ONGs VÃO AO STF PARA DERRUBAR NOVA REGRA SOBRE COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Junho de 2009

18/06/2009 ISA e Amigos da Terra – Amazônia Brasileira apresentam Reclamação contra o Decreto 6848/09, que estabeleceu teto de 0,5% para a compensação ambiental de empreendimentos com significativo impacto ambiental.

Um mês após o Governo Federal publicar o novo decreto sobre compensação ambiental de empreendimentos com significativo impacto ambiental, modificando radicalmente a regra anterior e transformando o que era piso em teto, fato repudiado por mais de 40 ONGs em nota pública, finalmente veio a primeira resposta de peso da sociedade civil.

Nesta quinta-feira (18/06), ISA e Amigos da Terra – Amazônia Brasileira protocolaram a Reclamação 8465, na qual alegam que o novo decreto afronta a decisão do STF, proferida na ADI 3378, que julgou inconstitucional o dispositivo da lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC (Lei nº 9985/00) que fixava um piso de 0,5% do valor do empreendimento para o cálculo da compensação ambiental. “O decreto nº 6848 claramente contraria a decisão do STF, que diz que não se pode basear o valor da compensação no valor da obra, nem como piso e nem como teto”, avalia Raul Silva Telles do Valle, coordenador adjunto do Programa de Política e Direito Socioambiental do ISA, um dos advogados que assinam a ação.

De acordo com a petição apresentada, “ao se impor um montante máximo para a compensação, se estará desestimulando as empresas a investirem em tecnologias que, mesmo que mais caras, sejam mais amigáveis ao meio ambiente, pois elas saberão que isso encarecerá o valor da obra, que volta a ser o fator indexador da compensação. Nessa lógica, quanto mais ‘sujo’ o empreendimento, mais barato ele será, e, conseqüentemente, menor será também o valor da compensação, muito embora o impacto causado venha a ser proporcionalmente maior”.

Para as ONGs, o valor da compensação, para estar de acordo com a decisão do STF, deve ser baseada no impacto ambiental previsto, e não no valor da obra. Espera-se que o STF dê uma decisão rápida sobre o assunto, impedindo assim que empreendimentos sob licenciamento ambiental paguem suas compensações sob essa regra.

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A Amazônia na mesa do Presidente

04/06/2009 Com uma disputa inesperada, e em meio a acalorados debates, Senado aprova MP 458 da mesma forma como recebeu da Câmara dos Deputados. Decisão sobre retirar medidas que abrem portas à legalização da grilagem e à concentração de terras agora está com o Presidente da República que terá de sancionar o texto.

Não foi tão simples quanto a bancada ruralista imaginava. Mas tampouco foi possível reverter no Senado os equívocos cometidos pela Câmara dos Deputados, que em 14 de maio, aprovou a Medida Provisória 458. Após horas de discussão, e em meio a um racha na própria base do Governo, o Senado chancelou, com 37 votos favoráveis e 2 contrários, o texto da MP 458 da mesma forma que recebeu da Câmara. A relatora, senadora Kátia Abreu (DEM/TO), líder ruralista no Senado, resolveu não promover alterações para evitar que o texto voltasse à casa de origem - a Câmara - e, com isso, corresse o risco de perder validade por decurso de prazo, como ocorreu recentemente com a MP 452, que criava o licenciamento ambiental automático para estradas.

O resultado era previsto, mas o roteiro não. Sendo uma medida que prometia regularizar a posse de pequenos posseiros que há décadas vivem na Amazônia, e tendo vindo do Ministério de Desenvolvimento Agrário, sensibilizava os partidos de esquerda que compõem a base do Governo. Sendo uma medida que na prática garante a legalização de grandes ocupações irregulares de terras públicas, e que aquecerá o lucrativo mercado de terras na região, agradava tanto a base fisiológica do Governo quanto praticamente todos os partidos de oposição. Mas a votação de dois destaques pedidos pela senadora Marina Silva (PT/AC) trouxe uma situação inusitada: enquanto o líder do Governo, senador Romero Jucá (PMDB/RR), orientava a bancada governista a rejeitar os destaques e aprovar o texto da relatora, toda a bancada do PT, partido do Presidente da República, votou pela aprovação dos destaques, assim como o PDT, PSB, PC do B e até o PRB.

Os destaques levantados por Marina Silva diziam respeito a duas alterações feitas pelo deputado Asdrúbal Bentes (PMDB/PA), relator na Câmara dos Deputados: a primeira permite que pessoas jurídicas e “ocupantes indiretos” possam se beneficiar da alienação de terras públicas de até 1.500 hectares a preços camaradas; a segunda autoriza que justamente essas terras possam ser vendidas apenas três anos após sua regularização, enquanto os pequenos agricultores têm que ficar no mínimo por 10 anos no imóvel (veja mais). Segundo Marina, para que a regularização de ocupações sobre terra públicas pudesse atingir seus objetivos é necessário antes “separar o joio do trigo”, evitando que oportunistas e especuladores se apropriem do patrimônio público ou mesmo de terras ocupadas por aqueles que “menos sabem, menos podem e menos têm”, se referindo aos pequenos agricultores e caboclos amazônicos. Mas para Flexa Ribeiro (PSDB/PA), “separar o joio do trigo não leva a nada”, pois, afinal, “por que um pequeno agricultor não pode se constituir em pessoa jurídica?”. O senador, autor de projeto de lei que permite plantar dendê na reserva legal, fez um apelo a seus colegas para que aprovassem a medida, o que, segundo ele, seria uma forma de “não apoiar a devastação da Amazônia”.

Na votação dos destaques, o placar foi apertado: 23 contra e 21 a favor, com uma abstenção. Além de Marina Silva, também o líder do PT, Aloísio Mercadante (PT/SP), defendeu enfaticamente a retirada dos dois pontos polêmicos. Até Arthur Virgílio (PSDB/AM), destoando do restante de sua bancada, apoiou a retirada dos pontos. Mas com o líder do Governo orientando a bancada pela manutenção do texto na íntegra, não foi possível fazer qualquer melhoria no texto que veio da Câmara. Agora, como lembraram vários senadores na noite de ontem, a responsabilidade é do Presidente Lula.

 
 

Fonte: ISA – Instituto Socioambiental
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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