ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE GANHA VERSÃO INDIGENISTA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2009

03 de abril de 2009 Com a participação de colaboradores, a Funai elaborou a primeira versão do Estatuto da Criança e do Adolescente comentado à luz da legislação nacional e internacional e à luz da antropologia e dos direitos dos povos Indígenas. Na manhã desta quarta-feira (01), servidores do órgão indigenista discutiram pontos fundamentais, como o conceito de família, adoção, intervenção penal e da atuação dos Conselhos Tutelares, ressaltando sempre a importância de subsidiar o diálogo entre os Conselhos e as comunidades indígenas.

Para democratizar o diálogo, foram convidados o Secretário Executivo do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), Benedito dos Santos, a Procuradora Federal dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal, Ella Wiecko Castilho, a antropóloga representante do Departamento de Antropologia da Universidade de Brasília (UnB), Rita Laura Segato e a antropóloga representante da Comissão de Assuntos Indígenas da Associação Brasileira de Antropologia (ABA), Elaine Moreira Lauriola.
O Secretário Executivo do Conanda, ressaltou a importância de universalizar os direitos da criança e do adolescente e definir as especificidades da população em geral, trabalhando as demandas locais. Segundo ele, Dourados/MS, por exemplo, tem um dos maiores números de população indígena e não tem um Conselho Tutelar, sendo que hoje existem 5 mil Conselhos Tutelares no Brasil, com 72 mil pessoas trabalhando para os direitos da Criança e Adolescente. Santos acredita que é necessário criar uma política de inclusão para as crianças indígenas. “É preciso juntar lideranças indígenas e Conselho Tutelar, construir novos códigos, negociar com as soberanias e ter a esperança de constituir o debate de forma mais eficaz”, esclareceu. Para a Antropóloga Elaine Lauriola, antes de tirar uma criança de sua aldeia é preciso pensar como ajudá-la, como trabalhar essa questão do ponto de vista antropológico, e nesse sentido pensar qual o papel do Conselho enquanto interventor.

Os participantes concluíram que, ainda há muitas reflexões sobre o que fazer já que trata-se de um tema complexo e delicado. O debate culminou com o agendamento de uma grande reunião envolvendo lideranças indígenas para um diálogo jurídico, em Dourados/MS, com o objetivo de fomentar o diálogo de saberes e o pluralismo jurídico. Além disso, foi sugerida uma próxima reunião de trabalho, nas instalações da UnB, com advogados indígenas para discussão do ECA comentado, que contará, também, com a participação de acadêmicos do curso de Direito.

Campanha “Índio Cidadão Brasileiro”

A funai em seu trabalho junto aos povos indígenas, tem se deparado cada vez mais com questões que afetam os direitos das crianças e dos adolescentes indígenas. O ECA embora tenha como princípio o respeito à diversidade cultural das crianças e adolescentes brasileiros, tem gerado conflitos e preconceitos na sua aplicação junto aos povos indígenas, ao invés de garantir a proteção, como se propõe. Nesse sentido, a Funai promove desde 2004 a campanha “Índio Cidadão Brasileiro” pelo respeito ao direito diferenciado dos jovens e crianças indígenas na aplicação do ECA, com a realização de diversas oficinas para debate do tema.

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Justiça condena município a indenizar menor indígena lesionado em escola municipal

02 de abril de 2009 A Prefeitura Municipal de Santo Antônio do Descoberto-GO foi condenada, pela Justiça, a pagar multa diária, no valor de R$5 mil, ao menor Valtécio Silva de Souza, índio Kantaruré, que sofreu, em 29.02,08, acidente em brinquedo instalado, de forma irregular, no educandário onde estudava. À época, a criança, por solicitação médica, deveria, pelo Poder Municipal, ser submetida a uma cirurgia no olho esquerdo, sob pena de perda total da acuidade visual do olho lesionado. Mas a prefeitura não adotou nenhuma providência.

Em razão da inércia e omissão no atendimento, a Procuradoria Federal Especializada da Funai, por intermédio de Procurador Federal, ajuizou, em 29 de fevereiro de 2008, ação contra o município de Santo Antônio do Descoberto. A Juíza oficiante concedeu liminar dando à Prefeitura o prazo de 24h para que a cirurgia fosse realizada. Apesar da decisão judicial, o poder local nada fez. A Juíza, em outra decisão, deu prazo de 24h para que a cirurgia fosse feita ou que fossem pagos, no prazo concedido, o montante de R$840 mil, resultante das multas diárias de R$5 mil acumuladas, sob pena de intervenção no Município e responsabilização criminal do Prefeito. Caso a Prefeitura não pague, nesta quinta-feira (5), os recursos do Município, nos valores estipulados pela Juíza, serão depositados em conta-corrente da responsável pela criança.

