MEIO AMBIENTE É FATOR RELEVANTE EM DISCUSSÃO SOBRE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, DIZ PROFESSOR

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2009

17 de Junho de 2009 - Luana Lourenço* - Enviada Especial - Cidade de Goiás - O desenvolvimento econômico não pode desconsiderar os custos ambientais na avaliação do professor do Instituto de Estudos Socioambientais da Universidade Federal de Goiás (UFG) Laerte Guimarães Ferreira. Ele defende a busca de soluções integradas para as crises econômica, ambiental e social.

“Não podemos tratar as crises de forma isolada. Não se pode discutir meio ambiente sem falar de pobreza, sem discutir o modelo econômico vigente. Precisamos de novos paradigmas.”

Coordenador dos cursos e das mesas de debates sobre meio ambiente programados para o 11° Festival Internacional de Cinema Ambiental (Fica), Ferreira se define como “pragmático” em relação ao clássico conflito entre crescimento econômico e preservação ambiental. “O desafio de conservar não é fácil. É possível conciliar esses interesses, mas não numa visão romântica”, afirmou.

O professor, especialista e defensor do Cerrado, cita o exemplo do bioma para ilustrar a desconexão entre devastação e ganho de qualidade de vida. Segundo ele, mais de 47% do Cerrado foi destruído para dar lugar a pastagens e produção agrícola.

“E é muito mais grave quando trazemos à tona o fator desenvolvimento humano: desmatamos muito e em muito pouco tempo e o resultado do ponto de vista social não é visível. Continuamos tendo no Cerrado grandes bolsões de pobreza, desigualdade social. O saldo não foi revertido em desenvolvimento para as populações da região”, pondera.

A ideia de que os recursos naturais são infinitos e de que o homem não faz parte da natureza – apenas aproveita o que ela tem a oferecer – precisa ser reformulada, segundo Ferreira. “Quando nós entendermos que o ar puro tem um custo e que está sendo ameaçado, nós começaremos a pensar isso.”

Segundo o pesquisador, a “grande revolução ambiental” deste século é a conscientização. “Mais até do que as próprias soluções. Quando nos conscientizamos, passamos a valorizar mais e buscar maneiras de mitigar os impactos ambientais”, afirmou.

O processo, segundo Ferreira, inclui desde mudanças individuais, como a adoção de hábitos de consumo sustentável a transformação de práticas tradicionais, como a substituição da pecuária extensiva por modelos com maior produtividade

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Código Ambiental diminui autonomia da União em questões ambientais

6 de Junho de 2009 - Danilo Macedo e Luana Lourenço - Repórteres da Agência Brasil - Brasília - O presidente da Frente Parlamentar de Agropecuária, deputado Valdir Colatto (PMDB-SC), apresentou esta semana, na Câmara dos Deputados, o texto que promete transformar toda a legislação ambiental brasileira em um só documento, já chamado pelos ruralistas – autores do projeto de lei – de Código Ambiental. Além do Código Florestal, o instrumento substituiria a Lei de Crimes Ambientais, a Política Nacional do Meio Ambiente e as normas que garantem à União a prerrogativa de criar unidades de conservação, por exemplo.

Entre as mudanças, está a extinção de penas de prisão para crimes ambientais e outras que deverão acirrar ainda mais as discussões sobre o tema, como a transferência para os estados da responsabilidade de fixar o tamanho das áreas de proteção permanente ao longo das margens de rios e a concessão de licenciamento ambiental por decurso de prazo.

“O requerimento de licença ou autorização ambiental, desde que tenha apresentado toda a documentação necessária, terá que ser respondido no prazo de até 60 dias após protocolado, sendo que o descumprimento deste prazo implica em aprovação automática do contido no requerimento”, cita o documento.

Atualmente, a área de reserva legal – percentual mínimo de vegetação nativa preservado – varia de 80%, na Amazônia, a 35%, no Cerrado, e a 20%, na Mata Atlântica, Caatinga, Pampa e Pantanal. A nova proposta não fala em percentuais. Segundo o deputado Valdir Colatto, os valores seriam definidos pelos estados depois da realização dos zoneamentos ecológico-econômicos.

“Não se pode achar que só a União pode determinar [os percentuais mínimos]. Isso é a máxima da ditadura”, afirmou Collato. “O Ibama não tem capacidade para atender à demanda de projetos que esperam licenciamento. Por isso, está engessado. Só em Santa Catarina há 200 projetos de pequenas hidrelétricas parados.”

A proposta ambiental da bancada ruralista cita ainda a possibilidade de desmatamento de áreas de reserva legal. Pelo Código Ambiental, o percentual mínimo a ser preservado seria definido por estado e não por propriedade. As atividades consolidadas nas atuais Áreas de Preservação Permanente seriam mantidas, a não ser que haja dano ao meio ambiente comprovado por laudo de técnico habilitado.

O projeto também tira poderes do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que pela proposta, passaria apenas a sugerir e não mais a decidir sobre mudanças em normas ambientais. Ciente da polêmica que envolve a questão ambiental, o deputado Colatto disse que serão realizadas audiências públicas em todo o país para que a sociedade possa conhecer o projeto, opinar e propor alterações.

Os ruralistas esperam aprovar as mudanças até 11 de dezembro, data em que volta a vigorar o Decreto 6.514, que trata das infrações e sanções administrativas ao meio ambiente. “O decreto propõe multas pesadíssimas e aí o país inteiro estaria ilegal”, disse Colatto. Para ele, as cidades também devem atender os requisitos exigidos dos produtores rurais.

No projeto, se fala na remuneração de serviços ambientais, como a preservação de uma área por um agricultor, por exemplo. A compensação financeira dada ao produtor viria da venda de crédito de carbono, do dinheiro de multas ambientais ou de uma cobrança da população na forma de contribuição ao meio ambiente. Para agilizar o andamento das propostas, uma comissão especial pode ser criada na Câmara dos Deputados.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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