IBAMA DEFLAGRA OPERAÇÃO BOI PIRATA II

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Agosto de 2009

Novo Progresso (03/08/2009) – O Ibama, por meio de sua Coordenação Geral de Fiscalização – CGFIS, deflagrou a Operação Boi Pirata II, no sudoeste do Pará, em Novo Progresso, município de maior desmatamento do país. A operação visa coibir a atividade pecuária em áreas protegidas da região amazônica, tendo em vista os bons resultados da Operação Boi Pirata, de 2008, que apreendeu e leiloou gado criado em Terra do Meio, região de São Felix do Xingu, no estado do Pará.

A primeira fase da operação iniciou ainda em junho, quando as primeiras equipes chegaram ao local para colher informações e reconhecer a área a ser trabalhada. Para a segunda fase, que já está em curso, a CGFIS, além de contar com o apoio da Força Aérea Brasileira – FAB, montou uma estrutura com mais de cem homens do Ibama, da Polícia Militar do estado do Pará, da Força Nacional de Segurança Pública, da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal, veículos próprios para o relevo da região e helicópteros.

Na atual fase da Operação Boi Pirata II, houve a apreensão de um caminhão e a lavratura de mais de dez autos de infração, gerando 15 milhões em multas. A área alvo um já está sob controle do Ibama, uma fazenda pecuarista ilegal dentro de Unidade de Conservação, a Floresta Nacional - Flona do Jamanxim.

A fazenda Mutum-acá, em Vila Isol, distrito de Novo Progresso, foi autuada por causar dano direto à Unidade de Conservação, mantendo atividade agropecuária ilegal dentro da Flona. Houve apreensão de tratores de esteira, utilizados para ampliar o espaço para criação de gado. No local eram criadas mais de três mil cabeças. O proprietário foi notificado a retirar todo seu plantel da área em sete dias, a contar do recebimento, ao final do prazo, se ainda houver animais na área, eles serão recolhidos pelo Ibama, que os destinará aos programas sociais do Governo Federal.

Com área de 1,3 milhão de hectares de floresta primária e por seu grande potencial econômico, a Floresta Nacional do Jamanxim está com aproximadamente 11% de sua área desmatada, perfazendo um total de 150 mil hectares.

Está sendo cumprindo o Decreto 6.514/08, que dá poderes ao Ibama para apreender gado em área embargada por crime ambiental. Conforme Bruno Barbosa, chefe da CGFIS, o órgão lançará mão desse instrumento legal sempre que necessário, pois, segundo ele, não é admissível que criminosos ambientais continuem desmatando em prol exclusivamente de seus interesses, faremos disso uma rotina, disse.

O trabalho do Ibama já está surtindo efeito, somente na manhã de sábado (1º) foram contabilizados 41 caminhões boiadeiros retirando gado de áreas proibidas para criação. Conforme Leslie Tavares, coordenador operacional da Operação Boi Pirata II, isso demonstra que o trabalho está sendo bem feito, pois os fazendeiros perceberam que o Ibama está determinado a cumprir o seu papel.

Chegaram informações de que se o Ibama não encerrar a operação, haverá conflito. Segundo Tavares, ao contrário de outros episódios, não será tolerado nenhum tipo de agressão a agentes e ao patrimônio público, para isso a operação conta com todo o apoio de um grande efetivo de várias instituições de segurança pública. “Agiremos com a firmeza necessária para garantir que a lei seja cumprida e os agentes do Ibama estão preparados para qualquer situação.”

Até o momento, já passaram pela base operacional do Ibama, em Novo Progresso, agentes ambientais federais da Coordenação de Operações de Fiscalização do Ibama Sede, das Superintendências do Ibama nos estados de Pernambuco, Paraíba, Sergipe, Distrito Federal e da Gerência Executiva do Ibama em Santarém/PA.

A cidade de Novo Progresso já está ocupada por policiais da operação, garantindo a segurança da base operativa e a integridade física dos agentes ambientais federais envolvidos na operação. Os acessos à Floresta Nacional permanecerão controlados para que nenhum animal entre na área.

Segundo Bruno Barbosa, a Operação Boi Pirata, de 2008 foi determinante para as atuais reduções do desmatamento, “atingimos os menores índices dos últimos vinte anos, agora, com a Boi Pirata II, vamos focar a região de Novo Progresso, que foi a única onde o desmatamento cresceu, sem, no entanto, nos descuidarmos das demais regiões amazônicas. De acordo com ele, O Ibama está criando estratégias para atuar simultaneamente com grandes efetivos em vários pontos da Amazônia Legal.

O coordenador geral de fiscalização do Ibama salienta que o latifúndio ilegal para gado significa destruição e não geração de emprego, uma vez que em áreas de centenas de hectares há somente um ou dois peões para lidarem com centenas de cabeças de gado, que geram riqueza pra grupos econômicos poderosos de outras regiões do País.