Ainda sobre o não-atendimento a PFE-Funai ajuizou outra ação, que ainda não foi julgada. Nela o Procurador, responsável pelo encaminhamento das ações pediu, para o mesmo indígena, quinhentos salários mínimos, por danos estéticos e, ainda, uma pensão mensal de três salários mínimos vigentes. “Se adotarmos atitudes enérgicas, quando de fatos semelhantes, os poderes constituídos passarão a cumprir as determinações judiciais, com a presteza que lhes cumpre fazê-lo”, afirmou o Procurador Welinthon Mesquita.

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Conferência Regional de Educação Escolar Indígena mobiliza CE, PB e PE

23 de março de 2009 O Ministério da Educação e a Funai realizam, de 23 a 27 de março, em Caucaia, região metropolitana de Fortaleza/CE, a etapa Nordeste II da Conferência Regional de Educação Escolar Indígena. Participarão do evento 200 delegados, sendo 140 representantes dos povos indígenas do Ceará, Paraíba e Pernambuco e 60 delegados de instituições com protagonismo junto à Educação Escolar Indígena, como secretarias estaduais e municipais de Educação, universidades, organizações indigenistas, dentre outras.

O objetivo da conferência regional é elaborar resoluções para serem compartilhadas na Conferência Nacional de Educação Escolar Indígena, que ocorre de 21 a 25 de setembro, em Brasília, com cerca de 600 delegados. “O que devemos tirar desses encontros é a divisão de responsabilidades entre os diversos atores envolvidos na educação escolar indígena: União, estados, municípios, Funai, conselhos, lideranças e comunidades indígenas. Todos têm que pactuar e assumir juntos esse desafio”, afirma o diretor de Educação para a Diversidade do Ministério da Educação (MEC), Armênio Bello Schmidt.

Nas etapas regionais, os participantes realizam discussões pautadas em cinco eixos temáticos: educação escolar, territorialidade e autonomia dos Povos Indígenas; práticas pedagógicas indígenas; políticas, gestão e financiamento da educação; participação e controle social; diretrizes para a educação escolar indígena. Para representar os três estados da etapa Nordeste II, serão eleitos, no último dia de encontro, 18 delegados indígenas e nove ligados às instituições.

Duas conferências regionais já foram realizadas, uma em São Gabriel da Cachoeira (AM) e outra em Salvador (BA), e até agosto deste ano serão realizadas mais 16, totalizando 18 encontros. Como preparação para os eventos regionais, todos os estados realizam as Conferências das Comunidades Educativas, onde são discutidas questões referentes à escola indígena. Essas etapas já aconteceram no Ceará, onde existem 13 povos e 38 escolas; na Paraíba, com 01 povo e 30 escolas; e em Pernambuco, com 11 povos e 27 escolas.

A Conferência Nacional de Educação Escolar Indígena é uma iniciativa do MEC em parceria com o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Fundação Nacional do Índio (Funai) e Secretarias de Educação.

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Funai e MMA formam equipe para gestão ambiental em Terras Indígenas

30 de março de 2009 Os ministros da Justiça, Tarso Genro, e do Meio Ambiente, Carlos Minc, instalam nesta terça-feira (31) o Grupo de Trabalho Interministerial (GTI) responsável pela elaboração de uma proposta de política nacional de gestão ambiental em terras indígenas. Formado por indígenas, técnicos do Ministério do Meio Ambiente e da Funai, o GTI tem o desafio de desenvolver estratégias que assegurem proteção e apoio necessários ao desenvolvimento sustentável dos povos indígenas em seus territórios. Com a instalação da equipe, inicia o seminário “Gestão Ambiental em Terras Indígenas”, realizado de 31 de março a 01 de abril no Instituto Israel Pinheiro, em Brasília/DF, que pretende subsidiar os trabalhos do grupo e fortalecer o protagonismo indígena nas atividades finais.

O debate acerca da conservação e manejo dos recursos naturais em terras indígenas vem se fortalecendo desde 2003, com a realização das Conferências Nacionais Indígena, do Meio Ambiente e da Cultura, que culminaram em demandas expressas dos povos indígenas por ações de proteção e fiscalização de seus territórios. As atividades do GTI devem, portanto, manter o foco na garantia dos direitos constitucionais de usufruto exclusivo das riquezas naturais e preservação dos recursos ambientais necessários ao bem-estar e à reprodução física e cultural dos povos indígenas em suas terras tradicionais.

 
 

Fonte: Funai – Fundação Nacional do Índio
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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