PECUÁRIA DE CORTE PODE PRATICAR OS CONCEITOS DE SUSTENTABILIDADE

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Junho de 2009

08/06/2009 - A pecuária de corte em São Paulo pode, perfeitamente, praticar os conceitos de sustentabilidade, desenvolvendo a atividade de forma amigável com o meio ambiente. O primeiro passo nesse sentido deverá ser a recuperação de áreas de matas ciliares, resgatando antigas paisagens ao longo de rios que correm em meio aos nove milhões de hectares de pastagens ainda existentes no Estado.

Esta é a opinião do secretário estadual do Meio Ambiente, Xico Graziano, dirigindo-se a uma platéia composta exclusivamente por representantes do setor, durante a 15ª Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne, em 17.06, em São Paulo. Para Graziano, os pecuaristas não podem mais se eximir de suas responsabilidades ambientais, que constituem uma agenda irreversível à qual todos devem aderir. “O setor canavieiro, que ocupa uma área de seis milhões de hectares, ou cerca de 70% da área cultivada no Estado, é o melhor exemplo”, disse.

Por meio de protocolos agroambientais, os plantadores de cana-de-açúcar já se comprometeram a reduzir a prática da queima da palha e a recuperar as áreas ciliares. Para o secretário, negociações realizadas no início da gestão anteciparam o prazo para a eliminação da queima de 2021 para 2014. “O prazo estipulado foi de sete anos e já se passaram dois”, afirmou.

O objetivo da Secretaria Estadual do Meio Ambiente - SMA, agora, é negociar com o setor estabelecendo um prazo de dez anos para os agropecuaristas se adequarem às exigências. Respondendo a um questionamento de um empresário do setor, que fez críticas à sua proposta de moratória ambiental de cinco anos, em que todos se comprometeriam a não derrubar nenhuma árvore, Graziano enfatizou que “não precisamos desmatar mais nada para continuarmos produzindo”.

O secretário estadual da Agricultura e Abastecimento, João Sampaio, lembrou que “a cana não expulsou o boi de São Paulo”. Citando a região de Barretos, que se caracteriza como eminentemente pecuária, explicou que a atividade perdeu 70% de área para a canavicultura. No entanto, a atividade não perdeu força, pois passou a dedicar-se ao confinamento de gado com base na cana-de-açúcar.

Para Sampaio, o Estado vai conviver com essa realidade, buscando novilhos no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul para engorda. “A terminação é o nosso negócio”, explicou. Hoje, São Paulo possui um rebanho bovino de 12 milhões de cabeças, abatendo sete milhões, dos quais dois milhões importados de Estados vizinhos.
Texto: Newton Miura

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CONSEMA aprova Plano de Manejo da Estação Ecológica de Angatuba.

18/06/2009 - Os membros do Conselho Estadual do Meio Ambiente – CONSEMA aprovaram em sua 260a. Reunião do Plenário, em 17.06, em São Paulo, o Plano de Manejo da Estação Ecológica de Angatuba.

A E.E. de Angatuba abrange uma área de 1.394,15 hectares, dentro dos limites da Bacia Hidrográfica do Alto Paranapanema, na região sudoeste do Estado, preservando importante fragmento de vegetação natural, principalmente a Floresta Estacional Semidecidual e o Cerrado, que abrigam representativas espécies da fauna brasileira.

De acordo com o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza - SNUC, Lei Federal 9.985 de 18 de julho de 2000, Plano de Manejo é um “documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma unidade de conservação, estabelece-se o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da Unidade”. Uma Estação Ecológica, como a de Angatuba, é enquadrada pelo SNUC como uma unidade de conservação de Proteção Integral, tendo como objetivo principal a preservação da natureza e a realização de pesquisas científicas.

O Plano de Manejo da E.E. de Angatuba apresentado na reunião do CONSEMA foi elaborado por Claudio Henrique Barbosa Monteiro, Bárbara Heliodora Soares do Prado e Antonio Cecílio Dias, além de outros pesquisadores do Instituto Florestal – IF, no período de fevereiro de 2007 a fevereiro de 2009. Com a aprovação pelo Conselho, o documento deverá agora ser amplamente divulgado pelo IF e poderá ter sua implementação iniciada.

Diferentes Formações Vegetais.

Originalmente, a Bacia Hidrográfica do Alto Paranapanema possuía uma das biotas mais ricas do Estado de São Paulo, por ser uma zona de contato entre diferentes formações vegetais. No entanto, em função da forma de ocupação da região, grande parte destas formações foram devastadas, restando nesta bacia cerca de 15% de vegetação nativa, onde apenas 1% representado pela Floresta Estacional Semidecidual e 0,3% de Cerrado.

Desta vegetação remanescente 80% são fragmentos menores que 20 hectares, inviabilizando a persistência a longo prazo de muitas espécies da fauna, principalmente médios e grandes mamíferos. Neste cenário, a Estação Ecológica de Angatuba, com quase 1.400 hectares, torna-se um importante remanescente florestal para a viabilidade das populações da fauna da região.

Recuperação e preservação

O resumo da apresentação do Plano de Manejo aos membros do CONSEMA ressalta, também, que toda a área da estação ecológica era usada para agricultura e pecuária, sendo que, após sua transformação em Unidade de Conservação pelo Governo do Estado, em 1985, houve importante recuperação de suas formações naturais, apresentando hoje diferentes tipos vegetacionais e abrigando uma alta diversidade de espécies vegetais e animais, inclusive ameaçadas de extinção, como o Mico-leão-preto.

Outro ponto destacado do Plano de Manejo, na reunião do CONSEMA, foi a extensão da zona de amortecimento, com 6.925 hectares, constituindo-se numa área até cinco vezes maior que a da Estação Ecológica. Desta forma, o Plano estabelece as diretrizes para o ordenamento de uma área de 8.319 hectares. Mereceu, ainda, ênfase o programa de educação ambiental, que entre outros objetivos deverá contribuir com a formação de comportamento positivo dos moradores do entorno, visitantes e trabalhadores das empresas florestais que trabalham com resinagem, plantio e extração de madeira na Floresta Estadual de Angatuba, de forma a respeitar os princípios da Estação Ecológica de Angatuba.
Texto: Mário Senaga

 
 
 
 
 
 

 

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