ORÇAMENTO DE CARBONO GLOBAL É NECESSÁRIO PARA CONTER MUDANÇAS CLIMÁTICAS, DIZ RELATÓRIO

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Outubro de 2009

Posted on 02 October 2009 Intitulado “Compartilhando esforços em um orçamento global de carbono” (Sharing the effort under a global carbon budget, em inglês), o relatório, fruto de pesquisas, cálculos e análises realizados pela consultoria Ecofys, apresenta diferentes formas de cortar as emissões globais em pelo menos 80% até 2050, e em 30% até 2030, em comparação aos níveis de 11000.

De acordo com essa análise, o orçamento de carbono total (a quantidade de emissões globais de gases do efeito estufa toleráveis ao longo de um período de tempo) tem de ser definido em aproximadamente 1.600 gigatoneladas de CO2 equivalentes, para o período entre 11000 e 2050.
Como uma grande parcela destes gases já foi emitida globalmente, o balanço da atualidade até 2050 é reduzido para 970 gigatoneladas de CO2.de equivalentes – o que não inclui as emissões oriundas do desmatamento e degradação florestal e a retirada de gases da atmosfera em função do crescimento e regeneração de florestas ao redor do planeta.

Métodos – Para se reduzir as emissões, o relatório indica três diferentes caminhos, com a descrição de três métodos diferentes que podem ser aplicadas na justa e equitativa distribuição dos ônus e benefícios do orçamento global de carbono.

O GDR, ou Direitos de Emissão de Gases de Efeito Estufa por Nível de Desenvolvimento, indica que todos os países precisam reduzir as emissões abaixo do nível da tendência de crescimento atual com base em suas emissões per capita, limites de pobreza e PIB (Produto Interno Bruto) per capita. C&C, ou Sistema Contração e Convergência, indica que as cotas per capita convergem do nível atual de cada país para um nível igual para todos os países dentro de um determinado período. O CDC, ou Sistema Convergência Comum, mas Diferenciada, indica que as emissões per capita dos países desenvolvidos convergem para um patamar igual para todos os países, e dos outros países convergem para o mesmo nível quando suas emissões per capita atingirem uma média global. O relatório diz que, até 2050, o método GDR determina que as nações desenvolvidas (países listados no Anexo I do Protocolo de Kyoto) reduzam as emissões coletivamente em 157%. Considerando que não podem cortar emissões domésticas em mais de 100%, precisarão financiar as reduções de emissões em outros países para alcançar seu total.

Caminhos para nações em desenvolvimento - Os diferentes métodos oferecem diversas opções para os países não listados no Anexo I. Embora o GDR permita um aumento para a maioria dos países em desenvolvimento, ao menos no período inicial, os dois outros métodos dão menos margem para o aumento das emissões. Por exemplo, pelas metodologias C&C e CDC, até 2050 ao Brasil caberia fazer uma redução de pelo menos 73%, a China de 70% e a Índia, entre 2 e 7%, em comparação com 11000.

Os países mais pobres teriam permissão para continuar a aumentar as emissões até pelo menos 2050 segundo o sistema GDR, mas seriam obrigados a reduzir após 2025 se as outras duas opções de distribuição fossem adotadas.

Entretanto, atualmente não é possível considerar, nos diferentes métodos de análise, o papel das emissões de gases do efeito estufa associadas ao desmatamento e a degradação florestal e a retirada de gases da atmosfera em função do crescimento e regeneração de florestas. Isso ocorre pelo elevado grau de incerteza sobre o comportamento desse e de outros ecossistemas no balanço de carbono. O estudo assume valores totais para estes dois fatores, onde as emissões relacionadas a florestas diminuem ate 2020, chegando a zero e o sequestro de carbono da atmosfera passa a acontecer a partir de 2030.

"Entender o papel da vegetação tanto na sua dimensão espacial como temporal no balanço total de carbono é essencial para países com vastas extensões florestais, como o Brasil, Rússia e Estados Unidos" afirma o Superintendente de Conservação do WWF-Brasil, Carlos Alberto de Mattos Scaramuzza, completando: "A inclusão de florestas nestas análises poderia modificar a distribuição das reduções entre os países. É uma possibilidade relevante para quem tem emissões ou remoções elevadas neste setor, mas requer melhorar significativamente a qualidade das informações através da implementação de redes de pesquisa ecológicas de longo prazo sobre a ciclagem do carbono e do lançamento de satélites capazes de mapear fontes e sumidouros de carbono nos ecossistemas como o Observatório Orbital para o Carbono que infelizmente não conseguiu entrar em orbita em fevereiro passado".

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Manual apresenta fontes de recursos para apoio a reservas particulares

Posted on 02 October 2009 Caminho das Pedras 5.53 MB pdf Aumentar o acesso dos proprietários de reservas particulares aos recursos disponíveis no país para projetos nessas áreas protegidas. Com esse objetivo, a Federação das Reservas Ecológicas Particulares do Estado de São Paulo (Frepesp) e o WWF-Brasil lançam, nesta sexta-feira (02), a publicação Caminho das Pedras – Manual de Acesso às Fontes de Recursos Públicas Nacionais para Proprietários de RPPN.

