BNDES NÃO SE COMPROMETE COM O FIM
DO DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Julho de 2009

23 de Julho de 2009 Fazenda com desmatamento ilegal no Mato Grosso.
Manaus, (AM), Brasil — Medidas estipulam prazos muito longos para o setor pecuário cumprir a lei

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançou hoje sua nova política de exigências para a concessão de financiamento ao setor pecuário, com medidas para frigoríficos, pecuaristas e poder público. Apesar de conter pontos positivos, as medidas do BNDES oferecem prazos muito longos para que frigoríficos e pecuaristas cumpram a lei e melhorem seu desempenho socioambiental, além de não fazer qualquer exigência em relação ao fim do desmatamento na Amazônia.

“É inadmissível que o governo brasileiro continue a aceitar financiar o desmatamento na Amazônia. O BNDES perdeu a oportunidade de ser o grande viabilizador de um modelo de desenvolvimento diferenciado que não inclua a destruição da floresta como uma premissa”, afirma André Muggiati, do Greenpeace.

Entre os pontos positivos das medidas do BNDES para os frigoríficos estão o condicionamento de financiamentos à exclusão de fornecedores com área embargada, condenados por desmatamento ilegal, trabalho escravo ou localizadas em terras indígenas. Há também linhas de crédito para aumento de produtividade, recuperação de áreas degradadas e de reserva legal, margens de rio e encostas de morros.

Entre os prazos excessivamente longos, estão a adoção de rastreabilidade do gado para toda a cadeia a ser efetivada até 2016, muito além do término do mandato do presidente Lula. A entrada dos pedidos de legalização fundiária e de licenciamento ambiental são postergados até julho de 2010. Com isso, o banco também deverá continuar financiando áreas com ilegalidades durante todo esse tempo.

O prazo de 2016 destoa até mesmo daquele apresentado pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes há um mês em audiência na Câmara dos Deputados. Falando apenas do Pará, o ministro afirmou que seria capaz de ter um sistema para rastrear o gado no estado em apenas seis meses. A Marfrig, um dos maiores frigoríficos brasileiros, diz que em no máximo dois anos é possível impor total rastreabilidade em sua cadeia de fornecedores em todo o Brasil.

Em junho o Greenpeace lançou o relatório “Farra do Boi na Amazônia” mostrando o papel do BNDES como sócio e financiador dos grandes frigoríficos brasileiros que se abastecem de animais criados em áreas desmatadas ilegalmente na Amazônia.

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Wal-Mart não quer carne de desmatamento

20 de Julho de 2009 Fazenda Monte Fusco, em Figueirópolis d´Oeste, Mato Grosso. São Paulo, Brasil — O Wal-Mart reafirmou hoje sua posição de não comprar carne proveniente de área desmatada na Amazônia enquanto o setor não apresentar um sistema de rastreamento do produto.

Na prática, diz que o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que os frigoríficos atuantes no Pará assinaram com o Ministério Público Federal é um bom avanço, mas não é suficiente.

Para André Muggiati, coordenador da campanha da Amazônia no Greenpeace Brasil, a nota mostra claramente a posição do Wal-Mart em defender o interesse de seus consumidores e da sociedade brasileira, que não querem compactuar com o desmatamento da Amazônia. "Esperamos que essa decisão seja adotada pelas demais redes de supermercados, como um claro recado ao agronegócio de que não há mais espaço para produtos que destroem o maior patrimônio brasileiro e causam mudanças climáticas."

NOTA DE ESCLARECIMENTO SOBRE COMPRA DE CARNE DO PARÁ

O Wal-Mart mantém a sua posição na suspensão da compra de carnes provenientes de fazendas do Pará, mesmo após a assinatura do Termo de Ajuste de Condutas (TAC) por parte de frigoríficos que atuam na região.
A empresa é contrária ao movimento de retomar as compras sem que um processo de auditoria independente com garantia de origem da carne desta região seja estabelecido.