Em sintonia com a linha geral das normas ambientais brasileiras, o coordenador de operações da Operação Boi Pirata II coloca que com o plano de manejo e conservação e a certificação de madeira, a atividade madeireira na Amazônia poderá ser executada por empresas legalizadas, o que garantirá empregos, direitos trabalhistas e previdenciários e o movimento da economia local. Geralmente, as pessoas que extraem madeira de forma irregular, desmatam a área e depois vão embora, em busca de novas áreas para desmatar, isso não garante emprego a ninguém.

Dano a Unidades de Conservação - UC é infração prevista no Art. 40 da Lei 9.605/98, que prevê prisão de até cinco anos, além de multas pesadas, embargo de áreas desmatadas, apreensão do gado e de equipamentos, como tratores, serras elétricas e outros petrechos.
Mais fotos na Sala de Imprensa:
http://www.ibama.gov.br/sala-imprensa/documentos/fotografias/fotografias-da-operacao-boi-pirata-ii/
Badaró Ferrari
Ascom IBAMA

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Ibama busca destinação para felinos amazônicos

Manaus (06/08/2009) O Centro de Triagem de Animais Silvestres - Cetas da Superintendência do Ibama do Amazonas continua trabalhando para a destinação de um espécime de onça parda (Puma concolor), também conhecida na região como suçuarana ou onça vermelha.

O animal, um macho chamado carinhosamente de Shiva, chegou ainda filhote ao Cetas em dezembro de 2006, oriundo do município de Presidente Figueiredo/AM. Nos primeiros meses de vida, ficou sob os cuidados da bióloga Dayse Campista, do Zoológico do Tropical Hotel, de Manaus, e retornou ao Cetas em abril de 2007, onde está em um recinto aguardando local que possa abrigá-lo definitivamente.

No Cetas encontram-se hoje quatro felinos, sendo três jaguatiricas (Leopardus pardalis) e uma onça parda, o Shiva, para o qual tem sido firmada uma parceria entre Ibama e a Ong No Extinction - Nex no sentido de dar um lar definitivo para ele.

A história do Shiva não é incomum. Muitos felinos, entre eles outras onças pardas, onças pintadas (Panthera onca), jaguatiricas (Leopardus pardalis) e gatos maracajás (Leopardus weidii) são vítimas de vários fatores que têm se refletido na diminuição dessas espécies na natureza. Ressaltem-se a destruição do habitat natural (por meio do desmatamento e para dar lugar à agricultura e pecuária), a caça ilegal e o preconceito, e a desinformação sobre esses animais.

A maioria da população desconhece a importância dos felinos na natureza e só os vêem como ameaça. No entanto, como predadores de topo da cadeia alimentar, os felinos ajudam a regular os outros níveis tróficos e mantém, direta ou indiretamente, o equilíbrio das populações de outros grupos de animais como mamíferos, aves, répteis e demais espécies que presentes em suas áreas de ocorrência.

Os felinos com o histórico semelhante ao do Shiva e de tantos outros que passaram pelo Cetas e que não têm mais condições a retornar a natureza irão participar de programas de conservação “ex situ”, seja em criadouros conservacionistas/científicos ou em zoológicos. Embora existam algumas experiências com o retorno de felinos na natureza, essas ainda são incipientes e requerem mais estudos sobre os impactos, o próprio animal e a comunidade biológica do local aonde são destinados. Ademais, os treinamentos para readaptação de um animal cativo para voltar à natureza envolvem muitos custos e requerem equipe especializada e monitoramento.

Por outro lado, a manutenção de felinos em cativeiro requer condições de infraestrutura e investimentos financeiros, o que nem todos os criadouros de zoológicos dispõem. Aliado ao fato de que muitos desses lugares já mantêm em seu plantel exemplares dessa espécie, dificulta ainda mais a destinação de felinos, em especial de onças pardas.

É importante ressaltar que, diante da atual realidade, faz-se necessário o envolvimento mútuo entre órgãos públicos em suas várias instâncias, instituições de ensino e pesquisa, iniciativa privada, imprensa e sociedade, no sentido de se evitar ao máximo que esses animais saiam de seu ambiente natural. Ações como gerenciamento de “conflitos” entre gente e onça em áreas de ocorrência da espécie, campanhas educativas, apoio a pesquisas científicas sobre a biologia e comportamento das espécies, implementação de unidades de conservação e ações de monitoramento, controle e fiscalização podem colaborar na mitigação desse problema.

Tal envolvimento se faz necessário também para aqueles animais que se encontram em cativeiro, buscando-se, assim, o destino mais adequado para eles.
Natália Lima
Nufas Ibama/AM

 


 

Fonte: Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
Ascom

 
 
 
 

 

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