O levantamento identificou 14 fontes, entre 125 existentes no país, que podem receber projetos com orçamentos entre R$ 5 mil a R$ 800 mil, para diversas atividades de apoio à conservação dentro das propriedades, como o desenvolvimento de pesquisas científicas, a recuperação de áreas degradadas, a capacitação profissional e o desenvolvimento de produtos e serviços informativos e de educação ambiental.

Conforme o presidente da Frepesp, João Rizzieri, a expectativa é que o proprietário use o manual para identificar sua cartela de opções e planejar uma composição de recursos em médio e longo prazos para todas as etapas que uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) necessita, tais como, estudos técnicos para o plano de manejo e demandas de infraestrutura – trilhas, centro de visitantes, sinalização entre outras.

“O conhecimento geral era de duas a três fontes apenas. Essas são alternativas que os proprietários têm e nem sabiam que existiam”, destaca Rizzieri. Atualmente o estado conta com 49 reservas que protegem 7.309 hectares, em sua maioria, remanescentes de Mata Atlântica, bioma com o maior número de RPPN no país e para qual a adesão de novos proprietários está intimamente ligada à sobrevivência de seus ecossistemas. Cerca de 80% do que ainda resta está dentro de propriedades particulares.

Para a coordenadora do Programa Mata Atlântica, Luciana Simões, as fontes oferecem oportunidades, mas ainda existem lacunas e há necessidade de expansão dos incentivos e mecanismos de apoio. No caso das fontes analisadas para a publicação, as duas organizações sugerem, por exemplo, que conte como fator de diferenciação na análise do financiador quando a proposta envolver RPPN, o que ainda não existe, ou seja, não há uma política que privilegie essa categoria, que acaba concorrendo com todos os outros tipos de demanda.

Simões explica que o objetivo é identificar e divulgar novas alternativas de sustentabilidade para as áreas protegidas. O próximo passo, já em andamento pela parceria entre WWF-Brasil e Frepesp, será uma radiografia de quanto custa ao proprietário criar e manter uma reserva privada.

Estradas sustentáveis na Pan-Amazônia

Posted on 06 October 2009 As estradas da Amazônia são consideradas relevantes vetores de desmatamento na região. Historicamente construídas para integração da Amazônia ao território nacional, as rodovias não apenas provocam a degradação florestal no espaço aberto para a via, mas em seu entorno. Consequência da especulação imobiliária e grilagem de terras que chegam às áreas com as estradas.

No Brasil, 4º maior emissor mundial de gases de efeito estufa, 75% das emissões advém do desmatamento. No cenário de mitigação e adaptação às mudanças climáticas, alcançar a meta oficial de desmatamento líquido zero em todo o Brasil até 2017 é urgente.

O Redd, ou redução das emissões por desmatamento e degradação florestal, pode ser um grande aliado nessa busca. Trata-se de um mecanismo criado para reduzir de maneira sustentável o desmatamento na Amazônia por meio de implantação de políticas de controle e forte mobilização de recursos.

Para a mobilização de recursos, um dos aspectos mais debatidos são os pagamentos por serviços ambientais; no caso do Redd, o pagamento pelo carbono que não foi emitido com a prevenção do desmatamento.

A implantação desse mecanismo em estradas como a BR-163 e a Pasto Mocoa, na Colômbia, foi o tema da reunião promovida pelo Projeto Diálogos e Iniciativa Amazônica da Rede-WWF para especialistas e órgãos envolvidos com o assunto.

Representantes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Instituto de Pesquisa Ambiental (Ipam), Ministérios dos Transportes, Serviço Florestal Brasileiro, WWF-Colômbia e WWF-Brasil discutiram desafios e oportunidades para a aplicação do mecanismo de Redd nesses locais.

As vantagens de se desenvolver projetos de Redd nas estradas antes de sua abertura ou pavimentação, como é o caso de Pasto Mocoa e da BR-163, são o envolvimento de financiadores, tais como bancos de desenvolvimento, em ações de prevenção de desmatamento e obter oportunidades de barrar a degradação florestal por um custo mais baixo.

Após a apresentação de técnicos do Ipam e do WWF-Colômbia sobre a realidade da região das duas rodovias em questão, foram levantadas as lacunas e definidos os próximos passos na temática. Um arcabouço legal, líderes para o processo, como e quem acessará os recursos e promoção da participação dos atores sociais de maneira qualificada foram alguns dos aspectos levantados que ainda precisam de definição. Um ponto positivo identificado foi o Fundo Amazônia, que, de acordo com os participantes, pode ser uma porta de entrada para a discussão do processo na região.

Entre os próximos passos para a continuação desse debate ficou estabelecida uma maior atuação do Serviço Florestal Brasileiro para promover a definição legal do mecanismo e ainda uma atenção do BNDES para financiamento de estudos de viabilidade nesse sentido.

O que é a Pan-Amazônia?
A maior parte da floresta amazônica está situada no Brasil, no entanto ela se estende por mais oito países da América do Sul. Estes nove países juntos formam a região Pan-amazônica. São eles: Brasil, Bolívia, Peru, Colômbia, Equador, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa e Suriname.


 

Fonte: WWF-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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