RADICALIZAÇÃO NÃO RESOLVERÁ ALTERAÇÕES NO CÓDIGO FLORESTAL BRASILEIRO

Panorama Ambiental
Porto Alegre (RS) – Brasil
Outubro de 2009

(28/10/2009) Um dos debates mais polêmicos dos últimos tempos, as alterações propostas ao Código Florestal Brasileiro têm provocado fortes reações tanto do lado dos ambientalistas quanto do lado dos produtores. O secretário estadual do Meio Ambiente, deputado Berfran Rosado, cobra mais racionalidade nestas discussões. “O caminho para o consenso não passa pela radicalização de quem quer que seja”, declarou Berfran, enfatizando que se persistir o conflito, fecha-se a possibilidade de construção de soluções.

Em seu pronunciamento, que ocorreu na terça-feira (27) no 13º encontro dos dirigentes municipais de meio ambiente do RS promovido pela Famurs e pela Associação Nacional de Órgãos Municipais do Meio Ambiente (Anamma), Berfran lembrou que o Ministério do Meio Ambiente e o Ministério da Agricultura não conseguem sentar na mesma mesa. “ O simbolismo disso é enorme. É como se eles dissessem que é impossível produzir e conservar o meio ambiente. Não podemos aceitar esta mensagem. É possível, sim, harmonizar a geração de emprego e renda com a preservação ambiental”, sentenciou o secretário, oferecendo exemplos que provam essa compatibilização. Ele destacou que este processo requer maturidade dos envolvidos e, sobretudo, muita responsabilidade e comprometimento.

Sobre o projeto que tramita na Assembleia Legislativa, Berfran defendeu que se não há consenso, é porque o debate não está maduro e, sendo assim, precisa de mais discussão, envolvendo a todos, ambientalistas e setor produtivo. E, informou, que os códigos ambientais do RS não produziram conflito no Estado e que os produtores rurais estão preocupados com os decretos federais que tratam da averbação da reserva legal a partir de dezembro. “No RS, o código ambiental foi aprovado por unanimidade na Assembleia Legislativa. Nossa prioridade e cuidados devem estar voltados para as alterações propostas no código federal”, sublinhou.

O secretário lembrou que o governo federal trabalha com a hipótese de prorrogar o decreto ou alterá-lo, através de medida provisória. Berfran instigou a platéia para que fique atenta às proposições e que o RS sugira regras para o governo federal.
ASSECOM SEMA
Coordenação e texto: Jornalista Lurdes Nascimento

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INPE prevê aumento de temperatura, menos geadas e extremos de chuvas para a região Sul

(21/10/2009) O uso racional dos recursos naturais renováveis e da biodiversidade pode ser a grande alavanca para o desenvolvimento. A afirmação é do climatologista Carlos Nobre, que participou do III Simpósio Internacional de Climatologia (SIC) que tem como tema central as mudanças climáticas e eventos extremos. O simpósio, promovido pela Sociedade Brasileira de Meteorologia (SBMET) com o apoio do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), conta com 320 participantes e encerrou-se nesta quarta-feira (21), no Hotel Continental, em Canela.

Em sua palestra, Carlos Nobre, que é diretor do IGBP e coordenador-geral do INPE/CCST, expôs que a cada hora, 4 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) são emitidos no planeta, 1,5 mil hectares de florestas são derrubados, três espécies são extintas (1000 vezes mais rápido do que os processos naturais). Além disso, as atividades humanas adicionam 1,7 milhão de Kg de nitrogênio às florestas, campos e corpos de água. Contudo, em sua opinião, ainda há tempo de reduzir os riscos futuros para os problemas climáticos promovendo a urgente “descarbonização” dos sistemas de produção e de consumo.

Conforme Nobre, o Brasil ainda pode ser líder mundial em desenvolvimento sustentável. Assim, o país deve buscar soluções para as mudanças climáticas sem afetar sensivelmente o desenvolvimento. Além disso, buscar uma economia de baixo carbono e, ao mesmo tempo, reduzir emissões, aliando à diminuição de desmatamentos e ao aumento do uso de biocombustíveis e biomassa. Importante também o aumento de sumidouros (sequestro biológico em desflorestamentos e solos agrícolas), que podem somar até 2,5% das emissões globais atuais.

Já os estudos do pesquisador José Marengo, do INPE, apontam que para a região Sul (PR, SC e RS) os cenários projetados de mudanças climáticas para o século 21 são aumento de temperatura, menos geadas, aumento dos extremos de chuvas e mais ondas de calor.
O III SIC, que teve início no domingo (18), reuniu participantes de 21 estados do país e teve ampla participação nos debates, com apresentação de trabalhos e mesas redondas que abordaram, entre outros pontos, os impactos que vem sofrendo a região Sul, especialmente Santa Catarina e Rio Grande do Sul, intercalando extremos de secas e enchentes, atingindo milhares de pessoas salientando a importância de investimentos em pesquisa, tecnologia e informação. Os gestores, especialmente os municipais, devem preparar e capacitar os setores de meio ambiente, vigilância sanitária e defesa civil para os efeitos do aquecimento global já no curto prazo.

