OPERAÇÃO CAAPORA FECHA 22 SERRARIAS NO NORDESTE DO PARÁ

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2009

28 de abril de 2009 - Deflagrada em 6 de abril, a Operação Caapora, ação de combate a crimes ambientais no entorno na Terra Indígena (TI) Alto Rio Guamá, apreendeu R$7 milhões em madeira ilegal e encerrou as atividades de 22 serrarias, nos municípios de Nova Esperança do Piriá, Viseu e Cachoeira do Piriá, nordeste do Estado do Pará. Coordenada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), a megaoperação envolveu mais de cem agentes de diversos órgãos, como Funai, Força Nacional de Segurança, Polícia Rodoviária Federal (PRF), Batalhão de Polícia Ambiental e Secretaria de Estado e Meio Ambiente do Pará (SEMA).

Durante a ação foram destruídos 200 fornos de carvão e a madeira ilegal é suficiente para encher 400 caminhões. A expectativa é de que, no total, a ação dure 30 dias. A Terra Alto Rio Guamá será vasculhada e os maquinários das serrarias levados embora ou inutilizados. Parte da madeira apreendida será doada para a construção de casas populares e um montante será leiloado para aplicação em projetos sustentáveis em benefício das comunidades indígenas. Além do corte ilegal de madeira, os agentes da Caapora localizaram plantações de maconha no interior da terra indígena, em área invadida da TI dominada por posseiros.

Em sobrevôo pela região, técnicos da Funai, observaram que ao menos duas serrarias estavam localizadas a aproximadamente mil metros do limite da TI. Os agentes relatam que a madeira é retirada da terra indígena. Com esta ação, a Funai espera interromper o fluxo de madeira retirada ilegalmente da terra indígena. Ainda em incursões, os agentes da Caapora deverão mapear as estradas clandestinas na terra indígena, contribuindo para o monitoramento das atividades ilegais na área.

Localização da TI Alto Rio Guamá

O administrador da Funai em Belém/PA, Juscelino Bessa, diz que não é a primeira vez que se realiza uma ação de combate ao desmatamento na TI Alto Rio Guamá. Contudo, “pelo porte da Operação Caapora, o impacto e os resultados foram muito maiores”, afirma o administrador. Bessa ressaltou a importância de planejar novas incursões durante o período da estiagem, época em que há uma aumento da atividade madeireira na região. “Também é fundamental conciliar a perspectiva de geração de renda com a preservação do meio ambiente”, concluiu.

O território da TI Alto Rio Guamá foi homologado pela Presidência da República em outubro de 1993. Na área de 279 mil hectares vivem 1.400 indígenas das etnias Tembé, Timbira, Urubu-Kaapor e Guajajara.
Foto: Thomás Sottili / Funai

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Acordo de cooperação com governo do Pará beneficiará 50 mil indígenas

27 de abril de 2009 - A Governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, firmou, na noite de sexta-feira (24), no Forte do Castelo, um acordo de cooperação que facilitará a execução de ações integradas em benefício dos povos indígenas do Estado. O documento foi elaborado em termos amplos e contempla as ações previstas no Programa de Proteção e Promoção dos Povos Indígenas, norteador das atividades da Funai. Cerca de 50 mil indígenas vivem no Pará, que está entre os cinco estados com maior população indígena no Brasil.

Em discurso, o presidente da Funai, Márcio Meira, destacou ações que já estão em andamento no Pará, nas áreas de regularização fundiária, educação, cultura e combate às atividades ilegais em terras indígenas. “Com esse acordo de cooperação nós poderemos facilitar, melhorar, ampliar e fortalecer essas ações”, afirmou o presidente. Meira informou que a maioria das terras indígenas do Pará já foram demarcadas, reconhecidas e homologadas, mas pequenas áreas estão em processo de regularização. “25% do estado do Pará são áreas indígenas, são as áreas de floresta mais protegidas, junto com as unidades de conservação. Temos um desafio muito grande de proteção dessas terras em parceria com os povos indígenas”, concluiu.

Ana Júlia demonstrou ter conhecimento das diferentes realidades das populações indígenas no estado e, por essa razão, assumiu a responsabilidade por uma política diferenciada. “Reconhecer direitos tem sido uma máxima do nosso governo. O governo do Estado se propõe a construir uma política pública voltada para os povos indígenas”, declarou a governadora. O evento marcou o encerramento da 3ª Semana dos Povos Indígenas, no qual Ana Júlia Carepa lançou também a minuta de um projeto de lei para criação da política indigenista estadual.

A minuta do projeto de lei ainda deve passar por novas consultas da comunidade indígena e do próprio governo antes de ser enviada à Assembléia Legislativa, mas foi saudada como um avanço por ouvir os índios em sua elaboração. Os líderes indígenas Tibúrcio Tembé e Gedeão Arapiun pediram ao governo tempo para que a minuta fosse explicada a todas as comunidades indígenas, mas também pressa e empenho aos deputados para a aprovação da lei. “Temos que transformar isso em realidade agora, para que a gente não tenha apenas políticas pontuais, mas políticas de Estado”, disse Gedeão. A noite terminou embalada pelos cantos e danças tradicionais indígenas.
Foto: Mayson Albuquerque / Funai

 
 

Fonte: Funai – Fundação Nacional do Índio
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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