ONGs COBRAM AÇÕES EFETIVAS PARA REDUZIR EMISSÕES

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Novembro de 2009

13 de Novembro de 2009 - Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Organizações não governamentais ambientalistas avaliam como positiva a proposta brasileira de reduzir as emissões de gases de efeito estufa entre 36,1% e 38,9% até 2020, anunciada hoje (13), mas cobram medidas mais claras para que o compromisso seja efetivo.

Para o coordenador da campanha de clima do Greenpeace Brasil, João Talocchi, é importante que o Brasil apresente os números na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas como um compromisso internacional “mensurável, reportável e verificável” e sobre o qual o país possa ser cobrado. “Foi um anúncio positivo, mas é preciso deixar claro quais serão as ações e principalmente, fazer”, avaliou.

Parte das medidas anunciadas, principalmente as relacionadas ao setor energético, não são novidades e não representam nenhum esforço adicional de redução de emissões, de acordo com o Greenpeace.

Segundo Talocchi, mais que um anúncio de governo, o compromisso com uma economia de baixo carbono tem que se transformar em uma ação nacional, que ultrapasse questões e prazos políticos. “Só assim esse número pode se transformar em algo maior que uma plataforma eleitoral para deixar mais verde a pré-candidata desenvolvimentista, muito mais ligada ao PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] que ao meio ambiente”. O Greenpeace propõe a inclusão dos números divulgados hoje (13) no texto da Política Nacional de Mudanças Climáticas, que tramita no Senado.

O anúncio deve credenciar o Brasil para uma posição de liderança na negociação do novo acordo climático global em Copenhague, segundo Talocchi. O coordenador de Políticas Públicas do Programa de Mudanças Climáticas do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), André Lima, também acredita que os números brasileiros poderão estimular outros países a colocarem na mesa o quanto estão dispostos a reduzir de suas emissões.

“Os países em desenvolvimento não queriam apresentar metas enquanto os países ricos não mostrassem as deles, e os países ricos argumentam que os países em desenvolvimento também têm que ter obrigações. O anúncio do Brasil quebra os dois discursos. É uma meta relativamente ousada e deixa o país numa situação de liderança”, apontou.

Lima acredita que o país deve aproveitar a possibilidade de liderança e garantir a inclusão de políticas para valorização da floresta no novo acordo climático. O mecanismo de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (Redd) é um dos pontos da negociação que mais tem avançado, mas ainda não tem fontes de financiamento definidas.

Segundo Lima, a expectativa de pagamento pela preservação foi inclusive um dos fatores que contribuíram para a queda do desmatamento da Amazônia, anunciada ontem pelo governo. “O papel em Copenhague é garantir políticas para a floresta. Se não houver mecanismos reais que reconheçam a floresta em pé, vai ser difícil manter o desmatamento em queda”.

O WWF avalia que o anúncio dos números brasileiros pode dar novo ânimo às negociações do acordo climático, que andam travadas, mas também defende que a proposta seja detalhada. Para a organização, não há informações precisas sobre as ações nos diferentes setores da economia e sobre os mecanismos legais e financeiros que tornem possíveis as ações de redução no curto, médio e longo prazos.

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Projeto piloto para zerar desmatamento na Amazônia será lançado em dezembro

12 de Novembro de 2009 - Danilo Macedo - Repórter da Agência Brasil - Brasília - A governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, e o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, lançarão na segunda semana de dezembro o projeto piloto do programa que promete zerar o desmatamento causado pela pecuária na Amazônia. As primeiras 19.300 propriedades rurais onde serão implantadas as Guias de Trânsito Animal (GTA) Eletrônica no estado já estão georreferenciadas.

Após se reunir hoje (12) com Stephanes, a governadora disse à Agência Brasil que o lançamento será realizado no município de Marabá, um dos mais importantes do estado, no dia 9 ou 10 de dezembro, dependendo da confirmação de alguns compromissos de agenda. Além de Marabá, as 19.300 fazendas estão localizadas nos municípios de Eldorado dos Carajás, Água Azul do Norte, Ourilândia do Norte, Tucumã e São Félix do Xingu, mas Ana Júlia afirmou que 50 mil propriedades rurais já foram georreferenciadas no Pará e que, até o final do ano, serão 80 mil.

“O estado do Pará é hoje o que tem melhor condição de demonstrar a origem dos seus produtos, animais e vegetais, mostrando um combate concreto ao desmatamento ilegal. Hoje nós temos condição de que a pecuária no Pará gere desmatamento zero”, afirmou.

Para garantir a eficiência do programa, o governo federal vai cruzar, eletronicamente, os dados de georreferenciamento das fazendas com os de desmatamento na Amazônia. Se uma dessas propriedades estiver derrubando árvores ilegalmente, será identificada. Por outro lado, o pecuarista que respeitar o programa, terá mais credibilidade e mais mercados para a carne que produz.

Além dos governos federal e estadual, o programa tem outros parceiros, como a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), os frigoríficos Bertin e JBS-Friboi, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Federação da Agricultura e Pecuária do Pará, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

A ideia do programa ganhou força depois que, em meados de junho deste ano, três grandes redes de supermercados - Pão de Açúcar, Carrefour e Wal-Mart - decidiram suspender a compra de carne de 11 frigoríficos localizados em áreas apontadas pelo Ministério Público Federal (MPF) no estado como de desmatamento. Somente em 2008, foram abatidos mais de 1,5 milhão de bovinos criados em propriedades rurais paraenses.


 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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