STF DECIDE DATA DA RETIRADA DE
ARROZEIROS DA RAPOSA, DIZ AYRES BRITTO

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2009

19 de Março de 2009 - Yara Aquino - Repórter da Agência Brasil - Antonio Cruz/Abr - Brasília - O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Carlos Ayres Britto, fala à imprensa após audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Brasília - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Ayres Britto afirmou que o STF irá decidir hoje (19) a data para a retirada dos arrozeiros da Terra Indígena Raposa Serra do Sol (RR). Segundo ele, a decisão será tomada no julgamento sobre a constitucionalidade da demarcação da reserva indígena em faixa contínua, que será retomado nesta tarde.

“Vai ser decidido hoje se será a partir da publicação do acórdão, ou a partir de hoje mesmo, ou se algum tempo mais será concedido [para a retirada]”, disse Ayres Britto em entrvista no Palácio do Planalto, após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ministro é relator da ação que contesta a demarcação contínua da reserva.

Questionado por jornalistas se o pagamento das indenizações aos arrozeiros que devem sair da reserva indígena poderá gerar um novo embate na Justiça, o ministro afirmou que essa questão é de responsabilidade do Executivo e que só chegará ao Judiciário se for apresentado algum recurso.

“O campo das indenizações neste momento é exclusivamente do Poder Executivo. Ele entra direto em contato com as partes, faz sua proposta conforme o caso, só há indenização quando há ocupação de boa-fé. Se não houver o consenso é possível que sim [que a questão chegue ao Judiciário]”.

Na avaliação de Carlos Ayres Britto, o julgamento será encerrado ainda hoje, uma vez que só falta votar o ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo. Até agora nove ministros se posicionaram a favor da demarcação contínua e apenas Marco Aurélio Mello votou pela anulação do processo demarcatório.

O julgamento no STF foi retomado ontem (18), após ter sido interrompido em dezembro do ano passado, quando o ministro Marco Aurélio pediu vista do processo.

Uma vez mantido o entendimento da demarcação contínua da área um grupo de grandes produtores de arroz e de aproximadamente 50 famílias de agricultores brancos terão de deixar parte da área de 1,7 milhão de hectares da reserva onde vivem 18 mil índios.

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Para AGU decisão do Supremo dará segurança jurídica a novas demarcações de reservas

19 de Março de 2009 - Ana Luiza Zenker - Repórter da Agência Brasil - Brasília - De acordo com o advogado-geral da União, José Antonio Dias Toffoli, a decisão tomada hoje (19) pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em relação à demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, vai possibilitar que novos processos de demarcação sejam feitos com maior segurança jurídica, evitando novos julgamentos sobre o mesmo tema.

Logo depois do término da sessão, Toffoli disse que o resultado de hoje foi satisfatório, com a garantia da demarcação contínua e da correção da homologação feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“E, além disso, o tribunal fixou várias orientações sobre o modo e o processo de se fazer demarcação de terras. Com isso, evitará que, no futuro, outras áreas venham a ser contestadas”, completou.

Em relação ao tempo de execução da retirada dos produtores não-índios, o advogado-geral disse que julho, prazo pedido em plenário pelo advogado Luiz Albrecht, representante dos arrozeiros, é muito tempo.

Toffoli argumentou que a alegação apresentada por Albrecht, de que há plantações que precisam ainda ser colhidas, o que se daria até o final do primeiro semestre deste ano, não é válida, já que o plantio já foi feito com o processo em andamento no Supremo. “Se plantaram sub judice, correram o risco de perder essa plantação”, disse.

Ainda segundo ele, a discussão sobre as indenizações das benfeitorias de boa-fé identificadas na área não impede nem suspende a retirada dos não-índios da terra indígena. Ele explicou que, mesmo os títulos de propriedade, que foram expedidos aos produtores, já não têm mais validade.

“A Constituição, ao dizer que os índios têm direito à posse de suas terras, fixou que a União, demarcando essas terras e a propriedade sendo registrada em nome da União, todos os títulos que existam sobre aquela área, mesmo que estejam registrados em cartório de imóveis, perdem a sua validade”, afirmou.

O prazo para a saída dos produtores vai depender agora de decisão do ministro relator do processo, Carlos Ayres Britto. “Caberá à Funai [Fundação Nacional do Índio] e ao Ministério da Justiça levar um plano de retirada dos não-índios da área ao relator e ele vai, então, fixar qual é esse parâmetro e acompanhar essa retirada”.

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Índios começam a se mobilizar para comemorar definição do Supremo

19 de Março de 2009 - Luana Lourenço - Enviada Especial - Terra Indígena Raposa Serra do Sol (RR) - Os índios que vivem na Terra Indígena Raposa Serra do Sol começaram a se mobilizar para comemorar a definição do Supremo Tribunal Federal (STF) que manteve a demarcação em faixa contínua da reserva.

Cerca de 50 índios vestidos com trajes típicos cantam e dançam em uma quadra de esportes na Vila Surumu.

Informados pelos jornalistas que estão na reserva sobre o placar no julgamento do STF, o líder índigena Martinho Macuxi disse que vai aguardar que parentes que estão em Brasília confirmem a decisão final.

Por 10 votos a 1, o Supremo decidiu manter a demarcação em faixa contínua da Terra Indígena Raposa Serra do Sol. O resultado oficial, entretanto, ainda não foi proclamado já que os ministros ainda podem alterar seus votos até o fim do julgamento. A sessão entrou em intervalo e, em seguida, os ministros decidirão como se dará a retirada dos produtores de arroz e das famílias de agricultores brancos que permanecem em parte da reserva.

De acordo com Martinho, os índios não pretendem ocupar propriedades dos produtores de arroz ou entrar em conflito com os agricultores até que seja definida a retirada dos não-índios da região.

“A gente vai conversar com as lideranças para ver essa situação. Vamos esperar o que o STF vai decidir sobre a retirada e conversar com a maioria dos tuxauas (caciques) da Raposa Serra do Sol”, disse.

No local onde os índios começam a se concentrar para a comemoração, há uma faixa com os dizeres “Obrigado aos ministro do STF pela garantia da nossa terra”.

O grupo de índios ligado aos arrozeiros que também vive na Vila Surumu continua acompanhando o julgamento pela TV. Representantes do grupo afirmaram que só pretendem se pronunciar depois do resultado oficial.

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STF abre inquérito contra deputado acusado de desmatar a Floresta Amazônica

21 de Março de 2009 - Da Agência Brasil - Brasília - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Alberto Menezes Direito reautuou como inquérito o pedido de investigação contra o deputado federal Ernandes Amorim (PTB-RO). O parlamentar é acusado de desmatar parte de suas fazendas, localizadas na Floresta Amazônica.

O inquérito foi instaurado pela Polícia Federal em Rondônia para a apuração dos supostos crimes ambientais. De acordo com o documento, o parlamentar desmatou 1,6 mil hectares na região Amazônica, incluindo áreas de unidades de conservação.

O Ministério Público Federal (MPF) confirmou ainda que parte da área foi transformada em pastagem para o gado, impedindo a regeneração da floresta derrubada. No laudo do MPF, a responsabilidade pelos danos causados à floresta é atribuída ao parlamentar, que seria proprietário das fazendas Carnaval 70 e Monte Aurélio.

Com a decisão, o ministro atendeu o pedido do procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, que acredita na existência de indícios que comprovam os delitos ambientais.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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