O Wal-Mart reconhece os esforços das empresas e produtores que atuam na região e entende que a assinatura do TAC é um bom avanço para a construção de uma cadeia de suprimentos de carne mais responsável. A empresa também está sensível a pressão econômica e social que este embargo tem acarretado a região.

“Temos um compromisso com o meio ambiente e com os nossos consumidores. Só voltaremos a fazer negócios com a região após acordo e alinhamento do plano de auditoria proposto inicialmente pelo setor. Entendemos que isso é o mais correto a fazer no momento e está em linha com as expectativas dos nossos clientes”, afirma Héctor Núñez, Presidente do Wal-Mart Brasil.

O Wal-Mart assumiu o compromisso de garantir a implementação de um processo de auditoria de origem com todos os frigoríficos com os quais trabalha no Brasil, independente da região de atuação. A empresa está em processo de aprovação destes planos cujos resultados iniciais devem estar prontos em aproximadamente 60 dias.

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Nike anuncia calçados “livres de desmatamento” da Amazônia

22 de Julho de 2009 Manaus, Brasil — Empresa se compromete com o fim do desmatamento da floresta Amazônica e incentiva o mercado de calçados a reestruturar sua cadeia produtiva

A Nike anunciou nesta quarta-feira que não usará mais em seus produtos couro proveniente de animais criados no Bioma Amazônia. A decisão da empresa só será revertida se for “estabelecido um sistema confiável de governança, com rastreabilidade total de produtos da pecuária e a garantia de que esses produtos não estejam causando desmatamento”.

Para assegurar o cumprimento dessa política, a Nike vai pedir, por escrito, uma declaração de seus fornecedores atestando que o couro vendido à empresa não vem de gado criado no bioma Amazônia. A Nike deu aos seus fornecedores um prazo até julho de 2010 para implementar um sistema eficiente de rastreabilidade, que comprove que seu couro não é originário do bioma amazônico. Caso isso não aconteça, a empresa estenderá a moratória à compra de couro para toda a região da Amazônia Legal.

A decisão da Nike é prova de que os mercados consumidores vão cada vez mais exigir da pecuária brasileira a adoção de práticas de sustentabilidade e, sobretudo, o fim da expansão de áreas de pasto sobre zonas de floresta. “A indústria da pecuária precisa valorizar o produto brasileiro no mercado internacional e garantir que não haja mais derrubada de árvores para a criação de gado. Qualquer iniciativa que apóie o desmatamento zero na região é um passo importante para garantir que a produção de gado na Amazônia não impulsione a destruição da floresta”, afirmou André Muggiati, do Greenpeace.

Em junho o Greenpeace lançou o relatório “Farra do Boi na Amazônia” apontando a relação entre o desmatamento na Amazônia, a indústria da pecuária e grandes marcas internacionais, entre elas a Nike. No relatório, o Greenpeace demonstra como o couro de animais criados em áreas desmatadas da Amazônia é exportado para a China, pela empresa brasileira Bertin, onde entra na cadeia de abastecimento de empresas de alcance global.

Além da Nike, a italiana Natuzzi (móveis e estofados) também anunciou esta semana o compromisso de excluir produtos originários de áreas desmatadas de suas linhas de produção.Infelizmente, outras grandes marcas como a Adidas, Reebok e Clarks ainda se recusam a seguir o mesmo caminho. Todas essas empresas recebem couro da Bertin, que ainda não se comprometeu com o desmatamento zero na Amazônia, onde ela controla diversos abatedouros de gado.

“A decisão da Nike indica como o mercado vai operar daqui para frente. O Brasil terá que reestruturar sua cadeia produtiva se quiser continuar atendendo clientes internacionais e consumidores exigentes”, afirma Muggiati. A Nike e a Natuzzi também assumiram compromissos com a erradicação do trabalho escravo, proteção de terras indígenas e áreas de conservação.

 
 

Fonte: Greenpeace-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 
 
 

 

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