30/10/2009 - Nada
de doces ou travessuras, fantasmas e abóboras
no dia das bruxas. Nesse 30.10 as crianças
de Porto Ferreira se divertiram com outros personagens.
“Gostei mais do Dick porque ele vira bonzinho no
final”, confessou Daniel Von Haydin, de 10 anos,
sobre seu personagem favorito da turma da Criança
Ecológica. Ao contrário de algumas
crianças, Daniel já conhecia os defensores
da natureza. Na escola, a professora dele já
está trabalhando com as crianças os
conceitos abordados no livro “Criança Ecológica
– Sou dessa turma”. “A gente fez textos e ensaiamos
a música, foi muito legal”, contou.
As crianças, das escolas
municipais Professora Nadir Zadra Ribaldo, Mário
Boreli Thomaz e Agostinho Garcia, se animaram com
toda turma. Além de Dick Poluição
e Nika Valente, Bob Água, Fred Fauno e Mel
Mocinha, Frida Flor, Max Limpo e Poli Vigarista
brincaram, em 30.10, com as crianças na inauguração
do Floresta Legal, espaço do Criança
Ecológica, um dos 21 Projetos Ambientais
Estratégicos da Secretaria Estadual do Meio
Ambiente – SMA, no Parque Estadual de Porto Ferreira.
Luciano D’Ávila Pereira Júnior, também
de 10 anos, se identificou com Bob Água.
“Gostei dele porque eu também gosto de andar
de skate”, disse. Já Mirela Silrrene Domingues,
de 10 anos, gostou mais da Nika Valente. “Ela luta
contra o aquecimento global e isso a gente já
vê na televisão”, disse. É a
percepção de Mirela que a coordenadora
de educação ambiental da SMA, Malu
Freire, espera despertar nas demais crianças
após visitarem o projeto. “Precisamos desenvolver
um novo jeito de viver. Nós estamos apostando
nas crianças com esse projeto, mas não
podemos deixar que só elas tomem as decisões
daqui um tempo. A educação também
se faz dando o exemplo”, declarou.
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De acordo com a gestora do parque,
Sônia de Souza, o trabalho em equipe é
fundamental para a realização do trabalho.
“Nós já estamos há algum tempo
trabalhando com educação ambiental,
mas o Criança Ecológica vem para ampliar
e aprimorar esse trabalho. Acreditamos que educação
ambiental não é só uma atividade
para crianças, mas um instrumento de gestão
do parque”, enfatizou. Para o diretor do departamento
de obras e serviços municipais de Porto Ferreira,
Edson Pudence, que representou o prefeito, Maurício
Sponton Rasi, a ecologia é o tema da moda.
“Não importa se tem gente pegando carona
nessa onda. O que importa é que o trabalho
seja feito”, ressaltou.
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Conselho
Além da inauguração do projeto
Criança Ecológica, os visitantes do
parque puderam conhecer os membros do conselho consultivo
que foram empossados. Com a finalidade de propor
ações estratégicas e de melhoria
para o parque, o conselho possui representantes
dos governos estadual e municipal e da sociedade
civil. Para Luiz Fernando Feijó, que representou
o diretor executivo da Fundação para
a Conservação e a Produção
Florestal – FF, José Amaral Wagner Neto,
o Parque Estadual de Porto Ferreira está
entre as mais completas unidades de conservação.
“O parque já tem o plano de manejo desde
2006, faz parte do Trilhas de São Paulo e
hoje inaugurou o projeto de educação
ambiental. Só faltava o conselho consultivo”,
informou. De acordo com Feijó, a participação
do conselho na gestão das unidades de conservação
é essencial. “A Fundação Florestal
acatará todas as decisões que forem
aprovadas pelo conselho”, declarou.
Texto: Valéria Duarte Fotografia: José
Jorge
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Após melhorias ambientais,
Ibirá, Cedral e Guapiaçu são
beneficiadas com recursos do FECOP
30/10/2009 - Quem passa pelas
cidades de Ibirá, Cedral e Guapiaçu,
na região de São José do Rio
Preto, conhece cidades típicas do interior:
ruas calmas, tranqüilas, moradores prestativos
e a beleza dos sítios e das águas
que passam por lá. Mas poucos sabem que por
trás destes cenários há administrações
públicas comprometidas com a causa ambiental.
Desde o início do Projeto Ambiental Estratégico
Município Verde Azul, em 2007, os prefeitos
dessas cidades assumiram desafios ousados, como
melhorar a situação dos aterros sanitários
e investir em educação ambiental.
Os resultados já podem ser observados e como
“prêmio” pelos esforços estes municípios
receberam, nesta quinta-feira, 29.10, das mãos
do secretário de Estado do Meio Ambiente,
Xico Graziano, as chaves de duas pás carregadeiras
e uma retro escavadeira que vão auxiliar
na gestão de resíduos destas cidades.
Os benefícios vieram do
FECOP – Fundo Estadual de Prevenção
e Controle da Poluição, que somente
em 2009 já contribui com 125 municípios
paulistas com recursos na ordem de R$ 24 milhões.
