AUDIÊNCIA PÚBLICA SOBRE REFORMULAÇÃO DO
CÓDIGO FLORESTAL TERMINA SEM DELIBERAÇÕES

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2009

29 de Abril de 2009 Brasília - Durou toda a manhã e o início da tarde a audiência pública conjunta entre todas as comissões do Senado para discutir a reformulação do Código Florestal Brasileiro. Com exposições de pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), do Ministério do Meio Ambiente, do presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Márcio Meira, e de senadores que defendem diferentes posições, como Marina Silva (PT-AC) e Kátia Abreu (DEM-TO), as discussões terminaram sem deliberações.

A maior parte dos senadores concorda que o código precisa ser revisto, já que a lei é de 1965. Não há, entretanto, consenso quanto às mudanças que precisam ser feitas. A senadora Kátia Abreu, que também é presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), defende um código nacional com diretrizes gerais sobre as leis florestais, mas que cada estado e município deliberem sobre as peculiaridades referentes a seu relevo e tipo de solo, por exemplo.

“A Constituição de 1988 é clara quando diz que essa é uma matéria de competência concorrente [deve ser dividida entre União, estados e municípios], e nós inclusive já temos jurisprudência sobre isso no Supremo Tribunal Federal (STF). Se o governo federal decentralizou a saúde e a educação, por que não o meio ambiente também?”, questionou a senadora.

Já Marina Silva é contra a idéia de dividir com os outros entes federados a legislação sobre a preservação das florestas e outros biomas, como o Pantanal e o Cerrado. “A proposta de cada estado ter um código florestal é a atomização da legislação ambiental brasileira e a desconstituição do Sistema Nacional de Meio Ambiente, o que seria altamente prejudicial para o Brasil”, afirmou Marina.

A proposta inicial de Kátia Abreu, que apresentou os requerimentos para a audiência conjunta, é que após as discussões seja apresentado um projeto de lei para substituir ou reformular o atual código. Mas ainda não há nenhuma definição sobre quem apresentará o texto, nem quando isso deverá ser feito.
Mariana Jungmann

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Kátia Abreu diz que várias mudanças no Código Florestal jogaram "produtores na ilegalidade"

29 de Abril de 2009 Brasília - A senadora Kátia Abreu (DEM-TO), que também é presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), disse hoje (29), em audiência pública de todas as comissões permanentes do Senado, que a insegurança jurídica gerada por sucessivas mudanças no Código Florestal Brasileiro “jogou os produtores na ilegalidade”. Segundo ela, o código "já foi alterado em 11 legislações, em 60 itens diferentes”, argumentou.

A par da discussão sobre o código, na audiência pública, realizada no plenário do Senado, também foi discutida a regularização fundiária dos agricultores, especialmente os que estão na região Amazônica, pois, além desses agricultores não terem a posse da terra, muitos deles não cumprem atualmente a porcentagem de reserva legal exigida – que na região é de 80% da propriedade.

Um estudo apresentado pelo pesquisador Gustavo Curcio, da Embrapa, mostrou que existem divergências até sobre as definições de relevo e que os topos de morro, onde atualmente é proibido ter agricultura, são variáveis e precisam ser analisados caso a caso. Segundo ele, a legislação ambiental deveria ser definida por biomas, inclusive as Áreas de Preservação Permanentes (APP) – que hoje são as margens de rios e topos de morro – e as áreas de Reserva Legal. “Eu tendo mais a achar que a divisão sobre isso deve ser feita por biomas, e não por estados”, explicou Curcio.

Ainda segundo o estudo apresentado pelo pesquisador da Embrapa, caso o atual Código Florestal Brasileiro estivesse realmente sendo aplicado, cerca de 71% da área do país deveria estar preservada com cobertura florestal.

Já o assessor de Floresta e Clima do Ministério do Meio Ambiente, Tasso Azevedo, apresentou os números reais sobre a divisão dos cerca de 850 milhões de hectares que formam o território brasileiro. Segundo ele, atualmente, aproximadamente 500 milhões de hectares são de florestas e outros biomas como o Pantanal. Dos 350 milhões de hectares de área desmatada restantes, 260 milhões são destinados à agricultura e pecuária. De acordo com Azevedo, esta área é mais que suficiente para ser explorada. Segundo ele, "o que há no Brasil é uma má gestão do espaço rural".

“Esses 260 milhões de hectares estão divididos em cerca de 70 milhões para a agricultura e 190 milhões para a pecuária. O que acontece é que nós temos o equivalente a um boi por hectare, quando na verdade cabem quatro. E, para isso, bastam adaptações simples e que não custam caro”, explicou Tasso Azevedo.

Ainda de acordo com Azevedo, se a produção pecuária no Brasil dobrasse em número de animais, ainda assim seriam necessários apenas 100 milhões de hectares para essa produção.
Mariana Jungmann

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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