G20: É PRECISO CONSTRUIR O FUTURO, NÃO SUSTENTAR O PASSADO

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Abril de 2009

01 de Abril de 2009 Greenpeace action in Rio de Janeiro Brazil.
Rio de janeiro, Brasil — Para o Greenpeace, líderes mundiais precisam adotar medidas sustentáveis para salvar a economia e o planeta “ao-mesmo-tempo-agora”

Os líderes dos G20, o grupo dos 20 países mais ricos do mundo, se reúnem em Londres amanhã para discutir a crise financeira global. No entanto, esta não é a única – e nem a mais importante – crise a assombrar o planeta. Só que, pior do que não falar, é não fazer nada para combater as mudanças climáticas. “O G20 têm uma oportunidade única de resolver a crise econômica e a crise climática simultaneamente: basta investir na construção de uma economia sem carbono”, disse Paulo Adário, coordenador da campanha da Amazônia, no Rio de Janeiro

Trinta ativistas abriram hoje uma faixa de 50m x 30m no vão principal da ponte Rio-Niterói para enviar uma mensagem clara ao G20: “Líderes mundiais: o clima e as pessoas em primeiro lugar”.

Leia o pedido de desculpas à população carioca e niteroiense pelo transtorno causado durante nossa atividade na ponte Rio-Niterói.

Para o Greenpeace, as nações do G20 devem comprometer pelo menos 1% de seu PIB em medidas econômicas sustentáveis, além de abandonarem os subsídios e outros incentivos econômicos que contribuem com as mudanças climáticas. Os demais países devem fazer tudo o que tiver ao seu alcance para sair do modelo de desenvolvimento baseado em carbono por um futuro de energias renováveis. Além de reduzir emissões, tais iniciativas vão fortalecer os esforços em direção a um acordo global forte e efetivo na Convenção de Clima que acontece em Copenhague, em dezembro.

O Brasil é o quarto maior emissor de gases do efeito estufa principalmente por causa do desmatamento na Amazônia. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), dos 70 milhões de hectares de floresta amazônica já desmatados na Amazônia Brasileira, cerca de 29 milhões de hectares foram destruídos depois da criação da Convenção de Clima da ONU em 1992, liberando 8 Giga tons de CO2 na atmosfera no período (1992-2009). Isso é mais do que as emissões anuais dos Estados Unidos em 2000 (6,6 Gt) e da China (5,1 Gt) e quase quatro vezes mais que o total emitido pelo Brasil (2,2 Gt) naquele ano.

“Zerar o desmatamento da Amazônia é a maior contribuição que o Brasil pode fazer na luta contra as mudanças climáticas. O Brasil deve ainda assumir a liderança apoiando o estabelecimento de um mecanismo financeiro global para acabar com o desmatamento e, consequentemente, com as emissões provenientes da destruição florestal”, disse Adario.

A ciência tem apresentado evidências claras de que as mudanças climáticas estão acontecendo em um ritmo muito mais acelerado do que se esperava e que há uma forte relação entre a sobrevivência econômica e climática do planeta. Estima-se que uma crise climática a todo o vapor resultaria no deslocamento de milhões de pessoas, ondas de fome, extinções em massa, com pobreza permanente em países em desenvolvimento e estrangulamento do crescimento econômico nos países desenvolvidos.

Os países do G20 representam 75% PIB global, 75% do consumo de energia e 75% das emissões de carbono. Mas, até agora eles parecem não entender que a contínua prosperidade de seus países não é conflitante com a preservação do meio ambiente, mas dependente dela. No longo prazo, a escolha que teremos de fazer não será entre empregos verdes e trabalho sujo, e sim entre empregos sustentáveis versus o colapso ecológico e social. “Até que as mudanças climáticas sejam a prioridade das comunicações do G20 e estejam no centro do seu raciocínio, o grupo não será apenas ignorante do ponto de vista científico, mas também do ponto de vista econômico”, disse John Sauven, diretor-executivo do Greenpeace na Inglaterra.

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Estatal nuclear francesa espiona Greenpeace na França

"EPR = PERIGO" pintado pelos militantes do Greenpeace em todo o Leste da central nuclear de Belleville-sur-Loire
São Paulo — Dois altos executivos da companhia de energia EDF responderão processo por espionagem

O escritório do Greenpeace na França estava sendo espionado pela EDF, estatal que opera os 59 reatores nucleares em funcionamento naquele país.

Dois altos executivos da empresa foram acusados pelo tribunal francês de estarem envolvidos no esquema. Apesar de a EDF ter sido parcialmente estatizada em 2006, o governo francês continua controlando 84,9% das ações da companhia.

Para o Greenpeace, o esquema de espionagem é mais um exemplo da incapacidade da indústria nuclear francesa de abrir um debate democrático sobre o uso desse tipo de energia. Em vez de chamar a sociedade para o debate como propõe o Greenpeace, a indústria nuclear francesa aplica táticas da época da Guerra Fria contra a organização.

“Esse é o tipo de comportamento que podemos esperar da indústria nuclear francesa, com quem o Brasil está fechando negócios bilionários relacionados às usinas de Angra dos Reis e à construção de submarinos nucleares”, diz a coordenadora da campanha contra energia nuclear do Greenpeace Brasil, Rebeca Lerer.

Em dezembro de 2008, o presidente francês Nicolas Sarkozy esteve no Brasil e firmou cooperação nuclear com o presidente Lula em diferentes áreas, principalmente no setor militar. Os acordos assinados entre os dois países incluem o desenvolvimento de um submarino nuclear e a construção de um estaleiro e de uma base para submarinos nucleares no Rio de Janeiro, o que custará ao governo brasileiro R$28,38 bilhões. Está agendado para amanhã, às vésperas da reunião do G20 em Londres, um encontro entre os presidentes do Brasil e da França. A cooperação nuclear deve constar da pauta da discussão entre os dois países.

A falta de transparência e outros problemas da indústria nuclear francesa foram detalhados no relatório “Fracassos Nucleares Franceses”, elaborado pela Global Chance - organização francesa sem fins lucrativos que reúne especialistas independentes em energia. A versão em português do relatório foi lançada no último dia 17 de março pelo Greenpeace, junto como uma análise das relações nucleares entre Brasil e França, especialmente as que envolvem a estatal francesa Areva, que constrói e faz a manutenção de usinas.

"O Greenpeace é uma organização ambiental não-violenta e o fato de que estarmos sendo tratados como terroristas na França porque nos atrevemos a questionar a eficiência e a segurança da energia nuclear demonstra o medo da transparência e de um debate democrático por parte dessa indústria", diz Rebeca. Para o Greenpeace, o setor nuclear brasileiro também teme a democracia e o amplo debate. “O governo federal atropelou a Constituição Federal e aprovou a construção da usina nuclear Angra 3 sem consultar o Congresso Nacional”, afirma Rebeca. Até hoje, o setor nuclear brasileiro é protegido por leis de sigilo criadas durante a ditadura militar.

Desenvolvida na época da Guerra Fria, a energia nuclear é parte da indústria militar. Os dois setores são inseparáveis. “Governos e empresas de eletricidade em todo o mundo devem rejeitar a EDF e impedir que ela ou qualquer outra companhia desse perigoso e antidemocrático setor se instale no país”, disse Pascal Husting, diretor executivo do Greenpeace na França. “Seja no Brasil ou em qualquer outro país, essa será a conduta da EDF e da Areva uma vez que estas empresas tenham acesso à seus mercados energéticos”.

 
 

Fonte: Greenpeace-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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