CIENTISTAS DESCOBREM 56 NOVAS ESPÉCIES NA PAPUA-NOVA GUINÉ

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Abril de 2009

Aranhas, sapos, perereca e lagartixa são destaques da expedição, que registrou mais de 600 espécies

Arlington, EUA — Cientistas anunciaram hoje a descoberta de 56 espécies provavelmente novas para a ciência, com destaque para uma lagartixa, uma perereca, dois sapos e aranhas saltadoras, durante uma expedição às montanhas da região central da Papua-Nova Guiné, ilha localizada no Oceano Pacífico.

A expedição Programa de Avaliação Rápida (RAP, da sigla em inglês), liderada pela Conservação Internacional (CI), durou um mês e foi realizada entre julho e agosto de 2008. Participaram da expedição cientistas locais, da CI e das universidades de British Columbia (UBC), do Canadá, e Montclair State, dos Estados Unidos, além de membros das comunidades da região.

Mais de 600 espécies foram registradas durante a expedição. Desse total, 50 aranhas, duas plantas, dois sapos, uma perereca e uma lagartixa são provavelmente novas para a ciência. Entre os anfíbios, estão um sapinho marrom que emite um som alegre e agudo (Oreophryne sp.), uma perereca verde clara de olhos enormes (Nyctimystes sp.) e um sapo de cachoeira que tem um canto alto e estridente (Litoria sp.). A lagartixa (Cyrtodactylus sp.) foi a única do seu tipo encontrada em ambientes densos de floresta na área estudada pelo RAP.

“As montanhas Kaijende e os vales no seu entorno são umas das maiores áreas selvagens e intocadas da Papua-Nova Guiné e são habitadas por clãs tribais locais. Essas florestas são essenciais para o estilo de vida tradicional desses povos”, afirma Steve Richards, o cientista da CI que liderou a expedição.

Essa área selvagem é fonte vital de caça e coleta de produtos florestais para as comunidades de clãs locais, além de ser fonte importante de água potável para dezenas de milhares de pessoas que vivem em vales próximos. Em uma perspectiva mundial, a área tem papel fundamental na desaceleração da mudança climática por meio do sequestro de grandes quantidades de dióxido de carbono.

Como parte da expedição, o antropólogo da Montclair State University, William Thomas, trabalhou com os clãs Hewa para documentar a história natural e o conhecimento local sobre os recursos naturais como parte do projeto “Forest Stewards”, uma iniciativa lançada por Thomas e pelo cientista da CI, Bruce Beehler.

“Dr. Thomas dedicou sua vida profissional ao estudo de sistemas tradicionais de conhecimento dos povos Hewa. A forma de gestão e o conhecimento que esses povos têm acerca dessa enorme área selvagem levou à conservação de seus animais e do meio ambiente. O objetivo do Dr. Thomas é ajudar os Hewa a manter o bom manejo da área no próximo século, visando tanto ao bem-estar das pessoas que moram ali quanto à saúde do planeta como um todo”, explica Beehler.

Entre as espécies de aranhas, a descoberta de três gêneros inteiramente novos merece destaque, segundo o cientista da UBC, Wayne Maddison, que também é diretor do Beaty Biodiversity Museum. “Elas são linhagens evolutivas bastante distintas e que eram desconhecidas até então, dentro de um grupo que já é muito diferente na árvore evolutiva das aranhas saltadoras”, aponta Maddison. “A posição chave desses gêneros na árvore evolutiva vai nos ajudar a entender como esse grupo único de aranhas saltadoras evoluiu”.

Grande parte das áreas selvagens da Papua-Nova Guiné continua sem ser explorada para documentação científica. O programa RAP da CI planeja mais três expedições ao país a partir de abril deste ano.

A expedição cujos resultados estão sendo anunciados hoje foi financiada pela Porgera Joint Venture (PJV), uma propriedade da Barrick Gold Corporation. O relatório resultante vai prover informação para aqueles tomadores de decisão que buscam o equilíbrio entre o desenvolvimento e a proteção da biodiversidade, visando beneficiar as comunidades locais e os ecossistemas mundiais. As descobertas serão utilizadas para subsidiar estratégias futuras de conservação, as atividades de mineração da PJV e as políticas de desenvolvimento dos governos local e nacional.

“Isso mostra como somos comprometidos com a responsabilidade ambiental. Estamos satisfeitos em poder contribuir com a descoberta de novas plantas e animais e, principalmente, com a sua preservação para as gerações futuras”, conta o gerente geral da Barrick Gold Corporation na Papua-Nova Guiné, Mark Fisher.

Desde 11000, o programa RAP da CI realizou mais de 60 expedições pelo mundo e descobriu mais de 700 espécies provavelmente novas para a ciência. O website “Discovering Species” (www.conservation.org/discoveries) foi lançado recentemente e oferece informações detalhadas, em inglês, sobre as expedições realizadas pela CI, como as RAP, e também traz algumas das descobertas.

 
 

Fonte: Conservação Internacional Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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