Ao término do encontro, a comunidade científica lançou a Carta de Canela, que será encaminhada para a Conferência de Copenhagen (COP-15), que ocorrerá entre os dias 7 e 18 de dezembro, na Dinamarca. O encontro é considerado o mais importante da história recente dos acordos multilaterais ambientais, pois tem por objetivo estabelecer o tratado que substituirá o Protocolo de Quioto, vigente de 2008 a 2012.

O evento contou também com a participação de pesquisadores de diversas instituições, universidades e autoridades locais e estaduais, entre eles João Braga (vice-diretor do INPE), Paulo Renato Paim, diretor do Departamento de Recursos Hídricos do RS/Sema e Ana Cruzat, secretária executiva da Sema.
ASSECOM SEMA
Texto: Jornalista Maria Cláudia Vasconcellos

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Municípios da Mata Atlântica passam a fazer a gestão florestal

(27/10/2009) Doze municípios da área do bioma Mata Atlântica e que já fazem a gestão ambiental local passaram a ser também responsáveis pelo licenciamento ambiental sobre a vegetação nativa com o convênio que foi oficializado, nesta terça-feira (27), pelo secretário estadual do Meio Ambiente, Berfran Rosado. O ato, que ocorreu na Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), em Porto Alegre, levou o convênio de gestão florestal compartilhada para os municípios de Alpestre, Casca, Caxias do Sul, Guaporé, Muliterno, Nova Bassano, Nova Bréscia, Santo Expedito do Sul, São Domingos do Sul, União da Serra, Vacaria e Vanini.

Com o documento, os municípios poderão licenciar casos como cortes e supressões de coberturas florestais, com a anuência do Departamento de Florestas e Áreas Protegidas da Sema, o que estava impedido desde 2006, em função da lei federal nº 11.428, que trata sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do bioma Mata Atlântica.

Para o secretário Berfran Rosado, restituir esta responsabilidade aos municípios é devolver um direito deles. "A parceria com os municípios é fundamental para o meio ambiente, pois estamos compartilhando as responsabilidades com quem está mais próximo aos problemas locais, conhece as necessidades, fiscaliza cotidianamente e exerce mais pressão pela conservação ambiental", destacou ele, lembrando que os municípios saberão, através de seus técnicos ambientais, conciliar os cuidados ambientais com o desenvolvimento.

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Entrega de licenças ambientais habilita projetos eólicos gaúchos a participarem de leilão

(26/10/2009) Ao entregar dez Licenças Prévias (LPs) para parques eólicos do Estado, nesta segunda-feira (26), no Centro Administrativo Fernando Ferrari (CAFF), a governadora Yeda Crusius disse que os empreendimentos podem modificar a matriz energética gaúcha. Com as licenças, são 32 os projetos habilitados no Estado a concorrer ao leilão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) no dia 14 de dezembro, devendo gerar 3.156.4 MW de energia. "Se vencerem, os municípios mudarão. Não apenas pelos royalties da energia gerada, mas por todo o complexo de atividades econômicas que se formam em torno dos parques", afirmou.

Previsto para ocorrer em 25 de novembro, o leilão de Energia Eólica foi transferido para 14 de dezembro em função do grande interesse dos investidores, que solicitaram habilitação técnica de 441 projetos, totalizando 13.342 MW de potência. No Rio Grande do Sul, a energia dos ventos é abundante e transformou o Estado em novo mercado no país deste segmento alternativo às fontes tradicionais de energia.

Para o secretário do Meio Ambiente, deputado Berfran Rosado, o Estado comprova a harmonização do processo de desenvolvimento com a conservação e preservação ambiental, gerando emprego e renda e mantendo ou ampliando os cuidados com a biodiversidade. Ele lembrou que a direção da Fepam criou um grupo especial para tratar do processo licenciatório dos projetos dos parques eólicos, focando sempre na preservação ambiental, na atividade econômica e no desenvolvimento social. Berfran salientou que o Rio Grande do Sul tem a infraestrutura ajustada, oferecendo condições para os empreendedores participar do leilão, além de enfrentar a questão das desigualdades regionais.

O secretário da Infraestrutura e Logística, Daniel Andrade, disse que os projetos dos parques eólicos proporcionam ao Rio Grande do Sul a possibilidade de o Estado ser autônomo em energia, lembrando que atualmente são importados 30% da necessidade energética. O secretário defendeu a descentralização das decisões nas questões energéticas, lembrando que o país necessita de uma política própria e adequada para a energia eólica.

Representando os empreendedores, Telmo Magadan, da Ventos do Sul Energia, destacou a aficiência dos órgãos governamentais, buscando soluções efetivas, harmonizando as questões ambientais com as econômicas.

O representante do Ministério Público Estadual, coordenador do Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente (Caoma), Júlio Almeida, salientou que durante os três anos em que ocupou a Promotoria Especializada de Osório não constatou nenhuma reclamação ambiental. Ele salientou que a Fepam mudou, não procrastinando mais as respostas ao processos, mesmo que negativas.

Presentes ao evento a presidente da Fepam, Regina Telli, secretários de Estado, prefeitos e empresários do setor.


 

Fonte: Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Rio Grande do Sul
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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