O critério de escolha dos beneficiados é
a nota ambiental no projeto Município Verde
Azul e o empenho das cidades com notas baixas para
melhorarem a sua avaliação. “O nosso
foco é mobilizar os municípios e ajudá-los
a resolver os seus problemas ambientais, mas tem
que mostrar resultados”, falou o secretário
Xico Graziano, que acredita que é preciso
ajudar os municípios que “fazem as coisas
acontecerem”. “Não basta falar, tem que falar
e fazer”.
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Ibirá é um bom exemplo
de município que “falou e fez”. O prefeito
da cidade, Nivaldo Biscoito, conta que ano passado,
durante a entrega dos certificados de municípios
verdes, que Ibirá sequer concorreu, foi pedir
ao secretário Xico Graziano ajuda para melhorar
a situação ambiental de seu município.
“Se a sua cidade não fez nada, como é
que você quer me pedir alguma coisa?”, foi
a resposta que o prefeito levou para casa. “Nós
fomos atrás, firmamos compromisso com a secretaria
do Meio Ambiente e agora estamos aqui, recebendo
estes equipamentos que serão usados em nosso
aterro”, conta emocionado o prefeito que se preocupa,
principalmente, em cuidar das águas minerais
de seu município, que possuem efeitos medicinais
e atraem turistas em busca de água de qualidade.
Ao contrário de Ibirá, o município
de Cedral passou raspando na certificação
do projeto Município Verde Azul em 2008.
Com nota 79,18 (é preciso tirar nota acima
de 80 para ser certificado) o prefeito José
Pedrão impôs a meta de esse ano não
voltar para a sua cidade com “as mãos abanando”.
“Temos trabalhado pesado na conscientização
da população sobre a importância
de se preservar o meio ambiente”, conta o prefeito
que se disse impressionado com a agilidade para
receber o equipamento do FECOP. “Veio mais rápido
do que eu esperava”.
Entre a não avaliada Ibirá e a quase
certificada Cedral está o município
de Guapiaçu que recebeu, no ano passado,
uma das piores notas do ranking – 14,59. A prefeita
Ivanete Vetorasso não se conformou. Em menos
de um ano conseguiu melhorar a avaliação
do aterro da cidade, que já chegou a ter
avaliação 4,3 – inadequada – e hoje
possui 9,1 em um índice que varia de zero
a 10, formou parcerias, implantou um programa exemplar
de educação ambiental na cidade e
os resultados foram mostrados nessa quinta-feira.
O Centro de Treinamento São Sebastião,
onde ocorreu a cerimônia de entrega da pá
carregadeira, estava repleto de trabalhos desenvolvidos
pelos alunos da rede municipal com a turma da Criança
Ecológica e peças de artesanato feitas
com material reciclado pelos moradores da cidade.
“A cidade está até mais limpa depois
que começamos o trabalho de conscientização
da população”, disse a prefeita.
Mas os três municípios não param
por aí. Nas cerimônias de entrega dos
equipamentos já pediram a Graziano mais benefícios.
Agora, querem caminhões para auxiliar na
coleta seletiva. O secretário impôs
uma condição aos prefeitos: “se melhorarem
as nota no ranking dos municípios, ano que
vêm volto aqui para entregar estes caminhões”,
prometeu . Para Graziano os equipamentos entregues
aos três municípios não foi
um presente da secretaria do Meio Ambiente, “mas
uma conquista destas cidades após se esforçarem
bastante. Esses municípios estão dando
um exemplo para o Estado de São Paulo”.
Congresso dos Municípios
Para falar de exemplos como os de Ibirá,
Cedral e Guapiaçu, Graziano se reuniu na
sexta-feira, 30.10, com prefeitos, vices e vereadores
dos 120 municípios de região oeste
do Estado, integrantes da Associação
Municipal da Araraquarense – AMA, durante o Congresso
dos Municípios. Na ocasião, o secretário
proferiu uma palestra sobre as ações
de descentralização da política
ambiental paulista e destacou a importância
da educação ambiental. “A nossa responsabilidade
agora é levar as questões ambientais
para a sala de aula. Falar em política de
meio ambiente é falar da preparação
de uma geração, que precisa ser muito
mais consciente do que nossa”, destacou o secretário.
Graziano também citou os principais resultados
da pasta de meio ambiente do Estado nos últimos
dois anos, entre eles a redução do
número de lixões no Estado – de 123
para 13; a grande adesão dos municípios
paulistas ao Pacto das Águas – já
são 556 municípios do Estado comprometidos
com a defesa das águas ante outros 56 no
resto do mundo; e a expansão das atividades
de educação ambiental em todo o Estado.
Mais de 100 mil crianças já receberem
o livro “Criança Ecológica – Sou dessa
turma” e escolas municipais de 480 municípios
já trabalham o conteúdo do livro em
sala de aula. “Ninguém faz nada sozinho.
O sucesso de nosso trabalho se dá graças
ao empenho e participação dos municípios”,
falou o secretário, que já anúncio
que espera ver as melhorias ambientais paulistas
no próximo ranking ambiental do Projeto Município
Verde Azul, que será divulgado no dia 01
de dezembro em evento na capital.
Texto: Evelyn Araripe Fotografia: Pedro Calado