15 de
abril de 2009 - Mayson Albuquerque - A Casa de Produtos
Indígenas do Rio Negro - Wariró, loja
de artesanato da Federação das Organizações
Indígenas do Rio Negro (FOIRN), lançou,
na manhã desta quarta-feira (15), um selo
de certificação para comercialização
dos artefatos indígenas. A cerimônia
de lançamento foi realizada na sede da FOIRN,
em São Gabriel da Cachoeira – AM. A concepção
do selo está relacionada com o movimento
de valorização dos produtos indígenas
promovido pela Wariró, que facilita a busca
de mercado para as comunidades que vivem nas aldeias.
Segundo a gerente da loja Wariró,
Gilda da Silva Barreto, da etnia Baré, a
criação do selo é discutida
há muito tempo e foi idealizada como diferencial
para os produtos indígenas do Rio Negro.
Gilda conta que 514 artesãos dos 23 povos
da região têm envolvimento com a comercialização
dos produtos pela Wariró. “Cada povo do Rio
Negro já vive dentro dessa cultura da confecção
de artesanato. A Wariró está levando
essas peças para o mercado, como utensílios
de uso cotidiano, mas agregando o valor cultural
de nossos produtos. É uma cultura milenar
que passa de geração em geração”,
explica a gerente.
Além de promover o justo
comércio do artesanato indígena do
Rio Negro, a Wariró acompanha o processo
de retirada da matéria-prima e a confecção
do artesanato, pautada pelo desenvolvimento sustentável
e consciência ambiental dos povos indígenas.
Para atender as exigências do mercado, a loja
também promove oficinas de capacitação,
conforme as demandas das comunidades. “Isso não
significa que perdemos o nosso costume.
Temos as peças que são
produzidas especialmente para o mercado, padronizadas,
e temos os produtos da nossa cultura, de uso doméstico,
que não podemos vender em quantidade”, afirma
Gilda. Os produtos da Wariró são comercializados
na loja em São Gabriel da Cachoeira, mas
também podem ser encontrados em grandes lojas,
como Tok & Stok e Pão de Açúcar.
Ao encerrar a cerimônia
de lançamento do selo, os artesãos
indígenas iniciaram a exposição
e comercialização de seus produtos,
na loja Wariró. O espaço também
abriga a mostra Basá Busá – Ornamentos
de Dança, com peças recentemente repatriadas
do Museu do Índio de Manaus para a região
do Alto Rio Negro. Dentre os adornos em exposição,
destacam-se os colares de pêlo de macaco,
o cinto de dente de onça, as flautas de osso
de veado e o pingente de quartzo leitoso com dentes
de onça. Vale a pena conferir!
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Funai e Ministérios avaliam
Território da Cidadania Indígena do
Rio Negro
15 de abril de 2009 - Em missão
de reconhecimento das reais necessidades da população,
agentes dos Ministérios de Minas e Energia,
da Saúde, do Desenvolvimento Agrário
e da Funai realizaram visita técnica às
comunidades indígenas do Alto Rio Negro,
na tarde desta terça-feira (14). Os representantes
do Governo foram acompanhados por um membro indígena
do Colegiado Territorial do Território da
Cidadania Indígena do Rio Negro – AM, que
abrange uma área de quase 296 mil Km²
e é composto pelos municípios de Barcelos,
Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da
Cachoeira. A população total do território
é de 79.435 habitantes e nele estão
inseridas 11 terras indígenas.
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As informações obtidas
durante a visita servirão de subsídio
para a Oficina do Colegiado Territorial, de 15 a
17 de abril, na sede da Federação
das Organizações Indígenas
do Rio Negro (FOIRN), em São Gabriel da Cachoeira.
Sob coordenação da Funai, a Oficina
pretende avaliar a Matriz de Ações
no Território da Cidadania Indígena
do Rio Negro no ano de 2008, discutir as prioridades
nos Planos e Programas em curso na região
e, ao final, propor ações integradas
de infra-estrutura, gestão territorial, saúde,
saneamento, desenvolvimento social, educação,
cultura e organização sustentável
da produção. A Prefeitura Municipal
de São Gabriel da Cachoeira e a Fundação
dos Povos Indígenas do Amazonas (FEPI) também
participam das atividades da Oficina, a partir da
tarde do dia 15.
Rio Negro
O Governo Federal lançou
em 2008 o Programa Territórios da Cidadania,
com o objetivo de promover o desenvolvimento econômico
e universalizar programas básicos de cidadania,
por meio de uma estratégia de desenvolvimento
territorial sustentável, em ações
integradas com estados e municípios. No Território
da Cidadania Indígena do Rio Negro foram
executadas 49 ações de 13 Ministérios
no ano de 2008, com a aplicação de
R$ 14,5 milhões. A Funai executou R$ 416,5
mil com ações de registro civil de
nascimento, construção e reestruturação
de casas de cultura indígenas e identificação,
regularização e demarcação
de terras indígenas em 2008.
