11/10/2009 - "Cuidar do meio
ambiente é importante para a vida da gente,
para o nosso futuro e dos nossos filhos porque sem
a natureza a gente não
consegue viver", disse o estudante Lucas Eduardo
Pires de Oliveira, de apenas 11 anos, mostrando
que já faz parte da turma do Criança
Ecológica. Lucas elegeu Bob Água seu
personagem favorito. "Gosto bastante de água
pra nadar, pra beber", contou o garoto que
participa das atividades do Centro de Integração
Social Curumim, onde as crianças aprendem
música, pintura e trabalham com reciclagem
e alimentos em uma horta.
As crianças do Curumim
se encantaram ao conhecer o Floresta Legal no Parque
Estadual Carlos Botelho, inaugurado em 09.10 no
município de São Miguel Arcanjo. O
parque abriga o 12º espaço do Criança
Ecológica, um dos 21 Projetos Ambientais
Estratégicos da Secretaria Estadual do Meio
Ambiente – SMA. Desenvolvido para crianças
do 5º ano do Ensino Fundamental I, o projeto
tem o livro "Criança Ecológica
– Sou dessa turma", no qual sete personagens,
entre mocinhos e vilões, ensinam os leitores
mirins o que é biodiversidade, a importância
das matas ciliares e como devemos usar a água
sem desperdiçar, entre outros conceitos indispensáveis
a uma vida sustentável no planeta.
A coordenadora de educação ambiental
da SMA, Malu Freire, que gerencia o projeto define
as duas linhas de atuação do Criança
Ecológica. "Trabalhamos com as escolas
municipais que aplicam o conteúdo do livro
e do filme nas salas de aula e desenvolvemos os
espaços que abordam cada uma das agendas
ambientais, onde as crianças despertam uma
militância mirim", explicou. Malu detalhou
o objetivo principal do Floresta Legal. "É
a desmistificação de que a floresta
é escura, dá medo e tem bichos estranhos,
como era mostrada nas histórias infantis.
Aqui, as crianças aprendem a conhecer a floresta,
a observar e preservar esse ambiente natural",
disse.
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De acordo com o gestor do parque
Carlos Botelho, José Luiz Camargo Maia, as
crianças poderão conhecer os grandes
atrativos do parque. "A criança virá
para o parque para fazer a trilha da represa, acompanhada
dos monitores, que farão os pontos de interpretação
de flora e fauna, mostrando os símbolos do
parque, como a palmeira juçara e o mono-carvoeiro,
o maior primata das Américas", ressaltou.
Ecoturismo
A adaptação da trilha ao projeto se
deu em parceria com a prefeitura de São Miguel
Arcanjo que doou as placas de identificação.
"Temos um trabalho de parceria com todas as
prefeituras aqui da região. Nosso relacionamento
é de colegas de trabalho", contou Maia.
O gestor do Carlos Botelho também ressaltou
os novos projetos que, em breve, estarão
concretizados. "Com o processo de incentivo
ao ecoturismo, como o projeto Trilhas de São
Paulo, estamos aprimorando a infra-estrutura do
parque. Estamos com um projeto de melhoria da estrada
parque, a SP 139, que conta com investimentos do
Banco Interamericano de Desenvolvimento, o BID.
Além disso, estamos estudando projetos de
concessão de hospedaria e lanchonete dentro
do parque, que proporcionará uma fonte de
renda à comunidade", informou.
Para o diretor de operações da Fundação
para a Conservação e Produção
Florestal do Estado de São Paulo – FF, Boris
Alexandre César, o projeto completa o trabalho
da Fundação. "Até então,
trabalhávamos na preservação
e na fiscalização das áreas
protegidas, mas o mais importante é você
evitar a degradação e isso a gente
faz com educação ambiental",
apontou.
Malu deu o exemplo de como as crianças de
hoje poderão cuidar do meio ambiente no amanhã.
"Daqui vão sair os futuros gestores
de parques, guias de trilhas e fabricantes de produtos
alternativos”.
Conselho Gestor
Após a inauguração, Boris Alexandre
empossou os novos representantes do conselho gestor
do parque Carlos Botelho. São 30 entidades
representadas, entre elas os poderes municipais,
órgãos ligados ao governo estadual,
associações representativas da sociedade
civil, universidades e o setor produtivo, cada uma
com um titular e um suplente. De acordo com José
Luís Maia, as entidades que compõem
o conselho gestor já são parceiros
do parque. "Escolhemos entre os conselheiros
aqueles que já colaboram efetivamente com
a preservação desta área",
disse.
Integram o conselho gestor do parque as seguintes
entidades: Prefeitura de São Miguel Arcanjo,
por intermédio das secretarias de educação
e agricultura e meio ambiente e da supervisão
de turismo e cultura, Câmara Municipal de
São Miguel Arcanjo, Parque Onça Parda,
Associação Parque Zizo, Clube Recreativo
Bernardes Júnior, Associação
Pró-muriqui, Klabin S/A, Pousada Campos,
Pousada Camping Vinícola Bonjour, ONG Caapuã,
Fazenda São José, Associação
Ambiental de Apoio ao Parque – AAAP, Restaurante
Bisteca, Prefeitura de Capão Bonito, por
meio da secretaria de turismo, ONG IDEAS, Companhia
Ambiental do Estado de São Paulo – Cetesb,
Suzano Papel e Celulose, Parque Estadual Intervales,
Marquesa S/A, Fundação ORSA, Prefeitura
de Sete Barras, por meio da secretaria de educação,
Associação de Desenvolvimento Comunitário
do Bairro Rio Preto, 2ª Companhia da Polícia
Ambiental de Registro, Prefeitura de Tapiraí,
Instituto Florestal – IF, ONG Espaço do Animal
e o Departamento de Psicologia Experimental do Instituto
de Psicologia da Universidade de São Paulo
– USP.
Texto: Valéria Duarte Fotografia: Pedro Calado
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