e defensor dos grupos acusados de ter invadido a área.

Quartiero qualificou a atual política pública em Roraima como genocida. “Estamos discutindo a paralisação da produção de alimentos de uma população necessitada, além do fechamento de postos de serviço”, acrescentou.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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