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Pontos de Cultura atenderão
150 comunidades indígenas até 2010
14 de abril de 2009 Mário
Vilela - Como forma de garantir a documentação,
divulgação e a valorização
da diversidade cultural brasileira a Fundação
Nacional do Índio e o Ministério da
Cultura anunciaram, ontem (16), no Memorial dos
Povos Indígenas, em Brasília, a implantação
150 Pontos de Cultura Indígenas. Na primeira
etapa serão beneficiadas 30 comunidades indígenas
da região amazônica e prevê o
investimento de R$ 6,4 milhões em cinco estados:
Acre, Amazonas, Mato Grosso Rondônia e Roraima.
Os outros 60 Pontos de Cultura
serão implantados até o fim de 2009,
e os 60 restantes até 2010. “Essa é
uma ação inédita, que irá
potencializar a autonomia e independência
das comunidades indígenas”, avaliou o presidente
substituto da Funai, Aloysio Guapindaia.
O processo de seleção
dos Pontos de Cultura serão discutidos e
elaborados de acordo com a realidade de cada etnia,
diferente do processo que vem sendo adotado pelo
MinC, por meio de edital público para os
não-índio.
A adequação dos
espaços físicos, a instalação
dos equipamentos, a utilização de
conexão via satélite e a implantação
do kit multimídia é visto como um
grande desafio pelo MinC e Funai. “Essa tecnologia
garantirá o desenvolvimento sustentável
das comunidades que serão beneficiadas,”
destacou o Secretário da Identidade e da
Diversidade Cultural do MinC, Américo Córdula.
Os 30 primeiros Pontos de Cultura
serão divididos em três pólos:
Alto Rio Juruá (Marechal Thaumaturgo – AC),
Alto e Médio Rio Negro (São Gabriel
da Cachoeira - AM) e Escola dos Professores Indígenas
(Rio Branco - AC). As primeiras atividades serão
as Rodas de Conversa, principal estratégia
da Rede Povos da Floresta para mobilizar, apresentar
e validar as iniciativas pensadas junto às
lideranças indígenas envolvidas. Após
essas atividades junto às comunidades será
realizado a adequação do espaço
físico e a instalação de equipamentos.
A próxima etapa será a capacitação
para inclusão digital e audiovisual, em parceria
com o Ponto de Cultura Vídeo nas Aldeias,
de Olinda. “Essa iniciativa trará visibilidade
das ações culturais dos Povos Indígenas
e permitirá uma comunicação
entre nós e com o mundo inteiro” ressaltou
índio Ailton Krenak.
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Lideranças indígenas
do Vale do Javari realizam assembléia
17 de abril de 2009 - AER Atalaia
do Norte/AM - Representantes da Fundação
Nacional do Índio (Funai) participaram do
X Encontro de Lideranças Indígenas
do Vale do Javari, realizado entre os dias 26 e
30 de março, na Aldeia Massapê, dos
povos Kanamary, situada no Vale do Javari, município
de Atalaia do Norte, no estado do Amazonas.
Foram discutidos temas como a
situação dos professores indígenas
do Vale do Javari, escolas nas aldeias, o apoio
educacional aos estudantes indígenas em Atalaia
do Norte, o movimento indígena atual e a
conseqüência da luta do movimento. A
Funai falou sobre a invasão nas terras indígenas
e estratégias de fiscalização,
no final, o órgão apresentou uma proposta
de trabalho para o ano de 2009.
Essa foi a primeira vez que uma
comunidade Kanamary sediou uma assembléia.
Estavam presentes representantes das etnias Marubo,
Matis, Kanamary, Mayoruna e Kulina. Eles iniciaram
o encontro com uma manifestação cultural
com cantos em homenagem a Edílson Kanamary,
forte liderança que faleceu no último
dezembro, vítima de hepatite.
Os indígenas manifestaram
seu agradecimento ao Administrador Regional de Atalaia
do Norte, Heródoto Jean de Sale (Tota), pelo
o apoio, incentivo e interesse nas necessidades
e resolução dos seus problemas. Para
Tota, o encontro resultou em “uma reunião
de grande impacto para os povos do Vale do Javari”
e serviu para debatermos assuntos referentes a educação,
saúde, fiscalização e etnodesenvolvimento,
destacou o administrador.
O evento realizado pela União
dos Povos do Vale do Javari (UNIJA) reuniu cerca
de 100 pessoas entre os parceiros, Funai, Centro
de Trabalho Indigenista (CTI), Conselho Indigenista
Missionário (CIMI), Universidade Federal
do Amazonas (UFAM), Associação dos
Índios do Vale do Javari (Assacivaja), Secretaria
de Meio Ambiente (SEMA), (Semai), Secretaria de
Educação (Seduc), Casa do Índio
(Casai), o presidente da câmara de vereadores
de Atalaia do Norte, Ricardo Marubo e alguns vereadores.